Renan Bolsonaro:
[Uma Semana Após o Encontro]
Eu me sentia uma manteiga derretida, mas também me sentia como a Candy em "Meninas Malvadas". - Eu estava obcecado, passava 80% do meu tempo falando de Luna e nos outros 20% torcia pra que alguém falasse pra eu poder falar mais um pouco.
Me remexi na cama inquieto, nunca quis tanto quebrar o isolamento social mais uma vez, meu coração parecia disparar só de pensar em beijar Luna novamente. Não a via nem em sua sacada havia no minímo uma semana.
Continuei ensimesmado, sonhando acordado até ser interrompido pela voz que andava me irritando profundamente nos últimos dias: a de Flávio.- Anda com a cabeça nas nuvens, hein. - Ele me encarou com aquela expressão de deboche que parecia nunca sair de seu rosto.
- Anda se preocupando muito com minha vida agora que suas rachadinhas foram descobertas, Flávio? - Respondi, irritado, Flávio riu, o que sempre fazia quando eu estava bravo.
- Rachadinha? Não sei nem o que é isso.
Dando de ombros ele saiu com sua cara mais cínica possível, e eu fui deixado só novamente, com meus pensamentos em Luna. Meu celular tocou, eu olhei o visor e vi que era Luana, minha ex, não Luna, por uma "a" de diferença. Atendi o celular e suspirei.
- O que foi, Luana? - Respondi, tentando me manter calmo.
- Estou aqui na frente da sua casa. - Ela disse como se aquilo fosse absolutamente normal e aceitável.
- Hã? Quem te deixou entrar, garota?
- O porteiro né, parece que você não avisou pra ele que me largou né, docinho? - Ouvi sua risada do outro lado da linha e bufei, caminhando até a porta com raiva.
Abri a porta e caminhei até o jardim, vendo Luana parada ali, vestia-se parecia uma pavão, como se quisesse chamar atenção de Deus e o mundo. Rolei os olhos e balancei a cabeça, havia me acostumado tanto com o estilo simples e despreocupado de Luna, que não me lembrei que meu Pai sempre me fez namorar esse tipo de perua.
- Fala sério, o que você quer, cara? - Cruzei os braços, mantendo certa distância, já que eu só respeitava o isolamento social quando era com alguém que não gostava.
- Cara? Poxa, Rê...Você não me tratava assim antes. - Ela fez um beicinho e deu um passo a frente, tentando se aproximar de mim, um passo pra frente e um passo meu para trás.
- Nós terminamos, não esperava um buquê de flores, né? Fala sério, o que você faz aqui? Eu não tenho mais nada pra conversar com você, por favor...Entenda.
Luana se aproximou de mim como se quisesse me atacar, mas então começou à falar e fazer sua chantagem emocional de sempre:
- Não consigo viver sem você, Rê! Eu amo você, droga! - Luana parecia se preparar para atuar e fingir que queria chorar, e eu, tentava fingir não estar com ódio. - Por favor, pensa bem, eu sou a mulher da sua vida. Eu sou bonita, inteligente e também te amo, mais que tudo nesse mundo. - Adoraria que ela tivesse continuado falando asneiras, mas ela se calou e parecendo novamente que iria me atacar, ela dessa vez me beijou, segurando minha camisa com tal força que parecia que a arrancaria de mim. Tentei a afastar de mim, mas ela segurou minha nuca fazendo certa força, me beijava como se fosse me engolir.
Luna Castilho:
Eu havia ignorado Renan por uma semana. Uma semana. E nem mesmo esses 7 dias foram o suficientes para me fazer mudar de ideia, o tempo que passamos longe um do outro, só me fez querer vê-lo ainda mais. Passei madrugadas inteiras assistindo lives suas que assistia no YouTube. Li e reli sobre a família Bolsonaro, questionando minha própria ideologia e meus sentimentos. Tudo foi posto em uma balança, até mesmo minhas amizades, que pareciam mais abaladas que nunca, mesmo eu fingindo odiar Renan, não podia deixar de lhe defender quando as meninas diziam algo que eu sabia não ser verdade.
Mordi meus lábios tantas vezes que eles já estavam rachados e machucados em certas partes. Aquele nó na garganta me era agonizante, eu precisava tirar aquela história a limpo, por todas as cartas na mesa, finalmente. Encarei a máscara de cachorrinhos sobre minha cama e sorri boba, balançando a cabeça. Uma caixa no canto de meu quarto mostrava meu último dinheiro gasto; Uma máscara com estampa de gatinhos, que encomendei de uma costureira do outro lado da cidade para dar à Renan, já que vivíamos como cão e gato, achei a idéia das máscaras uma boa. Escrevi uma bilhetinho dizendo: "Sei que você acha que isso é só uma gripezinha, pegou passou, mas não custa nada se proteger para não passar para os outros né, zero-quatro? Com muita vontade de te socar, Luna :)". Tomei coragem e peguei a caixinha, colocando um frasco de álcool em gel e alguns bombons junto, iria falar com ele de uma vez por todas. Coloquei a máscara que ele havia me dado e desci as escadas correndo.- Mãe, vou na casa do Renan, já volto! - Exclamei enquanto passava correndo.
Sai de casa sorrindo, e aliviada que a máscara não mostrava o sorriso idiota que eu tinha no rosto. Ela escondia apenas meu sorriso, mas não as lágrimas que insistiram em cair ao ver a cena: Renan beijava uma loira com vestes excêntricas. Deixei a caixinha cair, sentindo meu coração apertar dentro do peito, a sensação era horrível. Fiquei estática, encarando aquilo por uns segundos, até Renan afastar a loira que o agarrava pela camisa, histérica. Ele olhou para o outro lado da rua finalmente, me vendo ali parada feito uma idiota.
- LUNA! - Ele exclamou, sua expressão estava assustada, como se eu tivesse acabado de lhe flagrar em um crime.
Renan atravessou a rua correndo e segurou minhas mãos, eu o empurrei.
- Não sei porquê pensei que podia gostar de você. - O encarei com raiva e as lágrimas ainda rolando incessantemente pela minha face, molhando a máscara que ele havia me dado. Ah, a máscara que ele havia me dado. A arranquei do rosto e joguei nele. - E pega a porcaria da sua máscara idiota! Espero que eu esteja com corona vírus e você se infecte!
Virei de costas, entrando em casa e batendo a porta com força, Renan entrou atrás de mim, eu me virei com toda a minha raiva, iria socá-lo bem no meio da cara.
- Luna, me escuta, por favor...Oi, dona Liliane! - Ele sorriu nervoso para minha mãe na cozinha, que nos olhava brigar sem entender. Bati em seu peito com força e soquei seu ombro várias vezes, chorando.
- Sai, sai, SAI DA MINHA CASA! Isso é invasão de privacidade! - Berrei e abri a porta, o empurrando com todas as minhas forças para fora de casa. - E NÃO ME PROCURE MAIS!
Bati a porta com força e subi as escadas de volta para meu quarto aos prantos. Entrei em meu quarto e me joguei na cama, enterrando o rosto no travesseiro e soluçando. Eu só podia ser muito burra mesmo, estava chorando por homem, um homem que pra piorar era da família Bolsonaro e não se parecia em nada comigo. Onde raios eu pensei que podíamos dar certo? Isso só pode ter sido efeito do medicamento que o pai dele queria liberar a cornoquina.
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N/A: Pois é amigos, descobri que a namorada do Renan se chama "Luana", mas todo mundo sabe que ele ama a Luna né. Um "a" faz toda a diferença.
Desculpem ter separado o casal de vocês, mas essa fic tava precisando de uma emoção. Enfim, meus amores, espero que vocês estejam gostando e obrigadas pelas 400 views, o presente foi o fim de #Lunan KKKKKKK. Amo vocês e fiquem em casa pra não dançar com os caras do caixão hein😎❤Edit 1: Mudei a capa da fic pela milésima vez. Quem aguenta, meu pai amado. Ainda fiz um meme pra vocês:
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Minha Gatinha Comunista
RomanceComponentes diferentes não se misturam, principalmente quando você é o filho do presidente, de direita armada e se apaixona pela filha esquerdista dos vizinhos. Pode o amor aparecer mesmo em meio de tantas desavenças e diferentes pontos de vista? A...