!¡ESPECIAL 1K. Pt 1¡!

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Renan Bolsonaro:

Minha cabeça explodia de dor e pensamentos impossíveis de serem contidos. Luana realmente havia enviado o áudio para um jornalista, que por sinal, adorou, pois até mesmo nos canais de fofoca a notícia que o "Comedor de Condomínio" na verdade só batia punheta se espalhou rapidamente. Fiquei feliz por estar sem celular, porque eu não aguentaria todos os tweets e menções com meu nome. Iria surtar.
A estrada de volta para o condomínio no RJ nunca pareceu tão longa e tortuosa, felizmente Luana não tinha sido cara de pau suficiente para vir no carro conosco, disse que iria passar mais uma "semana na casa da sogrinha". Encarei as árvores passarem em imagens rápidas enquanto Laura comentava sobre como adorava andar a cavalo no sítio ou nadar no lago, e eu, tinha a cabeça nas nuvens. Armando, nosso motorista desde que eu me entendia por gente me encarou pelo retrovisor, parecia conseguir ler minhas emoções só pela a expressão em meu rosto, o que não era de se surpreender, já que eu tinha a maior cara de tristeza, frustração e ódio todas juntas.

Tudo certo, seu Renan? — Ele me indagou, eu suspirei pensando se respondia de forma sincera e explicava os detalhes ou poupava Laura. Escolhi sabiamente a segunda resposta.

— Tudo nos conformes. — Forcei um sorriso e voltei a encarar a janela.

[...]

Após o que pareceram minutos longos e arrastados para mim, chegamos em casa. Ajudei Armando com todas as tralhas que Laura havia trazido consigo do sítio, jogando tudo no hall de entrada da nossa casa. Encarei a sacada de Luna com o coração palpitando tão forte que eu conseguia o ouvir em meu ouvido. Sua sacada estava fechada, mas só de estar de volta tão perto dela era um alívio. Fechei a porta e ajudei Laura a subir um dos vários aquários que ela havia trazido junto consigo com as mais diversas espécies de peixes.

Acho que estamos como peixinhos não é, Renan? — Ela me olhou, eu franzi o cenho desentendido.

— Como assim?

— O mundo tá isolado que nem os peixinhos dentro do aquário, ficamos só andando em círculos.

Eu ri e a abracei de lado após deixar seu aquário no seu quarto.

— Só você pra me fazer rir, olha Laurinha.

Ela deu de ombros convencida, balbuciando que sabia que era engraçado. Tão convencida.
Fui para meu quarto após lhe ajudar com tudo, tomei um banho e me joguei na cama, mas me senti tentado a checar as redes sociais pelo meu computador. Me levantei rapidamente e liguei o PC, batucando os dedos na mesa de ansiedade. Quando ele finalmente ligou, eu entrei tão rápido no Twitter que Usain Bolt sentiria inveja da minha velocidade. 5780 menções no meu Twitter, meu santo Deus. Chequei parcialmente algumas, sem dar bola para as zoações em meu nome, mas ficando totalmente desentendido ao ver vários memes de um grupo chamado Anonymous que havia divulgado informações de meu pai e meus irmãos. Uma semana sem celular e o mundo praticamente desaba no Brasil, meu Deus.
Eu havia perdido muita coisa mesmo. Haviam exposeds, protestos, nude do Donald Trump, e tudo mais mais que podia ser imaginável rolando na minha timeline do Twitter. Me sentia como um homem das cavernas após perder tanta informação. Até mesmo as medidas de quarentena haviam sido flexibilizadas, o que era ótimo, eu não aguentava mais ficar em casa. Mesmo após minha estadia em Resende eu precisava sair, mas dessa vez para algum lugar que não haviam mosquitos, árvores, nem principalmente; Luana. Precisava de Luna, mas Luana naquele momento, precisava de distância. Após ler todas as informações que eu havia perdido e sentir minha sanidade mental ser afetada por tanta informação, decidi jogar uma partida de LoL para me distrair. Iria jogar com o main Lux dessa vez, pra variar um pouco.
Eu estava ganhando minha rankeada, até um filho da puta explodir o local que eu estava, bati na mesa com raiva esperando os 30 segundos para reviver, quando ouvi uma reconhecível voz que fez meu coração disparar: a de Luna. Me levantei aos tropeços e tirei meu headset indo para sacada, sem conter um sorriso bobo ao ver Luna, que agora estava com os cabelos verdes. Mais linda ainda, se fosse eu, estaria parecendo um alface, mas ela estava extremamente atraente.

Minha Gatinha Comunista Onde histórias criam vida. Descubra agora