Renan Bolsonaro:
Dormir bom um corpo coladinho ao meu era a experiência mais incrível da minha vida, até ouvir alguém abrir a porta. Laura entrou no quarto e gritou, por sorte, estávamos cobertos e ela não viu nada demais. Mas também não era todo dia que ela via seu irmão deitado na cama com alguém. Luna acordou assustada com o grito, mas rapidamente se escondeu debaixo dos lençóis.
— Eu pensei que tivesse trancado a porta! — Luna exclamou, eu olhei para todos os lados, perdido.
— Eu achei que tinha, eu juro!
Laura saiu do quarto envergonhada, fazendo menção que ia vomitar. Luna saiu de debaixo dos lençóis, seus cabelos verdes emaranhados lhe caíam sobre o rosto e antes mesmo de me dizer um "Bom Dia", ela já parecia querer me socar. Se sentou na cama com um dos meus lençóis brancos enrolado ao redor do corpo, encarava fixamente a parede, e eu, ela. Que até mesmo de costas parecia linda. Me sentei ao seu lado, beijando suas costas e encostando minha testa em seu ombro. Luna tateou a cama a procura de minha mão, a encontrando e entrelaçando nossos dedos.
— Não acredito que perdi minha virgindade...E com o filho do Bolsonaro. — Ela riu, eu ri também, mas sem graça. Luna tinha a capacidade de dizer que odiava minha linhagem familiar de uma forma tão natural que chegava a ser cômica, e como eu ficava sem graça, tudo que podia fazer era rir. Segurei em suas bochechas coradas, beijando a pontinha de seu nariz.
— Vem, minha gatinha comunista, vamos tomar café da manhã.
[...]
Laura estava sentada conosco, tomando café e sem poder conter suas mãos que tocavam de 5 em 5 minutos no cabelo de Luna, chocada e cheia das dúvidas, já havia lhe feito umas mil perguntas, e quase sempre as mesmas.
— Mas seus pais deixam mesmo você pintar o cabelo? É de verdade mesmo ou sai quando você toma banho?
Luna riu e me olhou enquanto eu preparava sanduíches para comermos, eu sorri bobo pra ela, e então ela voltou sua atenção para Laura.
— Sim e não, Laurinha. É de verdade e meus pais deixam, mas vai descolorindo a medida que lavo, eu tenho que retocar de semana em semana, quando lavo o cabelo a espuma do shampoo fica verde.
— Sério?! Eu quero pintar meu cabelo! — Laura me olhou, eu levantei as mãos.
— Não peça pra mim, peça ao papai. — Disse e Laura suspirou desanimada, eu lhe entreguei seu sanduíche. — Eduardo saiu sem te dar comida?
— Sim, que bobão ele, né, Luna? Só pode ser coxinha...
— Laura! Já falei pra você não ficar chamando todo mundo que não gosta de "coxinha".
— Mas...Mas o papai fala isso, ele diz que os coxinhas que passam fome.
Luna balançou a cabeça rindo, percebi que eu estava mais incomodado que ela, por isso preferi não levar o assunto à frente e voltar a cozinhar enquanto ouvia as duas conversando, era bom que elas se conhecessem, pra Laura finalmente saber que ela tinha nome e não se chamava "alface".
Me sentei ao lado de Luna com nosso café da manhã pronto, e começamos a comer em silêncio.— Minha garganta está doendo... — Murmurei, sentindo um certo incômodo ao engolir a comida, o que me fez tossir um pouco, Luna se afastou meio desconfiada e ficou na frente de Laura. — Ei, eu não estou com corona, tá? Isso é coisa de tchola, eu prefiro morrer transando do que tossindo.
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Minha Gatinha Comunista
RomanceComponentes diferentes não se misturam, principalmente quando você é o filho do presidente, de direita armada e se apaixona pela filha esquerdista dos vizinhos. Pode o amor aparecer mesmo em meio de tantas desavenças e diferentes pontos de vista? A...