2012
Sofrencia além de ser um tipo de musica muito popular, uma categoria de sertanejo, é também aquele estado de espirito onde sofremos por tudo e qualquer coisa. Absolutamente tudo tem a capacidade de te fazer sofrer, até as coisas boas te deixam com aquela sensação incomoda. É legal ganhar duzentos reais na loteria, mas porque eu vou comemorar se perdi ela ontem? Esse é um pensamento típico de alguém passando pela famosa sofrencia.
Logo num dos primeiros dias em São Paulo, Bianca conheceu Flayslane, nordestina da Paraíba que estava tentando a vida na cidade do sudeste. Tudo bem que a primeira coisa que Flay fez foi zoar, discretamente, das malas da carioca, mas morando no mesmo andar foi praticamente impossivel não se conhecerem melhor. Ficaram amigas próximas, e aquilo até que fez Bia se sentir mais em casa, precisava muito reconstruir, e aquela era sua oportunidade de faze-lo.
No quinto dia do ano de 2012 ela começou os trabalhos na sua futura empresa, não podia lançar nada até completar 18 anos no final daquele mesmo ano, mas ainda assim estava planejando tudo. A empresa de maquiagens tinha um time completo esperando pra ajuda-la a colocar seu plano em prática, e isso tudo deixava Bianca numa posição incrível de poder e liderança. A carioca mal sabia se portar direito numa situação onde todo mundo olhava pra ela pra ter uma decisão, AINDA TINHA 17 ANOS.
Porém, esse poder também a entregou uma certa auto confiança nas mãos. Sentia-se confiante o suficiente pra sair nos bares da Augusta com Flayslane e encontrar uma companhia, independente do sexo da pessoa. Não estava sendo nada dificil, o único problema era a sofrencia. Como falamos antes, até os momentos bons te fazem sofrer um pouquinho.
"Aí Bianca, eu não sabia que tu pegava mulher, não? Puta que pariu, como que concorre contigo?" Flayslane indagou enquanto as duas observavam o movimento sentadas na mesa de um bar qualquer. Faziam apenas quatro dias que Bianca tinha completado 18 anos.
"Ô Flay, e eu lá te devo explicação da minha vida?" Devolveu num tom brincalhão.
"Nada, que isso, mas seria legal compartilhar isso quando nos conhecemos, né? Porra, eu te contei até da vez que fiquei com medo de tá gravida e tu nada..." Disse dando de ombros.
É, há dois anos atrás a nordestina imaginou que estava grávida e quase surtou, e essa história toda foi relatada à Bianca logo no começo da amizade das duas.
"Já falei pra tu não ficar brincando com isso, Flay, vira essa boca pra lá." Rebateu fazendo a nordestina rir.
"Tá, mas conta, tu já namorou?"
"Quase. Duas vezes." Respondeu sem prestar muita atenção na amiga. Estava bem mais interessada na menina ruiva sentada duas mesas ao lado.
"Quase? Tantas opções e tu ficou no quase?" Debochou recebendo uma careta de Bianca. "Bicha, explica essa história."
"A primeira vez eu descobri que o garoto gostava de meninos e a segunda eu dei um fora." Disse dando de ombros e sorrindo de lado pra menina que a encarava.
"Segunda? A? Mulher? Porque tu deu fora?" Questionou mas não recebeu resposta da carioca, que estava muito entretida trocando olhares com a ruiva. "Ei, dá pra tu parar de flertar um pouquinho só e conversar comigo? Que fogo." Pediu estalando os dedos em frente ao rosto da futura empresária.
"Aí, Flay, eu tô tentando transar hoje, tá?" Falou com falsa indignação. "O que tu quer?"
"Que tu me explique essa história de quase namorar uma mulher, porra, eu tô interessada!" Pediu bebndo um gole da cerveja.
"Ela era minha colega, a gente ficou escondidas por um tempo mas eu me mudei e pronto, fim." Respondeu sucinta.
Bianca não gostava de ficar revivendo os acontecimentos com Rafaella. Sabia que tinha feito o certo, naquele momento, não conseguia sequer se imaginar namorando naquela fase de sua vida. Estava vivendo a sua melhor idade, jovem, com carreira promissora, teoricamente passando o rodo em São Paulo, com uma amiga legal; tudo conspirava a favor de Bianca.
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End Game ||| RABIA
FanfictionPessoas confusas machucam pessoas maravilhosas. Bianca e Rafaella se conheceram e desconheceram diversas vezes durante os anos. No ensino médio, durante a faculdade, depois da formatura, e na vida pós. Todos os reencontros tiveram significados difer...