Declaração!

1K 154 313
                                    

O dia dos namorados. Um dia no qual você fica ao lado da pessoa que gosta, namora, e alguns mesmo quando já estão casados. Um dia especial para uns e ruim para outros.

Para Dengue, era um dia qualquer, pois ele não gostava da data há um bom tempo, motivo? Toda as vezes que ele se declarou pra alguém, ele levou um enorme fora, e foram tantas vezes que ele já considerou como humilhação.

Bom, o dia dos namorados havia chegado e dessa vez, ele decidiu que iria ver a humilhação das outras pessoas, então não teria nada de: humilhação, chororô, nada de declaração. Incrível como ele que tem apenas 16 anos, já havia se machucado tanto em relação ao amor.

Mas agora, vamos focar num pequeno ser, que morava perto do nosso amigo Dengue. Carinha de bebê com 14 anos; Corona Vírus.

Diferente de Dengue, Corona nunca havia recebido um "não" ou uma "humilhação", aliás, como se recebe um não por uma declaração que nunca aconteceu? Corona nunca se declarou, ele é só uma criança inocente, mas também não posso dizer que ele não tem um crush secreto em alguém, por que ele tem. Lembram-se do nosso querido Dengue, o que eu comentei no inicio? É exatamente ele.

Eram de idades diferentes? Sim! Eram do mesmo sexo? Claro! Mas isso não impedia que o coraçãozinho de Corona batesse mais rápido perto de Dengue. Ficava tão vermelhinho quando esbarrava no maior na rua, ou era pego olhando o maior pela janela de seu quarto. Tão fofo! Sei que Dengue concorda comigo.

Esses dois se conheciam, mas não eram aqueles amigos grudados e tals, eram apenas colegas, já que não passaram do "Oi". Mas talvez isso mude hoje, no dia dos namorados!

-Bom queridos, vocês sabem que hoje é o dia dos namorados..- a senhora deu uma pequena e breve pausa em sua fala, logo voltando a falar.- então, hoje eu espero que vocês se divirtam nessa festas que todos organizamos, e espero que haja muitas declarações e cartinhas para todos, afinal, hoje é o dia de espalhar amor a todos - deu um leve risadinha após terminar de falar- Agora é com vocês, aproveitem a festa, e caso precisarem de alguma coisa, venham falar comigo.- e se sentou em sua cadeira ao lado da barraquinha de maçã do amor.

Corona não perdeu tempo, pegou uma folha, lápis e borracha, e começou a escrever sua cartinha, colocando nela todo o seu sentimento.

Não pense que foi tão fácil assim escrever uma carta dizendo o que você sente pela pessoa para a pessoa. Muitas vezes Corona teve que apagar uma palavra ou uma frase, ou amassar o papel por que já estava com marcas de escritas apagadas.

Pensava no que queria escrever e escrevia, mas estava tendo um pouco, para não se dizer muita, dificuldade nas palavras, e sua mãe acabou percebendo a frustação de seu filho, resolveu chama-lo.

-Corona ? - Corona focou sua atenção na mais velha. - Pode vir aqui meu querido? - ele assentiu, já se levantando - Ah, traga sua folha, seu lápis e sua borracha.

Assim ele fez, pegou as suas coisas e foi até sua amada mãe, que o pegou no colo colocando-o sentado em cima da sua perna.

- O que esta acontecendo, pequeno? - acariciou as madeixas verdes de Corona.

- Não estou conseguindo escrever o que eu realmente quero mãe, e quando escrevo não sei como eu realmente queria - fez biquinho, o que a maior achou adorável.

- Olha vamos fazer assim: você me diz o que sente por ele ai eu escrevo, o que acha, hm? - Corona assentiu rapidamente, aceitando a proposta- pode começar!

-Tá', mas espera..- o menor olhou para sua mãe e disse- como a senhora sabe que é "ele"?- o menor perguntou meio confuso.

Sua mãe então lhe disse- você acha que eu não percebi você olhando todo apaixonadinho por aquele rapaz??- Corona se encontrava vermelho e com vergonha nesse momento, então sua mãe continuou- ah meu filho, não precisava ficar assim, tá tudo bem, desde que, você esteja feliz- sua mãe lhe olhou com um olhar totalmente amoroso -Agora vamos começar logo essa carta!- assim Corona começou a falar como se sentia.

(...)

Corona tinha medo da reação de Dengue, mas tinha que ser corajoso, não iria jogar 30 minutos que sua mãe gastou escrevendo á toa, aliás, até acrescentou algumas coisas que não queria que a mais velha soubesse. E sim, ele assinou seu nome no final, nada de admirador secreto, vai que dá aqueles erros de filmes, nunca se sabe. Resolveu também entregá-la a mão. Parece corajoso, não?! Também acho.

Encontrou o mais velho encostados numa árvore, comendo pipoca doce, enquanto escutava musica e olhava para as pessoas. Corona respirou fundo, e com a cartinha em mãos, foi em direção de Dengue.

Quando Dengue olhou para frente, deu de cara com o baixinho, que tinha a cabeça baixa brincando com o pequeno envelope em mãos.

- Eh.. Oi? - Dengue, deixa eu te avisar que saiu mais como pergunta.

-O-Oi.. Eu queria t-te entregar isto! - ainda de cabeça baixa, levou sua cartinha na direção do maior, que a olhou com a expressão confusa, mas pegou mesmo assim.

Quando Corona sentiu o toque de Dengue na sua mãozinha - pequena e fofa, vale acrescentar - para poder pegar a cartinha, ficou todo vermelho. Se não é um tomate, eu não sei o que é!

Dengue abriu a cartinha toda enfeitada, não deixando escapar de seus olhos os mini corações ali, e enfim começou a lê-la.

Primeiramente, Feliz dia dos namorados!

Você não deve me conhecer direito, ao menos saber meu nome, mas nos damos um 'Oi' sempre que nos esbarramos por aí.

Eu não sei se você mas, algum tempo eu venho sentindo algo bater forte no meu peito sempre que olho para você ou esbarro em você. Você me faz feliz quando vejo seu sorriso, quando eu olho os seus olhos, tão escuros quanto á noite.

Eu sou uma pessoa bem tímida, admito, e só de saber que você já me pegou olhando para você, eu fico todo vermelhinho. Coro rápido de mais, e você é sempre o motivo.

Depois de alguns tempos eu fui entendendo o que sentia por você. Quando falei para uma amiga mais velha, ela me explicou tudo direitinho. Ela disse que é amor!

E bom, eu procurei entender mais esse sentimento estranho.

Ainda não entendo tudo, algumas coisas são confusas para mim, mas eu sei que..

Eu te amo Dengue!

Eu queria muito que você me correspondesse, mas, se não puder tudo bem, eu provavelmente não vou entender, mas eu respeito.

Novamente, feliz dia dos namorados, Dengue!

Dengue sentiu uma quentura nas bochechas e seu coração falhar uma batida, ficando quentinho também. Ele estava muito feliz, havia recebido uma declaração de amor pela primeira vez. Olhou o baixinho nos olhos e se aproximou do mesmo, se abaixando um pouco.

Rapidamente colou seus lábios finos nos cheinhos do Corona, que ficou surpreso com o ato. Foi bem rapidinho mesmo.

- Eu não posso retribuir seu amor agora, Corona. - Sabe quem surto por dentro? Isso mesmo, Corona. Nossa ele sabia seu nome. Mas ficou tristinho pelo que ele disse e abaixou a cabeça novamente. - Porém, do mesmo jeito que eu posso te ensinar sobre o amor.. - levantou a cabeça de Corona, segurando em seu queixo- Você podem me ensinar a te amar! - e sorriu, derretendo o pequeno Corona, que sorriu também. - Aceita?

-Claro que o Corona aceita! - tapou a boca rapidamente por ter falado em terceira pessoa.

- Tão adorável!

Uma cartinha de declaraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora