☇ Te achei, Hyseon < | > 𝐤𝐭𝐡 • 𝐤𝐣𝐬 (COMPLETA)

→ 𝐂𝐚𝐩𝐢𝐭𝐮𝐥𝐨 𝟕 ←

"Você acha que encontrou ajuda, que encontrou alguém que vai te proteger do que vou lhe causar, mas não. Não se engane. Isso não vai acabar tão rápido."

Eu ouvi alguém cantarolar, e não era V. A pessoa caminhava tranquilamente na trilha, por dentro da mini floresta.

– Yeah, garota... Wooo... - Uma voz masculina.

Eu caminhei silenciosamente e assustada até ele. Ele ouviu meus passos, então se virou rapidamente. Antes que ele pudesse dizer qualquer coisa eu tapei sua boca com minha palma. Ele arregalou os olhos, assustado.

– Shhhh... - Eu sussurrrei e ele assentiu vagamente. Ele devia achar que eu queria fazer algum mal. - Vem comigo.

Eu guiei ele para o meio de outras árvores. Ele estava me seguindo, mas eu podia sentir que seu coração estava acelerado.

– Eu não vou te fazer mal algum. - Tirei minha mão de sua boca e sussurei para ele.

– O que está acontecendo? - Ele perguntou relutante e em voz alta.

– Shhhh! - Repreendi. - Não fale alto, por favor.

– Por que você me trouxe até aqui? - Ele me olhou e ainda estava assustado, ignorando meu pedido de silêncio.

– Tem um assasino.

– Aonde? Aqui? - Ele se desesperou, mas logo esse sentimento sumiu e deu lugar a um de dúvida.

– Sim. Ele pode estar nos vendo exatamente agora... Eu preciso da sua ajuda. - Pedi.

– Como vou saber se é verdade? Você está apenas brincando.

– Por qual motivo eu estaria toda suja de sangue e cortes? Por que eu te pediria silêncio? Por favor, por favor, eu preciso da sua ajuda. - Implorei. Essa tinha sido a pior madrugada da minha vida inteira. Perdi meus dois melhores amigos em apenas uma noite, era demais pra mim.

– Eu não acho que posso te ajudar nisso, moça. Me desculpa. - Ele saiu de perto de mim.

– Por favor... Por favor... - Fui até ele. Eu estava em uma situação desesperadora. Eu não podia arriscar meus movimentos e a vida me trouxe esse cara para ajudar, mas ele em si não estava interessado.

– Moça, eu nem sou daqui... Eu sou de Gwangju. Eu não posso te ajudar. Estou aqui para visitar minha avó. - Ele explicou.          

– Eu estou em uma situação de perigo! - Me irritei e acabei falando alto demais. Onde estava a humanidade dele? O que era mais importante? Voltar para casa da avó ou ajudar alguém que estava em risco de morte?

– Está com outro cara? - A voz de V soou e ainda estava um pouco longe. Ele ouviu a minha voz e a do rapaz.

– Shhh, vem comigo. - Eu sussurrrei e caminhamos, quase correndo para outro lugar.

– Hyseon? - V chamou. Sua voz parecia estar se aproximando de pouco a pouco.

– Ai meu Deus do céu, me proteja. Não deixa minha avó abrir minha mala, ela vai se decepcionar tanto com meus mangás... - O garoto começou a orar do meu lado. Eu o cotovelei fracamente por silêncio.

– Tem algum plano? - Ele me perguntou agora parecendo realmente acreditar que eu estava em perigo. E talvez até ele também estivesse.

– Não... - Eu segurei as lágrimas. Eu estava fazendo curso de psicologia, mas a área mental de V era algo que eu não tinha chegado a estudar. Eu não sabia como lidar com aquilo.

– Eu acho que tenho... Você tem alguma coisa que eu possa usar para machucá-lo? - Ele sussurrou para mim.

– Na hora do desespero eu deixei tudo para trás.

– Ele é seu marido?

– Eu não conheço ele... - Comentei. A história de que ele era um psicopata obcecado por mim parecia muito doentia para se contar a um estranho que eu mal conhecia, mesmo que os princípios de um início de relação não importassem tanto assim na hora do desespero extremo, como agora.

– Fique aqui e não saia. - Ele procurou alguma pedra pontuda o suficiente no chão. A humanidade estava nele, finalmente. Ele estava disposto a me ajudar.

– Qual seu nome? - Eu perguntei puxando seu pulso antes que ele saísse.

– Jung Hoseok, e acho que por agora você pode me considerar como sua esperança. Vou tentar salvar a gente. - Ele disse e saiu logo em seguida.

Eu fiquei escondida por algum tempo. O único barulho que dava pra ouvir era do vento batendo contra a folhas das árvores. Tudo estava escuro, apenas as luzes da minha casa que estava um pouco longe iluminava a área, causando um contraste bonito. Eu daria mais valor e atenção a esse ponto se não tivesse um assasino procurando por mim. E se Hoseok morresse?