11 - A Viagem

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A noite era sua companhia, naquele momento. As dores estavam começando a sarar por causa da visita de Danuta. Seu novo anjo da guarda a tinha ajudado com seus medos. Apesar do breve alívio, ainda se sentia triste. Esmeralda estava no seu quarto pensando em como seria sua vida daqui pra frente, quando ouviu batidas na porta. Preguiçosamente foi abri-lá. Era Alan quem aguardava. Ele estava usando seu pijama, pronto para dormir. 

 — Oi... — disse ele, sorrindo, tímido. 

 — Oi! 

 — Será que posso entrar?

 — Ah! sim... Claro! 

 Esmeralda, então deixou-o entrar em seu recinto. O quarto estava bagunçado, com roupas espalhadas pelo chão, pois a mesma decidiu se distrair escolhendo quais roupas iria levar para sua viagem ao Rio de Janeiro. 

 — Como você esta? 

 Esmeralda sorriu, pelo menos tentou, como que se estivesse cansada de ouvir a mesma pergunta de todos e sempre responder a mesma resposta. 

 — Estou bem.

Alan chegou mais perto dela, abraçando-a. Esmeralda o agarrou forte, encostando sua cabeça no ombro dele, entrelaçando seus braços ao redor do corpo do rapaz. Alan cheirava a menta com um toque amadeirado.

— Você esta cheiroso.

 Alan riu, voltando a encara-lá. 

 — Você também. 

 Esmeralda sentou na cama, acanhada. 

 — Eu trouxe algo pra você. — disse Alan, entregando uma caixa de doces para a amiga. 

 Era uma caixa cor de rosa transparente com uma fita branca. Esmeralda sorriu ao ver a intenção de seu amigo. Ficou feliz por ainda ter Alan ao seu lado. 

 — Quer me engordar? 

 — Você, engordar? — ele riu, sarcástico. 

— É mais fácil eu parecer com o Brad Pitt. Você come de tudo, Mel, mas não engorda. 

 Esmeralda riu. 

 — Magra de ruim. 

 Ela riu novamente, dessa vez fazendo Alan acompanha-lá no sorriso.

— Obrigada. 

— Pelo o quê? 

 — Por estar comigo ainda... 

 Alan suspirou, enchendo-se de compaixão. 

 — Eu sempre estarei com você, Mel.

 Os dois ficaram sem silêncio por um momento. O vento pairava na janela do quarto de Esmeralda. A noite estava repleta de estrelas. Uma brisa suave preenchia o quarto. 

 — Você não deve se sentir culpada... 

 Enquanto Esmeralda permanecia calada, Alan segurou na mão dela. Depois acariciou sua face, retirando uma mexa que insistia em cair sobre seu rosto. Esmeralda permanecia calada, encarando-o. Alan era muito bonito. Em uma fração de segundos, ele acariciou os lábios dela, até que, não resistindo beijou-a. Esmeralda não o interrompeu. Aceitou Alan sem receios, sem pensar, sem estar presente. Apenas deixou que seu amigo lhe beijasse nos lábios. Não demorou muito para retribuir. Seu beijo durou poucos minutos, até Esmeralda voltar a si.

 — Eu acho melhor você ir... — disse ela, interrompendo o beijo. 

 Alan assentiu.

— Des... Desculpa. — pediu ele. 

Sangue & Cristais ( 2° Livro da série S&E)Onde histórias criam vida. Descubra agora