08 - Não me toque!

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ADVERTÊNCIA: O capítulo a seguir contem cenas inadequadas para menores, e pessoas sensíveis ao assunto estupro. Se você já passou por esse trauma, e não se sente a vontade para discutir tal tema, pode pular o episódio de hoje. É importante lembrar que existe uma equipe especializada no nosso país capaz de cuidar de vítimas que sofreram, e ainda sofre psicologicamente, com esse trauma. Disque 100 para buscar auxilio. Não se cale! 



Recuperando-se do trauma, ali estava ele. Ninguém lhe socorreu naquela escola, nem ao menos se importou com o que ele estava passando. Chegou a imaginar que deveria morrer por ser quem era. Teve medo de ser uma decepção para os pais, mas tornou-se algo pior. Tentou acreditar na bondade humana, mas nada lhe restou, agora. Somente o ódio lhe deixaria vivo. A vingança, realmente, é um prato que se deve comer primeiro pelas bordas. Ele teria ajuda de alguém especial dessa vez. Sua salvação.

Na banheira de bronze com água morna e algumas ervas, se encontrava Pablo. Não era a sua casa, era a residência de uma bela, poderosa, e astuta mulher. Nunca a viu antes, mas ela o observava. Ninguém nunca se importou com ele como ela demonstrava importar-se. Lhe preparou um banho curativo, não somente para cicatrizar suas feridas externas, mas emocionais, também. Estava dando certo.

As recordações do dia ainda perturbavam sua mente. Tentara entender o motivo pelo qual foi tão humilhado naquele campo, todavia, sua anfitriã lhe poupou de cansar sua mente buscando respostas que não viriam. Apesar da dor, sua raiva era terrível. Iria destruir um por um. Lágrimas ainda insistiam em cair.

— Meu doce, menino. — A voz suave de Prindela lhe fez despertar do transe de tristeza. — Sua dor... Posso sentir.

Suas suaves mãos esfregavam as costas do rapaz, massageando-o com carinho e destreza. Passou óleos especiais em sua pele, beijou sua cabeça, derramando gotículas de sangue que escorria em seus dedos. O ritual estaria pronto. Em breve teria um soldado ao seu lado para lhe servir, além de lhe dar muitas informações.

— Eu posso curar sua dor.

Naquele momento, Pablo buscava entender como chegará ali. Sua vida passou como um filme em sua mente. Sentia que renasceria, mas precisava morrer para isso. Às vezes, é necessário matar algo em você no intuito de fazer resplandecer novas coisas.

— Tudo bem... — disse ele por fim, rendendo-se.

Prindela, lentamente deitou-o por completo na banheira, fazendo-o boiar na água cristalina. Pôs a mão no peito do rapaz, acariciando-o. Ela contemplou a nudez do rapaz. Em alguns instantes ele seria entregue. Do lado de fora a chuva insistia em cair ao som de relâmpagos. Era o momento perfeito.

— Relaxe, meu bem. Não vai demorar.

Pablo não teve chance de falar qualquer coisa. Seu corpo foi imergido dentro da banheira. Em média o corpo humano demora em torno de dois minutos embaixo d'água. Logo após surge um desmaio causado pelo mesmo, buscando oxigênio. O rapaz não esperou esses minutos se completarem para começar a se debater freneticamente na banheira, enquanto Prindela o pressiona fortemente contra a sua tentativa de recuperar o ar.

Enquanto segurava o rapaz, ela recitava palavras desconhecidas. Uma língua antiga. Um ritual de invocação. Traria o poder do submundo para habitar aquele corpo. Logo, as águas cristalinas tornaram-se escuras, formando um material pastoso. O corpo de Pablo debatia freneticamente, até se aquietar por completo. Ele tinha morrido.

Prindela levantou-se, buscando uma toalha para enxugar suas mãos. Enfim seu plano estava dando certo. Aníbal tentou censura-lá sobre alguns feitiços, mas não se adverte uma bruxa. Ela iria até o fim para alcançar seu objetivo.

Sangue & Cristais ( 2° Livro da série S&E)Onde histórias criam vida. Descubra agora