Not my sister

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Algumas pessoas aprendem com os erros, porém parece que quanto mais eu erro, maior a minha vontade de insistir no que não vale a pena para, no fim, me deparar com mais uma decepção. Não que seja algo que possa ser levado como masoquismo, é claro. Posso dizer que falta apenas um pouco de senso para que eu tome vergonha na cara.

Não foram uma ou duas, mas três vezes em que acabei fazendo papel de idiota por conta dele. Apesar de todas os alertas, levar minha própria intuição em conta é geralmente menos funcional, mas é o que eu opto fazer. Depois de todos os bolos que havia me dado, aceitei mais uma vez o pedido de Nicholas, que havia remarcado o nosso terceiro encontro. Minha mãe não gostava da ideia e me alertou sobre, porém não dei ouvidos e perdi meu tempo com isso. Não entendia o motivo de ele brincar comigo dessa forma, sendo que poderia simplesmente me dispensar de uma vez. Detesto a forma com que sempre caio em seus jogos fajutos e mais ainda como estou me desvalorizando enquanto o faço.

Não queria dar razão à minha mãe, então resolvi passar o tempo sozinha para que ela não desconfiasse do que aconteceu e encontre mais uma oportunidade de me repreender por isso. Deixei que se passasse pouco mais de uma hora, e provavelmente os funcionários do restaurante estranhavam como uma garota poderia passar tanto tempo sozinha em uma mesa, sempre de olho no relógio de pulso. Talvez soubessem p que acontecera, considerando que não era a primeira vez, porém certamente não diriam nada sobre.

Quando voltei para a minha casa, não me surpreendi ao notar que minha mãe já estava à minha espera, provavelmente prevendo o meu fracasso.

— Oi, mãe. — digo, esboçando meu melhor sorriso.

- Como foi? - questionou, juntando as sobrancelhas.

- Melhor do que eu esperava. Acho que nas outras vezes realmente foram contratempos.

- Sabe que mentir pra mim não funciona. - sorriu de forma pretensiosa. - Ele furou de novo, não foi?

Às vezes acabo me esquecendo da capacidade que ela tem de me decifrar tão facilmente.

- Sim... - meu sorriso se desfaz.

- Queria mesmo te consolar, mas não sou capaz de fazer isso de novo, porque você mereceu. - diz, apoiando sua mão em meu ombro direito. - Você deveria me escutar mais. Pelo menos agora você aprendeu. Não aprendeu, S/n? - franziu o cenho, e eu fiz que sim com a cabeça. - Ótimo.

Antes que pudesse dizer algo mais, ouço a campainha tocar, o que me impede de o fazer. Pensei mesmo que talvez fosse o meu livramento do assunto ao qual conversávamos, porém ao ouvir uma voz aveludada e já bastante reconhecível tomar conta do ambiente, acabei por concluir que as coisas estavam apenas começando.

— Oi, tia. — o cacheado, que usava uma mochila em suas costas, cumprimenta minha mãe com um abraço e logo em seguida vem em minha direção.

— Boa noite, Finn. — ela sorri serenamente.

— Oi, S/n. — ele me abraça de lado e deposita um beijo singelo no meu rosto. — Você visualizou as minhas mensagens?

— Não...

— Não? — ele franze a testa, e eu nego com a cabeça. — Isso quer dizer que o encontro deu certo e você nem teve tempo de olhar o celular então?

Minha mãe me fuzila com o olhar, possivelmente pensando que eu também tentaria mentir para ele, o que era exatamente o que eu pretendia.

— A gente conversa depois. — dou um sorriso amarelo.

—Você quem sabe. —ele retribui o sorriso e vai em direção ao meu quarto, nos deixando sozinhas.

—Isso que você faz é bastante idiota, sabia? — minha mãe se manifesta.

Finn Wolfhard Imagines Onde histórias criam vida. Descubra agora