Despertei de um sono pesado devido a um sibilar estridente desconhecido, percebendo que o aposento em que eu estava se encontrava completamente vazio. Não tinha nem um sinal das outras três garotas que o dividiam comigo, e tampouco ouvia qualquer outro ruído ao redor da casa que haviam alugado especificamente para nós. Coloquei meu pés sobre o chão e olhei em volta mais uma vez, estranhando o ambiente silencioso, considerando que jovens hiperativos não permitem que isso ocorra. Peguei o celular para verificar as horas, percebendo que havia acordado às 11h, sendo que iríamos à praia às 7h. Com indignação por não ter sido acordada por ninguém, comecei a organizar minhas coisas às pressas, ansiando veementemente que alguém houvesse esperado por mim, mas internamente estando ciente de que isso não ocorrera.
- Desgraçados! - resmungava constantemente, esforçando-me para encontrar minhas vestimentas necessárias. - Não é possível que eu sou tão odiada ao ponto de ser ignorada até pelas minhas amigas e pelo meu próprio professor! Aposto que foi de propósito, mas esses filhos da puta vão se arrepender de terem feito essa palhaçada quando minha mão voar na cara de cada um.
Organizei tudo o que precisava e abri a porta do cômodo, notando primordialmente o quão abafada estava a casa, pois haviam fechado todas as janelas e portas. Sem me importar com isso, desci as escadas de madeira rústica apressadamente, enquanto tropeçava em um ou outro degrau durante o percurso. Puxei a maçaneta da porta de saída, mas nada aconteceu. Com um pouco mais de força repeti o ato, e só assim percebi que havia sido trancada dentro da residência.
- Puta que pariu, eu não acredito! - Dou um chute forte na porta impulsivamente, até ouvir um grito grave de repreensão por trás de mim.
- Que merda é essa?! - Revirei os olhos ao reconhecer a voz, e suspirei ao virar para a direção em que ela havia soado. - O que pretende fazer?
- Sair daqui? - digo como se fosse óbvio, enquanto o observava se aproximar. - E você?
- Fazer o que você não consegue. - Ele puxa a maçaneta com força, e eu cruzo os braços, impaciente com suas tentativas que certamente não dariam certo.
- Está trancada, idiota!
- Como assim trancada?! - perguntou num tom de incredulidade, insistindo em continuar puxando a maçaneta.
- Alguém do lado de fora girou a chave através da abertura e acabou o fazendo. Está mais claro, ou você ainda pensa que vai conseguir alguma coisa mexendo nessa merda desse jeito?
- Podia estar emperrada - diz, soltando a maçaneta. - Só não entendi ainda por que fizeram isso. Viemos viajar pra ficar em uma casa? Aliás, onde estão as outras pessoas?
- Como você ainda não ligou os pontos? Obviamente ignoraram nossa existência porque acordamos tarde. Assim sendo, nos deixaram aqui como castigo.
- Ninguém ignoraria a minha existência!
- Esnobe... - digo mais para mim do que para ele, mas julgo que tenha sido alto o suficiente para que escutasse.
- Você não é minha fã número um, né? - diz com um sorriso brincalhão, e eu dou de ombros.
- Não vejo razões pra ser.
- Eu sou ator, diretor, dublador, modelo, cantor, compositor, tenho minha própria marca de roupas, e olha que não fiz nem dezoito anos ainda. Você não vê razões porque não quer.
- Esqueceu de adicionar exibicionista na lista. - Sorrio de forma cínica, e ele revira os olhos. - Existem pessoas que fazem mais do que você, e eu também não sou fã delas. Não sou obrigada a isso.
- Não disse que é, só disse que tem razões pra ser. E você não precisa ser minha fã pra gostar de mim, e aparentemente você não gosta.
- Não tem como gostar de alguém que eu não converso. Não tenho nada contra você, mas também não tenho a favor.
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Finn Wolfhard Imagines
FanfictionO pensamento é ilimitável para se resumir em simples devaneios. Aqui, diversificadas histórias abrirão portas para amplificar sua imaginação, possibilitando uma criação mais vasta e realística de aspirações quase inalcançáveis. Desfrute sem moderaçã...