Capítulo 01: A sombra da escravidão

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Albert acordou abruptamente ao som de gritos estridentes. Ainda zonzo, seus olhos se abriram e ele se viu em um lugar desconhecido. Um homem imponente, com roupas rasgadas e olhos tão negros quanto a noite, o chamava com urgência.

"Onde estou?", questionou Albert confuso.

"Você está na cela dos escravos. É normal estar confuso, já que chegou hoje", respondeu o homem, conhecido como Urso.

Albert olhou ao redor, percebendo que suas roupas haviam sido trocadas sem seu conhecimento. Uma onda de desespero se seguiu dele, seguida por uma dor intensa em seu corpo e uma fome avassaladora.

"Quem somos nós? Nossas roupas estão em frangalhos, sinto dor por todo o corpo e uma fome terrível", desabafou Albert.

"O que somos? Somos o lixo descartado pela sociedade, somos ESCRAVOS!", respondeu Urso, provocando um choque em Albert.

Minutos antes, Albert estava em seu escritório, imerso em um projeto de engenharia mecânica. Agora, encontrava-se nesse lugar cruel e impiedoso. O guarda o pressionava, instigando-o a se levantar rapidamente para buscar sua ração diária e uma picareta para adentrar a mina.

"Novato, fique perto de mim. Vou ajudá-lo em seu primeiro dia, para que aprenda as regras deste inferno chamada Mina da Montanha Eterna da Cordilheira Infinita. Fique sempre atrás de mim e repita tudo o que eu fizer", instruiu Urso.

Albert aceitou, decidindo seguir Urso e aprender com ele. Por mais incerto que estivesse, Urso parecia ser um aliado em meio ao caos.

Comeram um mingau ralo e malcheiroso, repleto de gravetos e capim. Albert engoliu-o com avidez, temendo desmaiar de fome a qualquer momento.

Após a refeição, foram servidos por um guarda até a entrada da mina, onde se juntaram a outros escravos. Todos mergulharam no túnel escuro e se dirigiram aos seus locais de trabalho. Albert visitou pessoas de diferentes cores de pele e estilos de cabelo, todas magras e cobertas de hematomas. Percebia que qualquer falha resultaria em espancamentos. Sentindo-se tomado por uma fúria injustificada, um desejo ardente de justiça pulsou dentro dele.

As horas passaram em uma sucessão interminável de golpes na rocha. Cada batida ressoava com o peso de sua indignação. Albert testemunhou a crueldade dos capazes, que não hesitavam em usar seus chicotes para punir os escravos por erros mínimos. O dono da mina, um homem corpulento e impiedoso chamado Sr. Darius, perambulava pela mina com um olhar predatório.

Certa tarde, enquanto estava sentado ao lado de Urso, Albert notou que Hariet, a moça ruiva, estava particularmente calada. Seus olhos tristes e as marcas frescas em seu corpo contavam uma história orgânica. Intrigado e preocupado, Albert decidiu investigar o que estava associado.

Após o expediente, Albert abortou Hariet com cautela, se ela estava bem. Com a voz trêmula, ela revelou o pesadelo que enfrentou todos os dias. Sr. Darius a escolheu como seu brinquedo, abusando-a tanto fisicamente quanto emocionalmente. Era uma realidade apavorante que ela era forçada a suportar em silêncio.

A raiva de Albert queimou intensamente dentro dele. Aquele não era apenas um sistema de escravidão desumano, mas um lugar onde a emoção e as emoções eram roubadas diariamente. Determinado a fazer algo, Albert jurou proteger Hariet e todos os outros escravos daquele inferno.

Os dias se arrastavam, e Albert observava as crueldades se intensificarem. Os espancamentos por mínimos erros se tornaram cada vez mais brutais, e a luxúria do Sr. Darius por poder não conhecer limites. Albert e seus companheiros de cela apoiaram a dor física e mental, mas a chama da revolta dentro deles queimava cada vez mais intensamente.

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