Capítulo 10: A Preparação para a Batalha

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Já se passaram algumas semanas desde que os grupos se uniram, formando uma nova comunidade composta por 27 pessoas, incluindo crianças. Durante esse período, eles se esforçaram para fortalecer sua defesa e estabelecer laços mais profundos entre si. A união se tornou sua maior fortaleza, impulsionando-os a enfrentar qualquer desafio que surgisse.

Em um dia de muita neve, enquanto a nova comunidade se organizava para mais um dia de preparação, um dos membros do grupo, chamado João, estava de vigia em um posto avançado. Seus olhos vigilantes percorriam a área circundante, quando, de repente, ele avistou duas figuras suspeitas rondando nas proximidades.

João observou com atenção enquanto as duas figuras se moviam sorrateiramente pela floresta. Seu treinamento e instinto o alertavam de que algo não estava certo. Ele manteve-se silencioso, observando-os de longe, até que, inesperadamente, um dos indivíduos pisou em uma das armadilhas cuidadosamente preparadas pelo grupo.

Um estrondo ensurdecedor ecoou pela floresta, e o indivíduo caiu em uma vala profunda. Seus gritos de dor se misturaram ao ar, enquanto ele lutava para se libertar. O outro suspeito, momentaneamente surpreso, tentou correr para ajudar o companheiro, mas foi capturado em outra armadilha, ficando preso.

A notícia se espalhou como um rastro de pólvora pelo acampamento, e a comunidade se reuniu em torno das armadilhas para avaliar a situação. João, junto com um grupo de membros habilidosos, retirou os dois indivíduos presos nas armadilhas e os levou para o acampamento.

O sobrevivente, agora sob o olhar vigilância e interrogado, revelou-se relutante em fornecer informações. A tensão pairava no ar, e o suspense crescia a cada minuto. O destino da comunidade dependia dessas revelações.

João e seu grupo de interrogadores persistentes aplicaram uma pressão implacável sobre o prisioneiro. Cada pergunta era pontuada por um olhar fixo e intenso, transmitindo a seriedade da situação. A atmosfera na sala era carregada de expectativa e o pulsar acelerado do coração ecoava no silêncio.

Finalmente, após horas de questionamentos árduos, o prisioneiro começou a ceder. As palavras saíam de sua boca trêmula, revelando lentamente informações vitais. Miguel, o capturado com vida, hesitante e com os olhos cheios de medo, começou a falar.

Ele relatou detalhes importantes sobre Darius e seus planos maquiavélicos. Darius estava planejando lançar um ataque em larga escala contra a comunidade de Albert, aproveitando-se do fim do inverno, quando eles estariam supostamente despreparados e que levar seus guardas pela floresta seria bem mais fácil, pois um grupo grande em uma floresta no inverno é muito perigoso. Miguel revelou que Darius acreditava que essa seria a oportunidade perfeita para capturá-los de uma vez por todas.

Com uma voz trêmula, Miguel também mencionou que Darius ainda possuía cerca de 50 guardas. No entanto, ele não havia informado seu superior no reino sobre a fuga do grupo de Albert, pois estava determinado a resolver tudo sozinho e evitar a condenação por uma possível falha na administração da mina de escravos.

A comunidade absorveu as informações com um misto de choque e determinação. A ameaça de Darius era real e iminente, e eles sabiam que a batalha pela sobrevivência se aproximava rapidamente. O tempo se tornou seu inimigo mais implacável.

Albert convocou uma reunião de emergência, onde compartilhou as revelações sombrias de Miguel. O peso das palavras ecoava nas mentes de todos os presentes. O futuro incerto e a iminência do conflito pairavam no ar como uma nuvem negra.

A sala estava impregnada de tensão e emoção contida. Albert, com a voz firme e os olhos decididos, enfatizou a importância da estratégia, da coragem e, acima de tudo, da união. Ele lembrou a todos que a sobrevivência deles dependia da capacidade de se unirem como uma força imbatível contra o inimigo.

A comunidade redobrou seus esforços na preparação para a batalha iminente. As armadilhas foram reforçadas, as estratégias de combate aprimoradas e cada membro se dedicou a treinamentos intensivos. Cada dia era uma corrida contra o tempo, e a urgência se tornou uma chama ardente em seus corações.

Enquanto isso, João e seu grupo de interrogadores incansáveis continuaram a extrair informações cruciais de Miguel. Ele revelou detalhes sobre as táticas de Darius, e até mesmo as fraquezas de suas tropas. Essas informações valiosas seriam a chave para traçar um plano eficaz de defesa e contra-ataque.

A atmosfera no acampamento estava eletrizante. A cada dia que passava, o suspense e a tensão aumentavam, como uma corda esticada prestes a se romper. Cada membro da comunidade estava ciente de que o embate final se aproximava rapidamente, e eles se prepararam não apenas fisicamente, mas também mentalmente.

A determinação se tornou seu escudo mais poderoso. Eles fortaleceram sua resiliência, encarando o desconhecido com bravura e confiança uns nos outros. Cada olhar trocado continha a promessa de lutar até o último suspiro.

A contagem regressiva para o fim do inverno se tornou uma trilha sonora implacável. A comunidade tinha apenas alguns meses preciosos para se preparar antes que Darius e suas forças avançassem. Cada dia era uma batalha contra o tempo, mas eles se dedicaram com fervor a treinamentos exaustivos, fortificação do acampamento e aprimoramento das estratégias de defesa.

Durante esse período intenso, a comunidade também estabeleceu uma rede de comunicação sólida. Sinais de alerta foram desenvolvidos, e uma estrutura organizacional clara foi estabelecida para coordenar ações e tomar decisões rápidas durante o confronto iminente.

Albert, reconhecendo a importância do combate a distância, decidiu que a fabricação de arcos e flechas era essencial para o grupo. Ele possuía o conhecimento necessário e sabia que essas armas seriam cruciais para emboscadas na floresta e ataques estratégicos. O processo de fabricação dos arcos e flechas foi meticuloso e carregado de tensão:

Seleção de materiais: Albert orientou o grupo a procurar árvores flexíveis na floresta, como teixo, bordo, freixo ou salgueiro. Essas árvores eram conhecidas por suas propriedades adequadas para a fabricação de arcos. Eles buscaram galhos retos, sem rachaduras, com a altura aproximada de um braço estendido.

Modelagem do arco: Com mãos habilidosas e um olhar afiado, Albert instruiu o grupo a remover todas as ramificações e folhagens dos galhos selecionados. Os galhos foram cuidadosamente dobrados para testar sua flexibilidade. Se algum galho estivesse muito rígido, eles o aqueceriam com cautela próximo a uma fogueira, tornando-o mais maleável. A forma básica do arco consistia em uma curva elegante, com as extremidades voltadas para o arqueiro, esperando para liberar sua força destrutiva.

Corda do arco: Albert sugeriu criar cordas para os arcos utilizando fibras naturais, como cipó, corda de cânhamo ou tendão de animal. O grupo mediu a distância entre as extremidades do arco, deixando uma pequena folga para a tensão adequada. Eles amarraram a corda com firmeza nas extremidades do arco, garantindo que ela ficasse apertada e alinhada corretamente.

Confecção das flechas: O grupo adentrou a floresta em busca de galhos finos e retos para as flechas. Eles selecionaram penas de pássaros para estabilizar a trajetória das flechas e utilizaram pontas de pedra afiada para maximizar o impacto. As pontas de pedra foram presas aos galhos por meio de resina de árvore aquecida, proporcionando uma fixação segura.

A fabricação dos arcos e flechas levou semanas intensas, mas o resultado foi incrivelmente satisfatório. Os arqueiros se dedicaram a treinar incessantemente, aprimorando sua precisão e velocidade. Eles formaram um destacamento especializado, prontos para defender a comunidade com flechas afiadas e mira implacável.

Enquanto a comunidade se preparava para a batalha, João continuava a extrair informações valiosas dos prisioneiros. A cada sessão de interrogatório, ele descobria mais detalhes sobre as táticas de Darius e as vulnerabilidades de suas tropas.

O dia do confronto final se aproximava rapidamente. A tensão atingiu seu ápice quando Albert reuniu todos os membros da comunidade antes da batalha. Ele olhou para cada um deles, vendo coragem e determinação em seus olhos.

Com uma voz firme, Albert proferiu palavras de encorajamento e unidade. Ele ressaltou que a batalha seria difícil e perigosa, mas acreditava na força coletiva da comunidade. Ele enfatizou que cada um tinha um papel importante a desempenhar e que, juntos, eles poderiam superar qualquer desafio.

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