33: O Fardo da Vitória e a Nova Ameaça

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A luz do novo dia começava a despontar, tingindo o céu com uma mistura suave de laranja e rosa. No entanto, a vila de Nova Aurora não refletia essa serenidade. O campo de batalha ainda estava marcado pelas feridas da luta recente. As muralhas da vila, embora ainda de pé, exibiam as cicatrizes do confronto. Alguns tijolos estavam deslocadas, com fissuras e brechas visíveis, especialmente perto dos portões, onde o impacto das tropas inimigas havia sido mais feroz. Os poucos guardas que permaneciam vigiavam as áreas danificadas, atentos a qualquer movimento suspeito, com os olhos pesados de cansaço.

Ao longo das ruas, havia uma sensação de desolação e luto. Os corpos dos mortos, tanto de defensores quanto dos invasores, estavam sendo recolhidos lentamente, com os sobreviventes fazendo pequenas fogueiras para queimar os corpos, conforme os ritos e tradições. O cheiro de fumaça, misturado com o da morte e da batalha, enchia o ar. Poucos conversavam, e quando o faziam, suas vozes eram abafadas, refletindo o peso do luto e da exaustão.

Albert organiza os sobreviventes:

Albert, embora visivelmente esgotado, não tinha tempo para descansar. Ele caminhava ao longo das muralhas, inspecionando os danos e organizando os reparos imediatos com os poucos homens que ainda restavam. Os recursos da vila estavam se esgotando, e havia poucos reforços disponíveis. Cada reparo improvisado que faziam nas muralhas parecia frágil diante da iminência de outro ataque. Mesmo assim, Albert se mantinha resoluto, dando instruções e incentivando os defensores a reforçarem as áreas mais vulneráveis.

O número de soldados disponíveis estava drasticamente reduzido, e muitos dos que ainda podiam lutar carregavam feridas das batalhas anteriores. Albert sabia que, se as tropas de Eldoria atacassem novamente, eles não poderiam resistir por muito tempo sem uma estratégia sólida. Ele começou a redistribuir armas entre os homens restantes, dando prioridade às armas de fogo que ainda estavam operacionais. Cada tiro seria precioso, e ele sabia que precisariam ser usados de maneira cirúrgica.

"Cada um de nós tem uma responsabilidade", Albert disse enquanto olhava nos olhos dos defensores restantes. "Vocês sabem o que está em jogo. Se eles atravessarem essas muralhas, não restará nada. Cada bala conta, cada segundo importa."

Urso e Hariet:

Urso, mesmo ferido e visivelmente cansado, estava determinado a continuar lutando. Ele não permitia que sua lesão o impedisse de liderar seus guerreiros, e estava entre os primeiros a se voluntariar para reforçar os portões. Sua presença, uma figura imponente com uma espada na mão e seu corpo marcado pela batalha, trazia uma sensação de segurança aos que o seguiam. Os ferimentos em seu corpo contavam a história de um homem que havia lutado até o último instante, e que continuaria a fazê-lo até o fim.

"Estamos em menor número, mas somos mais fortes que eles," Urso dizia para seus homens enquanto organizava os que estavam prontos para lutar. "Cada um de vocês lutará pelo que mais ama. Lutem como se cada golpe e cada tiro fosse o último."

Enquanto isso, Hariet se preparava silenciosamente, revisando suas armas e afundando-se em pensamentos. Sabia que o sucesso ou fracasso de Nova Aurora poderia depender da precisão de seus tiros e de seu esquadrão de atiradores. A posição elevada que ela e seus atiradores ocupavam agora era uma das últimas defesas da vila. A calmaria antes da próxima tempestade de aço era quase palpável, e Hariet sabia que precisaria de concentração máxima.

Ela afivelou seu cinturão, verificou sua arma de fogo uma última vez e olhou para o horizonte, onde o exército inimigo poderia chegar a qualquer momento. "Cada tiro vai contar, assim como cada vida que podemos salvar", ela murmurou, posicionando-se em um ponto estratégico, com a mão firme no gatilho.

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