Hariet entrou na sala com passos hesitantes, sentindo uma tensão no ar que parecia engoli-la por completo. Seu coração batia descompassado, ecoando o som do medo e da incerteza que a assolava. Cada respiração era pesada, como se o ar estivesse carregado de um presságio sombrio. O olhar de Hariet buscava desesperadamente uma faísca de esperança, mas tudo o que encontrava eram sombras e silêncio.
Quando seus olhos encontraram os de Rilda, o mundo parecia desabar ao seu redor. O rosto de sua amiga refletia um misto de horror e tristeza, uma expressão que espelhava a profunda dor que todos compartilhavam naquele momento. Era como se a esperança tivesse sido aprisionada junto com eles, e cada batida do coração só intensificava a sensação de desespero.
Darius, o opressor implacável, estava sentado no trono do poder, seu rosto adornado por um sorriso cruel. Era como se a maldade fluísse por suas veias, alimentando seu prazer em assistir à miséria alheia. Com um gesto autoritário, ele ordenou que Rilda fosse lançada ao abismo do calabouço, arrastando consigo Albert, Urso e os outros companheiros de Albert que haviam se envolvido no plano de fuga.
O choque estampado nos olhos de Rilda ecoava em cada fibra do ser de Hariet, uma angústia indescritível que ameaçava sufocá-la. Ela testemunhou, impotente, sua amiga ser arrancada de seus braços, como se a última esperança estivesse sendo arrancada de suas mãos. O som dos passos pesados ecoando pelo corredor, misturado aos soluços abafados de Rilda, ecoava como uma melodia de desespero em seus ouvidos.
O calabouço, um lugar de sombras e desesperança, abraçou Rilda com sua atmosfera sufocante. Cada passo que a afastava do mundo exterior parecia apagar um pouco mais a chama da liberdade em seu coração. As paredes úmidas e sujas pareciam sussurrar histórias de tristeza e sofrimento, enquanto as correntes frias que envolviam seus pulsos e tornozelos a prendiam a uma realidade cruel.
Albert, Urso e os demais prisioneiros lançaram olhares de desespero misturados com uma esperança frágil a Rilda. Eles sabiam que o plano havia sido revelado, mas ainda mantinham uma centelha de coragem em seus olhos cansados. A união e a solidariedade que compartilhavam eram sua única arma contra a tirania que os aprisionava. Mesmo nas profundezas da escuridão, eles se mantinham unidos, prontos para enfrentar as consequências de sua busca pela liberdade.
Enquanto isso, Darius deixou claro que a crueldade não teria limites naquele calabouço sombrio. Ele instruiu os guardas a aplicarem punições severas e implacáveis aos escravos envolvidos no plano de fuga. O som do chicote cortando o ar e o grito angustiado dos prisioneiros ecoavam por cada canto da cela, alimentando o clima de terror e opressão que pairava sobre eles.
Hariet, consumida pela dor e pela impotência, sentiu suas forças se esvaindo. Cada pancada que Darius infligia sobre ela ecoava como um grito silencioso de injustiça. Seu corpo marcado e machucado clamava por misericórdia, mas sua alma rebelde se recusava a render-se. Ela sabia que havia mais em jogo do que sua própria vida, que a luta por liberdade era um legado que transcenderia seu tempo.
Determinada a resistir, Hariet enfrentou Darius com todas as suas forças. Uma luta feroz se desenrolou, e o som dos punhos colidindo com violência ecoava pela sala, como um hino à resistência. Cada golpe que ela recebia fazia lembrar de todos aqueles que haviam sofrido nas mãos do opressor, e sua determinação só crescia.
Apesar de apanhar brutalmente, Hariet recusou-se a ceder. Com um último esforço, ela aplicou um golpe certeiro na cabeça de Darius, utilizando um objeto que estava ao lado da cama. O tirano desabou inconsciente, sua aura de poder desvanecendo-se temporariamente.
Enquanto lutava por sua vida e pela liberdade de seus companheiros, Hariet percebeu uma oportunidade reluzente em meio às sombras. Seus olhos se fixaram em uma mesa próxima, onde repousavam objetos que poderiam ser úteis para sua causa. Chaves e algumas espadas estavam ali na sala de Darius. Com um raciocínio rápido, ela se aproximou da mesa e experimentou uma tocha acesa e alguns frascos de óleo.
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Nova Aurora
PertualanganEssa é a história de Albert, um engenheiro mecânico comum que levava uma vida tranquila e previsível no mundo moderno, até que um evento inexplicável mudou tudo. De repente, ele desperta em um mundo completamente diferente, preso no corpo de um simp...