ONZE - Suporte-me

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– Acha que vão ficar bem sozinha?

Ambrose perguntou a Pandora vendo-a encarar a porta esperando Henley surgir do banheiro da pensão. Ela estava apreensiva, ansiosa e preocupada.

– Eu? Sim, já ela, vai levar algum tempo, mas acho que posso ajuda-la. Ou ao menos tentar.

Pandora respondeu observando Ambrose parado ao seu lado, protetor, mas distante. Ele queria voltar para ao lado de Kia, Pandora havia notado que a dependência emocional crescia cada vez, curiosamente ela não via isso de forma que ocorresse de ambos aos lados.

– Posso ficar e ajudar se quiser. Talvez contar a ela sobre seus poderes e distanciar sua mente do que a está a infligindo.

– Fugir do que aconteceu com ela naquele lugar não vai ajudar e eu acho que depois de tudo que ela passou, eu sou a única que ela consegue suportar a presença no momento.

– Isso é verdade. Você foi a única que ela conseguiu olhar nos olhos. O restante de nós parecíamos vilões assustadores para ela.

– É por que o vilão da história dela, não são os demônios que você está acostumado. É isso que acontece quando um homem decide trata-la nada além de uma coisa, rompendo seu espirito para fora.

– Tantas outras não podem se proteger, não é?

– Nesse país, centenas. Mas eu queria te perguntar uma outra coisa antes de ir.

– Sobre ele, não é?

Ambrose perguntou, era nítida a dificuldade de Pandora de se relacionar com Zedd e Hector.

– Você reparou também, não é? Como é incomum o controle que ele tem sobre a face demoníaca. Especialmente transformado no início da adolescência. Aonde suas emoções estão nos picos da loucura.

– Sim, eu reparei. É excepcional. Para ser honesto, eu não tenho muita experiencia também, mas ele é o que melhor consegue controlar seus poderes e instintos, tanto quando está transformando, tanto quando não está. E mesmo enfrentando os desafios de não ser totalmente humano, ele parece manter a besta dentro de si acorrentada, melhor que a grande maioria.

– Então, é verdade, o que dizem sobre isso?

Perguntou receosa, ela sabia que Zedd não conhecia seu pai e que isso era uma verdade real para basicamente todos da sua espécie, mas não significava que isso tornava seu pai menos perigoso, mesmo demônios caídos eram inimigos poderosos.

– Sim, é verdade. Quanto mais forte for o demônio, mais humano sua cria conseguirá aparentar. Eles herdam tudo. A inteligência, o poder, os traços, a capacidade de mentir e dissimular, se o pai dele é um demônio acostumado a simular a face humana, ele também teria facilidade em retornar à própria. Mas nada impede que sua parte humana e sua criação também influenciem seu comportamento e índole.

Completou, não era justo julgá-lo por somente metade da sua cadeia genética.

– Mas isso significa que o pai dele não é um demônio caído comum, vagando enlouquecido e abusando de jovens moças...

Pandora tentou dizer.

– Não, isso significa exatamente o contrário. O total oposto.

– Então como é possível, todos os caídos poderosos assim foram mortos ou aprisionados nas guerras?

Disse a garota por fim, pasma e assustada.

Véu dos Mundos, vol. II - Chamas InfernaisOnde histórias criam vida. Descubra agora