VINTE E CINCO - Investigue-me

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As cortinas das janelas estavam fechadas e Hector conseguia sentir o cheiro de algo queimando em algum lugar no apartamento de Zedd, além das velas que queimavam com as chamas infernais.

Ele tinha se habituado a vê-lo usar seus poderes, contudo Hector não sabia dizer a extensão desses poderes, mesmo sabendo que como Kia e Pandora, Zedd era capaz de algum grau de feitiçaria.

– Como isso funciona exatamente?

Perguntou observando Ayana parada em frente a mesma mesa que ele e Zedd estavam.

Ela parecia segura e calma, e normalmente era o que Zedd demonstrava também, só que de um jeito completamente diferente. Hoje por outro lado ele estava concentrado e focado. Ele estava aprendendo tanto quanto Hector.

– Magia conjuradora é a união de poder, conhecimento e meios para se atingir um resultado. É a arte mais complexa das três forças místicas. Magia angelical, normalmente é magia de intenção. Retirando poder diretamente da força de vontade do seu usuário, alinhando-se em casos mais raros com magia de construção, que se assemelha a forma dos conjuradores de realizar seus feitiços, mas em escala ligeiramente menor. Já a magia demoníaca ela consistente em alterar as propriedades das coisas ao redor. Manipulando a realidade em si para lhe obedecer, usando o movimento do seu próprio corpo para tecer esses comandos.

Ayana o respondeu retirando sua jaqueta, mostrando o cropedd trançado de couro tingido de roxo. Delineando o que Hector poderia considerar como medidas perfeitas de busto. Mesmo que ele estivesse focado no que é que fosse acontecer ao redor era impossível não olhar para ela dos pés à cabeça. Principalmente quando ela conseguia ficar em pé em um salto alto tão fino numa calça feita do mesmo couro do cropedd.

– Então vocês dois vão chacoalhar suas mãos e fazer Lilith aparecer nesse mapa?

Perguntou dessa vez apontando para mesa. O mapa das cidades antigas era fácil de se reconhecer porque era uma cópia exata de um exemplar que ficava exposto na biblioteca do palacete desde que Hector conseguia se lembrar.

– Mais ou menos – Zedd respondeu, fazendo o mesmo que Ayana, ficando somente com uma regata larga e transparente – Lilith é poderosa demais, o que significa que ela colocou proteções sobre ela e nos locais aonde se esconde, mas com o feitiço que queremos lançar e a combinação do nosso sangue, talvez consigamos achar locais aonde a magia demoníaca foi mais proeminente e podemos começar a investigar por ai.

– Então é por isso que os outros não estão aqui?

Perguntou, se referindo quase que exclusivamente a Kia.

– A magia de Kia, Pandora e de meu adorado irmão – comentou Ayana, com a última parte com desdém – iria atrapalhar mais que fazer algum bem. E só precisamos mesmo de você, porque você é a fonte de poder ligado a Lilith mais próxima que temos sem ser aqueles cadáveres contaminados.

– Extrair a energia deles demoraria muito tempo e esforço, com seu sangue podemos fazer isso muito mais rápido.

Zedd explicou e Hector assentiu.

– Então o que estamos esperando? – perguntou estendendo seu braço e Ayana foi ainda mais rápida, segurando seu punho e cortando a palma de sua mão com uma faca – Argh! Uma faca serrilhada?

Perguntou sentindo Ayana pressionar seu dedo sobre o corte para aumente o fluxo de sangue que escorria direto sobre o mapa.

– Você se cura.

Véu dos Mundos, vol. II - Chamas InfernaisOnde histórias criam vida. Descubra agora