VINTE E DOIS - Comprometa-me

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            Zedd parou frente a porta do quarto de Ayana, era perceptível para todos eles a quantidade de energia que emanava das paredes. Mas somente Zedd conseguia realmente entender as flutuações daquele poder.

Com seu braço esquerdo ele espalhou a energia azulada sobre todo o ar, emanando poder sobre todo corredor tornando visível o que ele conseguia ver com seus olhos repletos de escuridão.

– O que são esses padrões?

Skye perguntou observando várias manchas azuis sobre a tinta da parede reagindo com a energia de Zedd, enquanto angelicais possuíam o enoquiano como língua materna, tendo runas como sua forma escrita. Demônios possuíam uma linguagem completamente diferente. E como humano Skye não conseguia processar toda informação que via, nem mesmo Henley, Hector ou Reagan a acompanhavam. Somente Ambrose, Kia, Pandora e Zedd conseguiam seguir aqueles padrões, percebendo como sutilmente eles mudavam a cada alguns minutos.

– A linguagem demoníaca não possui nome, nem origem exata. Ela é basicamente metafórica – Zedd explicou – Cada um desses símbolos contam histórias, você unifica os significados e cria uma resposta – disse apontando com a mão, havia cobras, aves, e linhas espiraladas e muito mais, era como olhar num livro de gravuras – Desse jeito um mesmo padrão de símbolos pode ser lido de diferente formas, dependendo da ocasião e de quem o criou. E complicado de explicar. Normalmente quando usados para um texto é preciso de uma palavra chave para se decodificar o conteúdo inteiro. Mas como magia os padrões são mais específicos, como nefilim eu tenho acesso instintivo a alguns deles, mas não há tudo como o Kia tem ao enoquiano. Eu tive que aprender, mas não há muita gente que saiba ensinar, então honestamente eu não reconheço metade dos símbolos. Mas o que posso dizer é que ela é muita boa.

Completou fascinado.

– É claro que eu sou, mas não se sinta mal, você é um bebê comparado a mim.

Ayana respondeu espantando a todos, surgindo atrás de Henley, projetando sua imagem num espelho largo preso a parede oposta as proteções, no corredor.

– Abra a porta, por favor, Ayana.

Ambrose solicitou sem tomar um susto como a maioria. Mas Ayana nem sequer o respondeu.

– Por favor, Ayana, precisamos da sua ajuda.

Kia completou levando o olhar da garota até ele.

– Se vocês quebrarem minhas proteções, talvez eu possa pensar. Até lá vocês não valem um minuto do meu tempo.

Respondeu irritada analisando todos aqueles rostos perdidos e confusos. Humanos e incrivelmente jovens.

– Você sabe que não podemos, não sem explodir todo esse andar no processo.

Zedd acrescentou ainda com olhos negros.

– Então você notou.

Comentou de olhos fechados achando graça. Havia uma armadilha escondida nas proteções que detonaria uma explosão se ela fosse ativada. Ayana estava levando sua segurança muito mais a sério agora.

– Não, exatamente. Não entendi totalmente como funciona, mas reconheci uma ou duas coisas.

– Promissor para alguém tão novo. Mas isso não vai te salvar.

Completou ela surpresa.

– Você tem a mesma idade do Ambrose, você não é tão velha assim.

Véu dos Mundos, vol. II - Chamas InfernaisOnde histórias criam vida. Descubra agora