Há muitos anos atrás, quando ainda não havia internet, ou se quer uma faísca de tecnologia, duas pessoas destinadas a se encontrarem, se viram pela primeira vez.
Era uma noite fria, que congelava até as pessoas que possuíam o coração mais quente. Uma moça chamada Rívia, corria pelas ruas de uma pequena aldeia, na Inglaterra, estava sendo perseguida por alguns soldados, pois havia roubado um saco de moedas de um homem. Enquanto corria desesperada para nao ser pega, acabou esbarrando em um homem alto e moreno, cujo nome era Gus, de Gussier - eu sei é um nome estranho - Ela caiu no chão, deixando o saco esparramado com as moedas fora.- Pegamos você, ladra! Levante-se.
O homem que havia sido esbarrado, ao ver aquela cena, ficou curioso para saber o que estava acontecendo.
- O que está havendo? Você, é a mulher que esbarrou em mim, por que estava correndo? - um dos soldados, guardou a espada e se dirigiu em direção a Gus.
- Ela roubou um nobre, Senhor.
- Ah é mesmo?
- Eu roubei por que preciso desse dinheiro, minha mãe está doente.
- Cale a boca vadia.
- Quanto ela roubou?
- Umas 5 moedas.
- Pois bem, lhes darei 10 moedas para que esqueçam o que houve aqui e a deixem ir.
- Mas senhor, ela é uma ladra.
- Não mais - Então ele tirou um saco do seu bolso que continha 12 moedas - vao, devolvam o dinheiro do nobre e finjam que nada aconteceu.
Os soldados espantados com a atitude do homem, pegaram o saco com 12 moedas e foram felizes embora.
A moça ainda caída no chão, estava perplexa com o que havia acabado de ver. Com uma de suas pernas machucadas, devido a queda, não conseguia se levantar.E então Gus se aproximou e a pegou no colo.
- O que está fazendo?! Me solte!! - ela gritava, batendo em seu braço e ele demonstrava não sentir nenhuma dor.
- Como você é mal agradecida, eu te ajudo e você me bate - ela para de bater logo em seguida.
- Na verdade você está me sequestrando.
- Não, estou te ajudando, você precisa cuidar dessa perna.
A moça ficou calada durante o trajeto, ainda sendo carregada por ele, acabou adormecendo em seus braços.
Gus abriu a porta de sua casa e a deitou sobre a cama de um dos quartos.
No dia seguinte, ela acorda um pouco desorientada.- Onde estou?
Entao Gus aparece na porta e fica a observando.
- Na minha casa.
- Uau, só esse quarto é maior que a minha casa.
Ele se aproxima e senta na cama, chama uma empregada que trás comida em uma bandeja.
A moça sentada e encantada com a comida, sem pestanejar começa a comer tudo.
- Posso lhe perguntar algo?
- Claro.
- Por que está me ajudando?
- Porque sim.
- Ja estou lhe entendendo.
- Como assim?
- Você é o tipo de homem misterioso.
- Bom, isso é muito superficial para me definir, mas não posso negar também.
Ela sorri e se levanta.
- Onde vai?
- Para casa, minha mãe está me esperando.
Gus sorri misteriosamente, se levanta e caminha em direção a moça.
- Eu sei que você não tem mãe, ou família alguma.
- Ah que ótimo, agora que já sabe tudo sobre minha pessoa, vou embora.
- Fique por favor, posso cuidar de você, posso dar comida, casa, tudo que você quiser...
- Em troca de...
- Como assim "em troca de"?
- Ninguém faz nada de graça, Senhor.
- Eu faço. Bom, essa casa é grande demais só pra mim, seria bom ter uma companhia.
- Isso é tentador e ao mesmo tempo me causa desconfiança.
- Faremos assim então, pode ir para sua casa e sempre que precisar, pode vir aqui.
- Sua bondade e gentileza me surpreendem, você deve ser de outro país.
- Na verdade, eu vim do céu.
- Se fosse outra pessoa dizendo isso, eu duvidaria - ela ri e caminha em direção a porta - Posso perguntar mais uma coisa?
- Claro.
- Se eu ficasse aqui com o Senhor, eu seria livre?
- Sim, mas teria que prometer uma coisa.
- O que ?
- Que nunca mais roubaria denovo.
- Isso seria fácil, você me daria tudo, então eu não teria mais motivos para roubar.
- Tem razão, então teria que prometer que jamais trairia minha confiança.
- Eu aceito - ela da meia volta e se senta na poltrona.
- Está falando sério ?
- Sim, vou morar aqui com você. Mas, as pessoas vão falar mal de mim, criarão boatos...
- Aí entra a segunda parte da promessa.
- Segunda parte?
Gus retirou um anel do bolso e entregou para ela.
- Case comigo.
- O que?! Não, sabia que tinha algo a mais.
- Não se preocupe, não quero nada de você, não quero machuca-la, só quero que sejamos casados perante a sociedade.
- Por que isso? O Senhor tem dinheiro, pode conseguir a mulher que quiser.
- Esse é o problema, não quero outra mulher. A minha escolhida é você, e por favor me chame de Gussier.
- Sim, Gussier. Tudo isso é uma loucura, antes de confirmar, preciso fazer mais perguntas.
- Claro. Antes de tudo, qual seu nome?
- Rívia.
E foi assim que tudo começou, dois estranhos se casando. Sem se conhecer ou ao menos estarem apaixonados, eles se casaram para manter imagens e ajudar aquela pobre moça... e enfim, acabaram se apaixonando, como um romântico clichê.
Mas como todo amor, esse foi uma surpresa, de uma noite congelante que levou um coracao até outro, para que pudessem se aquecer, eternamente...
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Eternos
Ficción históricaAntes do mundo ser criado, Deus fez dos anjos seus ajudantes, porém houve uma época em que alguns desses anjos se rebelaram com Deus, por não poderem amar, seja um anjo ou humano. Mas um certo dia um desses anjos resolveu revelar seus pensamentos, c...