Capítulo 176/180

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176º CAPÍTULO

Gabriel nos deu uma carona até em casa. A Lua estava em frente de casa, sinceramente, achei que ela ficou nos esperando. Ela encarou o Gabriel e sorriu pra ele quando ele olhou pra ela. Mas ele foi frio, nos despedimos dele e ele saiu com o carro.
Nós sentamos nos sofás da sala. Estávamos mortos de cansaço. Mas dessa vez, não foi ruim estar cansada. Foi ótimo o nosso fins de semana.
Manuela: Quero mais finais de semana como esse.
Jack: Também quero. – Ela disse deitando a cabeça no colo da Flávia.
Flávia: Que folga é essa? – Ela riu e a Jack também.
Manuela: Acho que eu vou dormir um pouquinho. To mega cansada. – Disse já me levantando. Guilherme segurou o meu pulso devagar.
Guilherme: Ah, amor... Fica aqui comigo mais um pouquinho.
Manuela: Amor... Eu to muito cansada. – Inclinei o corpo e dei um selinho nele.
Guilherme: Ta bom, amor. Vai descansar. – Ele fez um biquinho e eu ri.
Fui pro meu quarto e eu estava realmente cansada. Eu capotei. Não tive coragem nem de tirar meu sapato. Dormir com ele mesmo.
Eu só me lembro de acordar desesperada e assustada. Tive um pesadelo horrível. Sonhei que meu pai batia muito em minha mãe. Mais do que o normal. Espancava com um martelo e depois, apareceu com uma faca na minha direção. Eu acordei chorando. Guilherme estava do meu lado e correu me abraçar.
Era estranho ele estar ali, mas não questionei ele na hora. Meu coração estava disparado. Eu não conseguia parar de chorar.
Guilherme: Calma, amor. Calma. Foi só um sonho. – Ele não conseguiu me acalmar só com isso. Flávia ouviu meus gritos e apareceu correndo no quarto.
Flávia: O que aconteceu?
Guilherme: Ela teve um pesadelo. Agora está assim. Pega um copo com água, por favor, Flá.
Flávia: É pra já. – Ela foi em um pé e voltou no outro. Me entregou o copo com água. Minha mão tremia muito. – Gui, segura isso. Ela vai derrubar.
Foi o que ele fez. Ele me deu a água e eu fui me acalmando aos poucos.
Guilherme: Ta melhor?
Manuela: Eu quero salvar a minha mãe daquele monstro. – Eu o abracei de novo. Voltei a chorar.
Guilherme: Você sabe o que tem que fazer pra conseguir isso.
Flávia: Eu vou deixar vocês sozinhos. Se precisarem, me chamem. – Ela saiu do quarto.
Manuela: Você sabe que eu não posso. – Ele me olhava e eu fui afastando do abraço.
Guilherme: Por que não pode? Você pode sim. Você deve. Ele é seu pai e não faz mal só a tua mãe. Ele fez mal a você também. Te obrigou a sair de casa e tu veio parar aqui por culpa dele.
Manuela: Não. Não fala isso. – Eu coloquei o dedo indicador nos lábios dele.
Guilherme: Manu, você sabe que essa é a realidade. Você precisa denunciar esse homem.
Manuela: Não. – Eu gritei. – Não. Não. Ele é meu pai. Ele é um monstro, um infeliz. Um covarde. Mas é meu pai. E eu não posso fazer isso. Não posso. Eu não tenho esse direito. É minha mãe que tem que tomar essa decisão. Da pra me entender?
Guilherme: Você só incentiva aquele cara a ser assim com vocês. Ele continua pela impunidade. Manu, não deixa ele continuar com isso.

177º CAPÍTULO

Manuela: Você fala isso como se você mesmo não tivesse um exemplo na própria casa. Sua mãe também é um monstro. Ela obriga essas garotas a se prostituirem. Ok, eu entrei aqui pelas minhas próprias pernas, mas sei que agora, eu não posso sair. E não me venha dizer que posso, porque você sabe que não da. Ela acabaria com a minha vida pra que eu não abrisse minha boca.
Guilherme: Manu, não começa... – Eu continuei falando.
Manuela: Não começar? Falar dos outros é fácil, né!? Meu pai é sim um monstro. Fez sim mal a mim e ainda está fazendo a mal a minha mãe. Mas ele não obriga ninguém a se prostituir. Não explora ninguém. E por que você também não toma uma atitude? Sua mãe também merece estar presa. Você sabe disso.
Eu detestava brigar com o Guilherme. Detestava. Nesses meses juntos, nós brigamos pouquíssimas vezes. Todas as vezes que começávamos uma briga, um ou outro tentava evitar. Mas essa briga foi impossível evitar.
Guilherme: Manuela... – Quando ele falava meu nome todo, eu sabia que o negócio era sério. – Estamos falando de você. Não de mim. – Lá estava ele tentando evitar nossa briga. Lindo. Mas eu não queria evitar. Eu queria falar tudo que estava entalado.
Manuela: Por que não podemos falar de você? É a realidade. Você sabe. Todo mundo sabe. Sua mãe também é um monstro e você não gosta do que ela faz. Por que não denuncia ela também?
Guilherme: Porque... – Ele gritou, mas depois amansou a voz quando percebeu que eu olhei assustada pra ele. Ele se levantou nervoso.
Manuela: Anda, fala. Tô esperando.
Guilherme: Porque ela é minha mãe. Minha mãe. Eu não escolhi ser filho dela e não escolhi a profissão dela.
Manuela: Profissão. – Disse sarcasticamente.
Guilherme: Você entendeu. Mas eu não vou denunciar a minha mãe. Ela é minha família. Ela é a unica família que eu já conheci na vida. Não da.
Manuela: É exatamente por isso que eu não denuncio o meu pai. Será que é tão difícil assim de me entender?
Guilherme: É muito difícil. Porque você quer denunciar o seu pai e não faz isso logo.
Manuela: Minha mãe tem que fazer isso. Minha mãe. – Eu gritei o mais alto que eu pude. Ele me olhou meio surpreso. Eu voltei a chorar. Ele me assustou com segurou meus braços contra o meu corpo.
Guilherme: Ele te bate, te maltrata assim como faz com a sua mãe. Você tem todo o direito de denuncia-la. – Ele falou bravo e apertou os meus braços.
Manuela: Me solta, você vai me machucar. – Ele me soltou. Colocou as mãos na cabeça e me olhava assustado.
Guilherme: Desculpa. – Ele mudou de tom de voz. Chegou perto de mim, sentou-se do meu lado e me abraçou bem apertado. – Desculpa, meu amor. Eu não queria te machucar. Me diz que eu não te machuquei. Eu te machuquei? – Ele me olhou todo preocupado. Eu sorri e coloquei a mão no rosto dele.
Manuela: Não, meu amor. Ta tudo bem. – Ele sorrio parecendo aliviado e me envolveu em um abraço apertado.

PUTA PROFISSIONAL [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora