Capítulo 009 🦋

5.1K 388 5
                                    

Maratona 2/5

KATRINA 💎

Ficamos conversando mais um pouco, Kenedy não regressou e continuou falando no celular, mas se trancou em uma das quatro portas que tinha no corredor ao lado da escada.

— Estou com fome... — Falei enquanto passava as mãos em minha barriga —.

— Vai comer alguma coisa, já sabe onde é a cozinha — Valentina falou —.

— Posso? — Perguntei —.

— Agora você mora aqui, então... — Joice falou e eu a agradeci com um sorriso —.

Levantei e abri a geladeira, peguei a jarra de suco e um pote de requeijão, coloquei na mesa e puxei uma cadeira, quando comecei a preparar meu lanche vi a porta sendo aberta, ergui o olhar e vi Kenedy saindo de um dos quartos, desviei o olhar e voltei a fazer o que estava fazendo.

Foi então que ele puxou uma cadeira a minha frente e sentou-se, não disse nada, apenas me encarava de uma maneira estranha que fazia com que arrepios surgissem em minha pele.

— O quê foi? — Perguntei em voz baixa —.

Ele não respondeu, ficou apenas me encarando com aquele olhar vazio que podia ser interpretado de diversas formas.

Tentei não me abalar e quando fui dar a primeira mordida em meu pão escutei uma buzina.

— Deve ser o Henric — Camila falou enquanto puxava a cortina e vigiava —.

— É ele sim — Ela confirmou —.

— Vai logo, Katrina — Joice falou — Ele detesta esperar — Assenti e larguei meu pão —.

— Ei — Virei e o lunático que me encarava segurou meu pulso — Pode ir comendo, vai que você desmaia ou coisa assim — Kenedy falou e passou por mim, abrindo a porta e saindo, olhei para as meninas que se entre olharam mas nada disseram —.

— Até, meninas — Acenei, virei e peguei meu pão, sim, eu iria comendo! Estava faminta, e o Kenedy permitiu —.

— ANDA LOGO! — Henric gritou —.

Corri até o carro e entrei, ele me olhou através do retrovisor e só depois deu partida, saindo do condomínio sossegado.

Continuei comendo meu pão em silêncio enquanto ele conversava sobre algo com o Kenedy.

Depois de longos minutos chegamos ao centro da cidade, onde havia uma grande concentração de pessoas e de automóveis, fiquei nesse meio devaneio bobo e nem percebi quando o carro parou.

— Katrina, chegamos — Henric alertou e logo descemos do carro —.

Paramos diante da boate que as meninas me contaram e tanto temiam.

Ergui meu olhar e vi um letreiro grande escrito "Scandalous", ri em silêncio do nome nada original, observei enquanto o Henric conversava com dois seguranças que mais pareciam armários, depois ele me encarou e acenou com a cabeça para que eu o seguisse, fiquei imóvel, ele iria me deixar aqui?

— Por que? — Os seguranças e os dois homens que eu tanto temia me encaram — Henric, você não pensa em me deixar aqui, ou pensa? — Falei angustiada, já sentindo minha garganta queimar —.

— Relaxa, Katri... — Ele caminhou até mim e ergueu meu rosto para que eu o olhasse de maneira fixa — Pra você eu tenho planos bem diferente — Ele sorriu de uma forma tão calma que senti minha espinha gelar — Agora vamos!

Ele praticamente me empurrou até o local, os seguranças abriram as portas e entrei na companhia dos meus dois ceifadores.

O local cheirava a fumaça mesmo sem ter, álcool e sexo. As paredes tinham a cor preta, assim como as mesas e cadeiras, ali era escuro mesmo estando claro, era muito difícil enxergar ali sem muitas luzes acessas, na parte da esquerda tinha um bar com várias bebidas expostas, e a nossa frente tinha um palco com um poste ao lado, deveria ser o local onde as garotas dançavam.

Os segui até uma escada um formato caracol como ficava ao fundo da boate, subimos e vi uma porta fechada com cadeado, olhei para o Kenedy e o peguei, ele estava olhando pra mim.

— Entra — Henric falou e assim fiz, entramos e esperei por mais ordens do meu "patrão" — Já pode sair, Kenedy.

— Nem ferrando — Kenedy falou e sentou-se na cadeira em frente a mesa —.

— Kenedy... — Henric o olhou com um olhar mortal e fez um gesto para ele sair. Depois de alguns segundos nessa guerra em silêncio, Henric pareceu ganhar, e Kenedy levantou irritado, batendo a porta com força assim que ele saiu — Enfim sós — Henric falou com um voz vazia e sádica —.

EVAOnde histórias criam vida. Descubra agora