Capítulo 059 🦋

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KATRINA 💎

— Pois é isso que vou começar a fazer, Matheus — Henric falou —.

Em seguida abriu uma das gavetas de sua mesa, retirando de lá um maço de cigarros.

— Acho que você sabe onde quero chegar, Henric — Matheus falou de uma forma mais dura, parecendo ficar irritado com tal diálogo cansativo —.

— Acho que não sei — Henric falou — Seja direto, Matheus...

Ele acendeu um cigarro e prendeu nos lábios.

— Quero que a Katrina seja minha — Ele falou de forma tão calma como quem havia acabado de dar um “bom dia”, mas ao meus ouvidos, aquilo era uma grande barbaridade —.

— Acho que não entendi — Henric inclinou o rosto —.

— Claro que você entendeu, Henric — Matheus falou irritado — Quero que ela seja fixa a mim. Qual seu preço? Ou melhor, qual o preço dela? — Matheus falou —.

— Não funciona assim — Henric falou depois de um longo silêncio —.

Olhei para o Kenedy que olhava fixamente para o Matheus.

— Você nunca foi de seguir regras, então... Dinheiro resolve tudo — Matheus falou —.

— Você é surdo? — Kenedy falou, ganhando a atenção de todos da sala — Não é assim que funciona!

— Kenedy... — Henric tentou acalmar o amigo —.

— O assunto aqui não envolve você, parceiro! — Matheus falou — Deveria conter esse seu ciúmes, pois cada vez que te encontro com ela é um surto que te envolve.

Kenedy ia pra cima dele, mas Henric se adiantou e tirou o amigo da sala, voltando a se sentar depois de trancar a porta.

Aquilo era ridículo.

— Continuando — Henric respirou pesadamente — Katrina não está disponível, se você escolher outra posso até resolver seu lado, mas Katrina esta fora de cogitação.

— Eu não quero outra, fui bem específico, eu quero ela — Matheus apontou pra mim. Ótimo, eu era uma boneca inflável pelo visto, servia como moeda de troca... Que perfeito! — Todo mundo tem seu preço, Henric... Só temos que saber o seu — Ele se debruçou sob a mesa e encarou o Henric — Dinheiro não é problema... É solução.

Henric sorriu de maneira descontraída.

— Katrina é cara, sabia? — Ele deu os ombros — O preço dela é bem alto...

— É só falar, e eu pago — Matheus falou de maneira rude — Seja quanto for.

— Katrina tem uma agenda bem movimentada, você teria que pagar um preço bem alto por ela. Estamos falando de muito dinheiro e...

— Henric! — Matheus falou visivelmente alterado — Acho que você não me ouviu, não é? Eu pago o quanto for preciso, mas eu quero exclusividade, entendeu?

— Se você está disposto há pagar o que eu quero... Então não vejo mal nenhum nisso — Henric falou dando-se por vencido, obviamente ele não sairia perdendo, arrancaria um bom dinheiro do Matheus — Temos um acordo.

Henric ofereceu sua mão, Matheus a apertou.

— Não quero que ninguém toque nela além de mim, Henric. Ninguém! — Matheus falou de maneira dura — Quando eu chamar... Ela tem que vir ao meu encontro, seja o dia ou a hora que for. Ela é minha. Caso aconteça ao diferente do que eu estou pedindo, acordo desfeito.

Henric assentiu.

— Por mim tudo bem — Ele deu os ombros — Vamos tratar de negócios agora — Henric me olhou — Pode sair agora, Katrina — Seu tom de voz já havia mudado, não era tão duro —.

Revirei os olhos e cruzei os braços, indo até a porta.

— Até outro dia, Matheus... Ops, meu dono — Falei com desdém e escutei seu riso —.

Abri a porta e sai, fechando-a com força em seguida.

O corredor estava vazio, ou quase isso, Kenedy estava parado no fim do corredor, com as mãos nos bolsos, mas assim que me viu veio completamente transtornado até mim.

— O quê? — Perguntei alarmada — O que foi?

Me afastei um pouco, mas de nada adiantou, de repente seu corpo já me prensava em uma das portas escuras.

— Você está adorando tudo isso, não é? — Ele perguntou enquanto me olhava — Era seu sonho ser a mulherzinha daquele cara.

Pensei em respondê-lo com uma ofensa, mas as coisas com o Kenedy não funcionavam assim... Eu provavelmente levaria um tapa ou coisa pior.

— Kenedy... — Tentei afastá-lo — Você está me deixando sem ar... — Meu pedido não funcionou. Ele continuava a me encarar como um louco — Kenedy, o que eu poderia fazer? Nada... — Falei fingindo não estar aliviada por escapar de dormir com inúmeros estranhos. Por fim, senti seu corpo ficar menos tenso, o empurrei e me afastei, criando certa distância — As coisas mudaram agora — Falei dando os ombros — Sou exclusiva dele agora, não podem tocar em mim — Falei e Kenedy sorriu, sorriu como se eu tivesse falado a maior besteira do século —.

— Essa regra não se aplica comigo, se ele acha que vai ser seu dono... Ele está muito enganado, isso tudo aqui é meu! — Ele bateu no peito — Incluindo você.

Ele sorriu de forma debochada e desceu as escadas, me deixando ali, tensa com suas palavras.

A porta se abriu minutos depois, Matheus saiu da sala com um sorriso do tipo “ganhei” nos lábios, caminhou até mim e despedaçando qualquer pensamentos de “agora vai ser diferente” que pairavam sob minha mente.

— Até, Katrina — Ele piscou, passando por mim e descendo as escadas, deixando-me ali, sozinha —.

Aquele homem mexia com a minha cabeça.

— RIDÍCULO! — Gritei na esperança que ele ouvisse —.

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