Capítulo 057 🦋

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KATRINA 💎

— Por que acha isso? — Tentei desconversar, mas o que levei em troca foi um solavanco —.

— Acha que eu estou brincando? — Ele segurou meu rosto, fazendo com que eu o olhasse — Se você acha que o Henric é ruim, é porque você ainda não me conhece... Eu sou muito pior do que ele, Katrina! Entendeu? — Balancei a cabeça freneticamente — Isso tudo aqui vai ser meu, Katrina... Incluindo você e eu não gosto de dividir minhas coisas — Assenti outra vez, ele continuou segurando meu rosto por alguns segundos, mas depois finalmente me soltou. Passei as mãos em meu rosto, rapidamente meus olhos lacrimejaram e eu tive que me conter pra não chorar em sua frente — Quando parar com esse seu show, sobe, o Henric que falar com você.

Ele saiu e bateu a porta.

Escorreguei meu corpo pela parede e sentei no chão, abraçando meus joelhos e me entreguei as lágrimas que vieram como uma grande enxurrada. Não sei por quanto tempo fiquei assim, mas tive que engolir o choro, pois se o Henric viesse me buscar ali... Seria bem pior.

Levantei e enxuguei as lágrimas com as costas da mão, já dava pra ouvir a grande movimentação de pessoas lá fora, minha cara deveria estar inchada e a pouca maquiagem que cobria meu rosto com certeza já nem parecia estar ali.

Abaixei meu vestido e cobri meu rosto com o cabelo, saindo de cabeça baixa daquele lugar e adentrando aquela grande multidão.

Mas logo fui segurada, me atrevi a olhar pra cima e me surpreendi ao ver o Matheus ali.

— Katrina? — Ele perguntou alarmado — O que aconteceu?

Olhei para os lados, pra minha sorte Kenedy não estava por perto, me afastei dele.

— Nada! — Falei rapidamente — Eu tenho que ir... — Me afastei, mas acabei voltando — E você? O que você está fazendo aqui?

— Quem era aquele? — Ele perguntou desconsiderando minha pergunta — Seu namorado?

Sem poder evitar, acabei rindo de sua pergunta.

Passei a mão em meus cabelos e revirei os olhos tentando não me jogar no chão em um ataque exagerado de risos.

— Esqueceu o que eu sou? Pessoas como eu não namoram, não tem vida — Pisquei — Você mesmo falou isso há alguns minutos atrás, aliás, você não me deixa esquecer isso — Ele não disse nada, seu olhar mudou, mas eu não sabia descrever o que queriam demonstrar, talvez pena ou até mesmo indiferença, ou uma grande mescla dos dois — Olha, eu não posso ficar conversando com você, aqui as coisas são diferentes.

Ele sorriu com cinismo.

— Ah é... Esqueci que seu mundo gira em torno de dinheiro, não é possível você conversar com um cara sem que ele te pague, não é mesmo?

Mesmo com raiva de suas palavras, sorri, sorri conformada com tal atitude, ele não mudaria, cada conversa entre nós dois seria uma maré de ofensas gratuitas a mim, então nem valeria a pena retrucar ou ofendê-lo.

— Realmente, Matheus...

Acenei enquanto me afastava.

Abaixei minha cabeça novamente e atravessei o salão me desviando das “mãos bobas” de alguns pervertidos.

Subi a escada em uma lerdeza de dar inveja a qualquer caramujo, já sabia o que me esperava, então não tive pressa alguma.

Assim que cheguei ao corredor, despejei diversas ofensas aos engraçadinhos que se encarregavam da segurança do Henric, e assim que cheguei a porta, bati duas vezes e quando estava prestes a bater a terceira vez, a porta foi aberta pelo Kenedy.

— Entra, Katrina — Escutei a voz nada acolhedora de Henric. Assim fiz, adentrei a sala e esperei pelo grande sermão — O que eu faço com você, Katrina? — Ele perguntou como quem estivesse cansado — Eu tento ser bom com você... E olha o que recebo em troca? — Ele ergueu o olhar, me encarando — Eu não gosto de ter prejuízos, e é isso que você está me causando — Sua voz se tornou mais dura, olhei para o Kenedy que agia com naturalidade, como se não estivéssemos ali... Babaca! — Qual sua justificativa? — Ele perguntou enquanto circulava a mesa e sentava na mesa, ficando em minha frente —.

— Sinceramente? — Dei os ombros — Não tenho. No entanto... — Falei com naturalidade — Em minha defesa, Aquele cara nem estava ligando pra minha presença ali, e acho que seria mais cabível que você tivesse mandando um garoto pra ele... Essa sim seria a preferência dele.

Escutei o riso do Kenedy, que fez com que Henric e eu olhássemos pra ele.

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