Capítulo 010 🦋

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Maratona 3/5

KATRINA 💎

Henric se aproximou de mim lentamente, como se ele fosse um lobo pronto para o ataque, e eu a ovelha indefesa.

Me afastei alguns centímetros, já sentia meu coração bater depressa, minha respiração estava denunciado o medo que ele me causava, e ele parecia gostar disso, pois sorriu sarcasticamente e um pulo ele já estava segurando meus ombros.

— Tem medo de mim? — Ele perguntou friamente —.

— N-não — Merda! Eu havia me entregado ainda mais —.

— Eu não machucaria esse rostinho... — Ele tocou meu rosto e eu fechei os olhos. Era como se o Pietro estivesse em minha frente, os dois tinha a mesma falta de humanidade — Pelo menos não agora... — Ele se aproximou ainda mais, sentia sua respiração quente próximo ao meu rosto, assim como sua barba pairava em minha pele me causando arrepios involuntários — Você já aprendeu uma coisa sobre mim, Katrina... Por isso gosto de você. Você é inteligente, capita as coisas na hora. Eu gosto de ser temido!

Ele tocou o meu pescoço, parecendo que ia fazer uma carícia, mas não foi assim, ao invés disso ele apertou e me prensou contra a parede lisa atrás de mim, arregalei os olhos e encontrei a frieza de seu olhar verde sobre mim.

— Pa-para... — Pedi, colocando a minha mão sobre a dele —.

Ele continuou me esperando por mais uns 15 segundos, e assim que me soltou, respirei aliviada e coloquei a mão onde ele havia apertado.

— Eu só queria que você entendesse como as coisas funcionam aqui — Ele deu a volta e sentou-se em uma cadeira grande, de couro na cor preta, era seu trono... Ele se sentia o grande rei... Coitado! — Mas pelo visto você já entendeu, não é? — Assenti e ele sorriu — Muito bem, Katrina — Ele abriu a gaveta de sua mesa e mexeu, parecendo procurar por algo. O que seria? Meus olhos curiosos o fitavam — Aqui! — Ele falou friamente, depois puxou uma câmera, daquelas pretas profissionais. Ergui a sobrancelha e o encarei desconfiada — Tenho que ter algumas fotos para te apresentar ao mundo, não é?! — Ele levantou e circulou a mesa, sentando sobre ela enquanto ajeitava os últimos detalhes da máquina — Tira a blusa e a calça — Permaneci imóvel — Eu não vou repetir! — Ele falou com a calma de um psicopata —.

Ergui minha blusa, a retirando e deixando cautelosamente sobre o chão, repeti o processo com calça.

— Pronto... — Falei com os braços em frente ao meu corpo —.

— Muito bem! — Ele sorriu — Só vou tirar uma ou duas fotos — Ele falou sem muito entusiasmo — Se ajeita aí.

— Como? — Perguntei receosa —.

— Sei lá — Ele coçou a nuca — Tenta sorrir, fica mais solta... Eu não sei! Só desfaz essa cara de velório.

— Tudo bem — Murmurei — Só um minuto — Pedi. Fechei os olhos e tentei ignorar o fato de estar semi-nua na frente de um estranho, me foquei na idéia que seria assim daqui pra frente, ou eu me acostumava e lutava com isso ao meu favor, ou eu desistia e voltava pra vida desgraçada de abusos exagerados e nenhum retorno. Essa sou eu agora! Eu tinha que aceitar — Pronto.

Respirei fundo e abri os olhos, exibindo um dos meus melhores sorrisos, digno de cinema.

— Isso aí — Henri pareceu satisfeito e tirou como prometido duas fotos, uma de perfil e outra do corpo —.

— Posso me vestir? — Perguntei —.

— Pode — Ele falou sem me olhar. Abaixei-me para recolher minhas roupas, e vi dois pés entrando no meu campo de visão, ergui o olhar e vi que ele me encarava fixamente, quase não piscava — Levanta!

Obedeci e o encarei.

— O que foi? — Perguntei —.

Ele sorriu de canto, se aproximou ainda mais, segundo meu queixo fazendo com que eu levantasse o rosto e o encarasse perfeitamente.

— Bem-vinda, Eva! — Ele piscou e saiu da sala, me deixando sozinha —.

EVAOnde histórias criam vida. Descubra agora