Capítulo 036 🦋

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Maratona 2/5

KATRINA 💎

O Matheus era muito prepotente, eu o odiava!

— Ei — Olhei pra trás e vi meu pesadelo de olhos claros. Apressei o passo e tentei ir ate algum ponto de táxi, mas logo senti meu braço ser segurado e eu fui virada bruscamente para frente, ele me movia tão facilmente que eu até parecia uma boneca de pano em suas mãos — Ficou louca de sair daquele jeito? — Ele falou furioso —.

— Você que deve ter ficado louco! — Puxei meu braço — EU NÃO SOU OBRIGADA A AGUENTAR ESSA SUA FALTA DE EDUCAÇÃO, SEU BOÇAL! — Gritei e ele olhou em volta —.

— Cala a boca! — Ele rosnou furioso — Todo mundo está olhando...

— QUE SE DANE! — Gritei novamente e levei um solavanco em resposta — Aí... — Balbuciei ao ver as manchas roxas em meu braço por conta da sua força —.

— Não grita! — Ele sussurrou — Não estamos no seu ambiente de trabalho.

Ele me tratava com tamanha indiferença.

— Me solta... — Murmurei já fragilizada com tanta humilhação por um só dia — Eu vou embora — Falei e ele me soltou ao ver meu estado —.

— Como você é fingida — Ele falou enquanto me encarava — Você já deve estar acostumada com esse tratamento!

— Você está enganado! Eu nunca fui tratada assim — Falei enquanto lutava pra algumas lágrimas não rolarem, eu não queria demonstrar fraqueza, mas estava quase desmoronando —.

— E você quer o que? — Ele falou irônico — Respeito?! — Ele riu com sarcasmo — Nunca vi uma qualquer querer respeito, eu estou te pagando e te trago como bem entender!

Sem medir consequências dei outro tapa em sua face, como da primeira vez que saímos.

— Se for me chamar pra isso... É melhor não chamar — Apontei o dedo em sua direção — Eu posso ser uma qualquer como você disse, mas sou uma qualquer especial. Tem uma fila atrás de mim, e não vai ser por você que eu vou perder o meu “trabalho” — Dei ênfase nas últimas palavras e ajeitei minha bolsa pronta para sair de lá — Agora da licença, tenho mais clientes pra essa noite.

Forcei um sorriso e mandei um beijo, saindo com a maior pose possível, pois eu estava devastada, mas eu precisava dar minha melhor face, a face fria que tanto as meninas falavam.

Ele não me chamou de volta, era melhor assim, e eu nem me atrevi olhar para trás, mas eu tive a certeza que passei dos limites, e com certeza iria ter que arcar com as consequências desastrosas que estariam por vir.

[...]

Tive outros dois clientes aquela noite, e diferente do Matheus, eu tive que “ralar” muito pra conseguir o meu dinheiro.

Nesse meio tempo, foi o Pedro que veio me buscar, e ele não trocava muitas palavras nem olhares comigo, parecia saber de algo, mas ao mesmo tempo não queria revelar absolutamente nada, e isso estava me incomodando.

— O que foi, Pedro? — Perguntei — Tem algo errado?

Ele tirou os olhos da estrada por alguns segundos, mas logo voltou a sua atenção ao volante.

— Não — Ele falou cortando qualquer chance que eu tinha de perguntar ou alongar o assunto —.

— Ok então — Falei num tom baixo. Ficamos em silêncio por algum tempo, mas a tagarela que existia em mim, não permitia que minha boca ficasse fechada por muito tempo — Já acabou por hoje?

— Henric quer falar com você.

Senti meu corpo vacilar, e se eu não tivesse sentada, juro que iria ao chão.

— Pra que? — Murmurei incomodada —.

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