Capítulo 067 🦋

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KATRINA 💎

Entrei no banheiro e tranquei a porta, deixando meu vestido sobre a pia de mármore.

Assim que liguei a ducha, suspirei ao sentir aquela água morna descer pelas minhas costas, mas assim que toquei meu corpo, que a minutos atrás pertencia ao Matheus, xinguei com frustração ao lembrar do modo que ele havia me tratado...

Que idiota!

Eu o odiava.

Ao pensar nisso, apressei meu banho e sai em uns cinco minutos, deixando meus cabelos encharcados, passei a toalha rapidamente pelo meu corpo e coloquei meu vestido, sentindo minha pele ainda quente pela água que eu não havia secado devidamente, me apoiei na pia e coloquei o salto, abrindo a porta e dando de cara com o Matheus, que olhou-me de cima a baixo e lançando um sorriso debochado.

Fiz o mesmo, ele vestia uma calça de moletom e uma camisa branca, seus cabelos ainda estava molhado, por conta da chuva ou até mesmo do banho.

— Qual a graça? — O empurrei, saindo pelo corredor, mas acabei dando meia volta e o olhando — Posso usar seu telefone? — Perguntei —.

— Por que? — Perguntou —.

— Pra ligar? — Fiz uma careta, mas ao ver sua cara completamente irritada, suspirei e continuei a falar — Preciso ligar para que alguém venha me buscar.

— Você já vai? — Ele inclinou a cabeça para o lado, estranhando —.

— Sim, já sofri emoções demais por uma noite... E pra fechar a noite com chave de ouro, com uma ofensa sua — Forcei um sorriso —.

Ele bufou e passou por mim, o segui e ele subiu as escadas, voltando minutos depois com seu celular em mãos.

— Aqui — Ele entregou-me e sentou-se no sofá, observando cada gesto que eu fazia —.

Abri minha bolsa, pegando um pedaço de papel onde o Pedro havia anotado o seu número, para alguma emergência, e bom...

Na minha concepção, aquilo era uma emergência.

Depois de alguns toques, ele atendeu, sua voz de sono o denunciavam, ele estava dormindo...

Ri por dentro dessa minha pequena maldade, troquei algumas palavras com ele e depois finalizei a ligação.

— Obrigada — Disse enquanto entregava o celular em suas mãos —.

Ele não disse nada, apenas colocou o celular de volta no bolso e me encarou.

— Amanhã vamos sair de novo — Ele falou, simplesmente assim! —.

— Acho que não — Retruquei —.

— Como é? — Ele perguntou como quem não acredita nas palavras ditas por mim —.

— Gaguejei? — Cruzei os braços — Não vou sair contigo, nem amanhã, nem depois, nem nunca mais! 

Ele sorriu, sorriu como se eu tivesse contado uma piada.

— Ah... Não vai? — Ele levantou, ficando frente a frente comigo — Não sei se você se esqueceu, mas, eu paguei por você, então tenho direito de fazer o que bem entender com você, Katrina.

Ele puxou-me pela cintura, colando nossos corpos, apesar de tal aproximação, mantive minha postura firme.

— Me solta! — Falei de forma dura —.

Ao ver sua persistência, o empurrei, mas ao infeliz dele acabar se afastando, fui eu quem foi pra trás e por pouco não fui ao chão.

Matheus me aparou, rindo da situação.

— Isso que dá... Você sendo teimosa, ia se ferrar no chão — O empurrei outra vez — Para com isso, Katrina... — Ele falou aborrecido, o sorriso de minutos atrás não existia mais — E voltando ao assunto, vamos sair sim, eu paguei e vou usar — Ele piscou, voltando a se sentar no sofá, todo espalhado como se fosse um Deus, acima de mim, acima de todos —.

— Você quem pensa — Ergui o dedo e fui em direção a porta —.

— Está chovendo... — Ele alertou, mas minha resposta foi uma grande batida na porta ao sair —.

Caminhei até o portão, cobrindo ou tentando pelo menos, meu cabelo com a pequena bolsa que eu possuía.

Olhei pra trás e vi que Matheus me observava através da janela, seu aborrecimento era notável, pouco me importava...

Ao ouvir a buzina atrás do portão, fiz sinal para que ele abrisse o portão, e assim foi feito, ele abriu o portão e fechou as cortinas, cortando o “sinal” que eu ainda tinha para vê-lo.

Sai daquela casa, que se dependesse de mim, seria a última vez que viria.

— Boa noite, Pedro... — Falei assim que adentrei no carro —.

— Sacanagem sua hein, Katrina? — Ele falou irritado, mas acabei rindo — Primeiro me acorda, me faz sair de casa nesse frio e agora encharca meu carro? Qual é, não conhece o termo guarda-chuva?

Sorri e me encolhi no canto do carro.

— Ricos não tem guarda-chuva... — Falei, arrancando um sorriso dele —.

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