3 Parte

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Foi tudo bem até a entrada da casa da minha mãe que parece mais uma casa de bonecas, rosa e cheias de flores na entrada. Dona Dora minha mãe ama flores tem uma floricultura no bairro por isso que a casa e cercada delas até no banheiro e fácil de encontrar, eu a admiro muito, meu pai foi levado por um câncer quando eu ainda era uma garotinha de dez anos deixando minha mãe, eu e meu irmão mas novo sós, mamãe nos criou sem a ajuda de ninguém, independente é a palavra certa que a descreve.

Desço do carro junto com a minha pequena bagagem, toco a campainha espero por alguns segundos mas ninguém atende a porta, dou a volta pelo jardim lateral me levando ao fundo da casa e vejo uma moto estacionada ensaboada. " Bruno você esta ai" chamo andando mas perto da moto.

-- Clara é você. - Bruno diz saindo pela porta dos fundos com seus cabelos molhados loiros como o sol e seus olhos castanhos, não pareço ser a sua irmã puxei o lado da filha do nosso pai, cabelo bem escuro e olhos também escuros nada de especial.

Bruno e quatro anos mas novo que eu, bem o oposto de mim, meu irmão é dos ringues lutador de boxe, sócio em uma das academias de boxes reconhecida pela cidade, mora ainda com mamãe não pensa em sair de casa tão cedo, curtir a vida é o lema dele, acho bom assim mamãe não se sente só.

Não tive coragem de tirar os enormes óculos escuros e deixar que me veja acabada como um zumbi ambulante. O abracei como se já soubesse de tudo que ocorreu, ele não é bobo logo percebeu que tinha algo errado em mim, entramos para dentro de casa e fiquei na cozinha esperando mamãe chegar das compras antes de contar tudo.

Depois de alguns minutos mamãe chegou e também percebeu que tinha algo errado ao me ver sentada na cozinha em silencio com o Bruno.

-- Filha aconteceu alguma coisa, onde esta Alex?- perguntou sentando ao meu lado na mesa redonda da cozinha.

Expliquei tudo o que houve em detalhes chorando e soluçando como uma garotinha que acabou de ralar os joelhos no asfalto.

-- Eu nunca fui com a cara dele. - disse bruno furioso.

-- Calado Bruno não é hora para julgamentos. - mamãe respondeu paciente.

-- Ele não tem culpa, a única culpada sou eu, não soube ser uma esposa para meu marido.- expliquei.

-- Não acredito que estou ouvindo isso, não percebe que foi apenas uma desculpa.- Bruno diz com as mãos na cabeça. -- Se ele realmente gostasse de você teria tentado mudar a situação mas olha só o que ele fez.

-- Já chega Bruno.- mamãe disse irrita.-- Clara não quero que você se culpe filha.

-- Como não mamãe, eu vivia como um robô aos olhos do meu marido.

-- Tenho certeza que ele não pensou desta forma quando voce lhe deu aquele carrão.- disse sorrindo bruno.

-- Você esta impossível bruno, vamos clara para seu antigo quarto conversar melhor.- levantei da mesa com mamãe ao meu lado segurando minha cintura e antes de sair da cozinha ouço Bruno resmungar " Filho da put@# " . Bruno é a diversão em pessoa mas quando meche com o lado oposto sai de baixo.

Alex é publicitário e eu advogada chefe no setor trabalhista, ganho mas que ele, mas acho que ele nunca se importou com isso, acredito que o problema era apenas a minha ausência no nosso casamento, que pena que não notei o quanto ele estava infeliz antes desta tragédia ocorrer.

Meu antigo quarto esta do mesmo jeitinho que me lembro, guardo a pequena mala de mão do guarda roupas, tem roupas minhas penduradas nos cabides de quando morava aqui, vestidos florados pecas coloridas. Bem deferente do meu atual quarto roupa do meu apartamento preto e branco.

Peço que mamãe me deixe só por um tempo, eu quero apenas tirar essas roupas e vestir meu pijama de bichinhos que acabei de encontrar na gaveta, descer e assistir alguns filmes clássicos da coleção romântica dela.

Isso é Amor?Onde histórias criam vida. Descubra agora