Capítulo 3

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— Não sei por que, mas não posso parar de fazer isso — Esfrego minha mão junto à barriga grande de Baek. — Será que te enlouquece? — Um dos bebês chuta, fazendo-me afastar a mão por um segundo, os olhos arregalando. Uau, eles são fortes. Pergunto-me como vai ser ter meus próprios filhotes na barriga.

— Não — Ele dá de ombros e volta a devorar uma maçã coberta de caramelo. Não acho que alguma coisa iria incomodá-lo agora, enquanto tem a boca cheia de comida. Ser humano e carregar três bebês shifter o deixa num estado constante de fome.
Seu companheiro, e xerife de Gray Ridge, Chanyeol, enfia uma mecha do cabelo vermelho atrás da orelha antes que possa soprar no vento e ficar preso na bagunça de caramelo que está fazendo. Seu dedo vai para o queixo, descendo pelo pescoço e traçando uma marca de mordida no ombro. O olhar em seus olhos quando fita seu companheiro me bate forte.

De repente, sinto uma saudade que tenho tentado ignorar a meses. As pessoas passam mais tempo que eu, sem encontrar seus companheiros, mas por alguma razão isso está me machucando. Tenho apenas vinte e, finalmente, saí do controle do meu irmão. Não deveria querer ser preso por um companheiro agora, mas eu quero.

— Eu cheiro a rosquinhas? — Baek pergunta, quebrando meu momento de saudade.

— Juro que cheira melhor do que eu, querido —. Chanyeol agarra Baek, puxando para mais perto e colocando-o sob o braço num gesto possessivo. Pensei que depois do acasalamento, sua possessividade diminuiria, mas parece ser tão forte como nunca. Todo macho que passa na rua, no meio da feira, faz questão de ficar a cerca de oito pés de Baek.

— Bem, não fique aí parado. Donuts! — diz ele depois de morder o último pedaço da maçã caramelizada. Baek vira o palito agora nu com um enorme sorriso. Chanyeol desce rapidamente, lambendo o caramelo dos cantos de sua boca antes de arrastá-lo para longe.

— Isso não é atentado ao pudor? — Yoongi pergunta do meu lado.

— Ele não vai prender a si mesmo — Nós rimos enquanto caminhamos pela rua. É difícil chegar longe numa cidade como Gray Ridge sem encontrar alguém que conhece. Todo mundo conhece todo mundo, a menos que seja um turista visitando a Floresta Nacional. A feira da cidade parece ter trazido muitos das terras de acampamento para participar nas festividades.

— Ele é bonito— Aceno para um menino que parece ter a idade de Yoongi, talvez um pouco mais velho. Ele está a poucos passos de nós olhando alguns dos artistas de rua. Ele é alto e magro, com cabelo castanho curto, mas todo mundo é alto em comparação comigo e com Yoongi — Por que não vai falar com ele? — digo a ele, mas sei que ele não vai fazer isso. Ele ainda é tímido. Passei os últimos meses tentando puxá-lo para fora de sua concha, mas não parece estar funcionando.

Yoongi olha por cima, ao mesmo tempo em que os olhos do menino pousam em nós, e toma isso como um convite para conversar. Ele vai direto para Yoongi, e tenho que morder o interior da minha bochecha para não sorrir. Ele vai dar um passo para trás, mas seguro meu braço no dele, detendo-o num movimento amigável.

—Os senhores são daqui? — Seu sotaque me permite saber que ele não é, e o seu cheiro humano também.

Quando Yoongi não responde, mesmo que seus olhos estão sobre ele, faço isso. 

—  Nascido e criado —. Aponto para Yoongi novamente. — Yoongi  mora aqui há uns anos.

— Yoongi. Gosto desse nome. É bonito—. Ele dá-lhe uma piscadela, mas sinto-me enrijecer com suas palavras, e meu lobo resmunga “bonito”. Ele não gosta da palavra. Lendo muito nisso, tenho certeza. Da nossa conversa anterior, estou pensando que ele quer ser chamado de algo mais que bonito.

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