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Harry comprou a sua primeira casa quando ele tinha dezoito anos. O seu presente de aniversário para si mesmo, ele disse, fazendo Rony rir e Hermione sorrir para ele, mesmo que não fosse tão engraçado assim. Os dois estavam lá para o ajudar a abrir as caixas da mudança e montar os móveis, mas ele não tinha tantas coisas que realmente precisasse de ajuda.

Hermione se sentou em cima de uma caixa vazia, dando um gole na cerveja Trouxa na sua mão. Rony estava sentado na frente dela, deixando ela mexer em seu cabelo. Harry deu um gole na sua própria garrafa, em resposta, sentado na sua cama. Cama que eles ficaram mais de duas horas montando e, no caso, ficava na sala de estar. Porque esse era o único espaço que tinha para ela. O que era ótimo.

Tudo na sua vida estava ótimo.

"Eu gosto daqui," Hermione comentou.

Não era uma casa grande – era bem minúscula, na verdade. A sala/cozinha era a parte principal, e além disso só havia um banheirinho. Harry só tinha comprado a sua cama e alguns pratos para cozinha. Nem tinha garfos e facas.

É, ele não tinha pensado muito antes de se mudar, se você não percebeu.

"Eu gosto também," ele disse, sendo absolutamente sincero.

Harry amava A Toca, mas ele sempre soube que não poderia ficar lá para sempre, não importa o que Molly dissesse. O fazia até se sentir um pouco culpado ficar sob o teto dela, comendo a comida dela, sem que ela nem o deixasse pagar por nada. Aqui era pequeno e era vazio e barato, mas era dele. Era primeira vez que Harry tinha uma casa só dele, uma casa que ele poderia transformar em seu lar, no futuro. Ele nunca tinha tido algo assim. Só pensar nisso era o suficiente para deixar sua barriga formigando e ele sorrindo como um bobão.

Ou talvez fosse só a cerveja.

Ele se deitou no colchão, mexendo em seus óculos.

"Eu gosto daqui," repetiu mais suavemente.

Harry estava sendo absolutamente sincero.



Se havia algo que Harry absolutamente odiava quando era criança, era ter que cuidar do jardim dos Dursleys.

Petúnia costumava o fazer passar horas lá fora, embaixo do sol escaldante, e ela nunca nem o deixava usar protetor, porque ela dizia que já que ele não era branco como eles, Harry obviamente não podia se queimar, não importa quantas vezes ele a provasse errada. Não apenas isso, mas seus joelhos sempre iriam acabar muito doloridos e sujos, e suas costas meio travadas. Cada segundo que Harry passava podando terra e cortando grama, ele passava miserável.

Na casa nova dele, Harry obviamente não tinha espaço para um jardim. Ele nem tinha um quintal. Rony o comprou um mini cacto como um presente de mudança, porém, e Harry não teve coração para o dizer que não gostava de plantas, então ele apenas colocou o cacto na janela da sua cozinha.

A próxima vez que Ginny o visitou, ela viu o cacto e entendeu tudo errado. Ela voltou mais tarde aquele mesmo dia com um vaso gigante nas mãos e um sorriso muito grande também no rosto, parecendo super orgulhosa de si mesma. Harry o aceitou com um sorriso só um pouquinho confuso.

E então o mesmo aconteceu com Neville.

E Dean e Seamus. E Luna. E todos os outros Weasleys, incluindo Molly. Todos os grifinorios que iam conhecer sua casa. Hagrid, em especial, o deu um vaso de lírios que o fez quase chorar. As petúnias que Duda mandou, por outro lado, foram mantidas em um lugar muito menos visível. Parecia que, de alguma maneira, tinha sido espalhado pelo grupo de amigos dele e até mesmo para seu primo que Harry era tão apaixonado por botânica quanto Neville. Hermione, que sabia a verdade, achava hilário.

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