onze

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Daphne Greengrass.

Uma loira de olhos verdes. Uma loira que abraçou Draco, que literalmente se jogou nos braços dele e lhe deu um beijo estalado na bochecha, de tão aparentemente feliz que estava em o ver. Uma loira que parecia aterrorizada quando Serena disse que havia um traidor entre eles. Uma loira que tinha quase chorado enquanto falava sobre como Narcisa tinha sido sua heroína quando ela era criança – e Harry que tinha parado de prestar atenção na comida que eles estavam comprando para tentar descobrir como a acalmar, o único momento em que ele tirou os olhos de dita comida.

E Draco que então tinha sido envenenado.

Draco e Daphne que estavam juntos agora.



Harry gastou um segundo só compreendendo o que aquela simples frase de Caraveo realmente significava, e então mais um pouco tentando organizar todos seus pensamentos em algum ao menos um pouco mais racional. Sua cabeça estava girando, porém. Daphne era a loira, Daphne estava envolvida, e Harry conhecia aquela dor que estava sentindo, aquela raiva, porque ela não era nova – porque era a mesma que ele tinha sentido quando descobriu sobre o traidor que deu seus pais para Voldemort.

Ele não podia ter certeza, mas ele podia sentir.

Daphne estava envolvida.

Daphne estava com Draco.

Falando uma desculpa rápido para Caraveo, Harry saiu correndo da sala, sem parar para dar explicações para Florence, apesar de que, pela maneira como ela se virou para Caraveo e começou a fazer perguntas, ela logo iria descobrir também.

Harry, no momento, só precisava separar Daphne dos Malfoy.

Ele abriu a porta escancaradamente, e todas os cinco sonserinos se viraram para ele, rostos surpresos e confusos. Narcisa estava dando um abraço de lado em Draco. Parkinson estava com a boca aberta, interrompida no meio de uma frase.

"Potter?" Draco perguntou, a voz tão suave e tão assustada que Harry quase não a ouviu, que ele quase não teve certeza que era Draco dizendo seu nome.

Harry só olhou para Daphne, sem conseguir encontrar suas palavras. Ela olhou de volta, de repente muito pálida. "Ah," disse baixinho, mas, por alguma razão, de alguma maneira, estranhamente calma. "Você sabe."

"Sabe o que?" perguntou Parkinson. Daphne a ignorou completamente, lançando um olhar pesado e longo para Narcisa, e então abriu um sorriso muito reluzente, soltando uma risadinha desajeitada.

"Só uma coisa de trabalho," explicou, mais para mulher mais velha do que para qualquer outra pessoa. "Não é nada com a qual vocês precisem se preocupar. Desculpa, tia, foi ótimo te rever, mas eu realmente tenho que ir lidar com isso. Espero que o resto da conversa de vocês seja tão reveladora quanto o começo."

Harry não entendia o que estava acontecendo mais. Talvez nunca tivesse entendido. Ele arregalou os olhos. Sem nem tentar fugir ou arranjar desculpas para continuar ali, Daphne simplesmente se levantou e caminhou até ele, colocando uma mão no seu braço enquanto o guiava para fora da sala. Assim que a porta foi fechada e eles estavam um pouco mais distante, ela deu sua varinha para Harry como se não fosse nada.

"Toma cuidado," disse, o único indicador do quão importante aquele gesto era para um bruxo. Daphne estendeu seus braços na frente de seu corpo, em direção a Harry. "Você pode me prender, mas tente ser delicado. Eu não preciso ficar com marcas. Ah, e não faça uma cena. Vamos lidar com isso como adultos."

E Harry tinha aprendido como lidar com a prisão de suspeitos, é claro, mas nenhum de seus instrutores tinha o preparado para nada como aquilo. Aquela calma fria, aqueles olhos calculadores, ombros leves. Por um segundo, ele se viu chocado demais para se mexer.

never seen before,  DRARRY ✔️Onde histórias criam vida. Descubra agora