nove

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Harry tinha uma ideia.

Era uma ideia levemente perigosa, mas, para ser sincero, todas as ideias de Harry eram assim, Merlin abençoe Hermione que teve que o aguentar e arrumar tantas de suas bagunças no passado. Também era um pouco ilegal. Esses dias, porém, ele vinha pensando um montão em como ilegal e imoral nem sempre eram sinônimos.

Talvez ele estivesse passando por um tipo de crise de meia idade, apesar dele só ter feito vinte pouco tempo atrás.

Tudo começou quando Hannah falou que Draco – e Harry estava começando a tentar pensar em Malfoy como Draco – estava estável o suficiente para poder voltar para "casa".

Em teoria, isso era uma coisa muito boa. Em prática, como tudo na vida de Harry, era um pouco mais complicado, porque "casa" nesse caso significava a Mansão dos Black, e Narcisa não podia ir para lá, o que significava que Florence e Harry tinham que, mais uma vez, separar mãe e filho, logo depois deles se reencontrarem.

Isso era horrível.

Florence que falou isso para Narcisa e Draco, porque Harry ainda não conseguia ver porque eles só não podiam os deixar ficar juntos. Ele entedia porque Florence estava fazendo aquilo, é claro, porque ela era a chefe de Harry e era sua responsabilidade fazer esse tipo de decisões difíceis em nome da lei. Ele a respeitava por isso.

Mas ele não achava que conseguiria fazer a mesma coisa se tivesse que fazer, e tudo voltava para aquela sensação que ele tinha de que não foi feito para ser um Auror.

Narcisa chorou. Draco chorou, e eles se abraçaram e se recusaram a se separar até que Florence teve que puxar Narcisa, e até aí houve um pouco de briga. Harry ficou de lado com o coração apertado, tentando ver o lado bom daquilo tudo apesar de que ele não sabia o que podia ser. Florence tinha dito que eram simplesmente as regras que eles tinham que seguir.

Talvez o grande problema fosse que Harry tivesse se concentrado tanto no quanto queria ajudar outras pessoas que ele se esqueceu o quão ruim sempre tinha sido seguindo regras e ordens e leis em geral.

Todo mundo parecia se esquecer disso, esses dias.

Quando Florence conseguiu tirar Narcisa de Draco, Harry deu um passo para frente. Ele pôs uma mão nas costas de Draco – o homem se encolheu para longe dele. Isso o atingiu, ele tinha que admitir, doeu, mas Harry tentou se manter profissional e não deixar dita dor e culpa aparecer em seu rosto. Sussurrando desculpas, ele tocou Draco de novo.

Os dois lançaram um último olhar para Narcisa.

E então eles Aparataram.

Haviam lágrimas nos olhos de Draco. Enquanto eles entravam no Largo Grimmauld, ele as secou rapidamente, quase que violentamente. Não foi o suficiente, porque ele ainda estava fungando baixinho. Harry o olhou com cuidado. Draco ainda estava mais pálido do que o normal, tremendo e com os lábios levemente azuis. Hannah disse que iria demorar um dia ou dois para ele se recuperar completamente, mas que eles não tinham que se preocupar porque era normal e já ia passar.

Harry deu um passo para frente.

"Você deveria ir tomar um banho," sussurrou baixinho.

Draco não o olhou.

"É," sussurrou, olhos concentrados em um ponto no chão. "Eu deveria."

"Eu vou te trazer algo para beber," Harry continuou, "pode ir indo pro banheiro."

Draco encolheu os ombros, mas ele foi. Seus passos estavam muito lentos, até suas piscadas parecendo em câmera lenta. Hannah, além de o dar algumas Poções, falou para Harry só o tratar como iria tratar alguém com uma febre bem alta, porque era basicamente só isso que Draco tinha agora.

never seen before,  DRARRY ✔️Onde histórias criam vida. Descubra agora