Após aquele fatídico dia de trabalho e sofrimento, Catarina estava novamente trancada naquele cômodo escuro para passar a noite no frio assoalho de madeira daquele navio, em meio à poeira e cheiro de pólvora daquele lugar que também era um depósito no qual guardavam algumas caixas. Dava pra ouvir o som das ondas ao fundo, sentir um leve balançar do navio pirata enquanto se ouvia as gargalhadas dos piratas que pareciam se divertir com algum tipo de jogo. Catarina estava pensativa naquele lugar, como passara os dias pensando em como fugir, não lhe saía da cabeça a vontade sair daquele lugar para rever sua família. Em seus pensamentos ela falava consigo mesma:
"_Como sairei daqui? O tempo inteiro sou vigiada por esses homens armados, e mesmo que eu me lançasse ao mar, certamente seria descoberta e morta à tiros ou devorada por alguma fera do mar. Como deve estar se sentindo minha mãezinha que não me tem mais entre seus braços? Ou meu pai que se feriu gravemente enquanto tentava me salvar destes piratas? Será que ele se recuperou daquele ferimento?...
Ah claro que sim! Meu pai é forte! Mas de qualquer forma estão sofrendo... até mais do que eu... eu vou dar um jeito de sair daqui a qualquer custo! Mesmo estando longe de minha casa, irei voltar ao continente de alguma forma e conseguir ajuda para voltar pra casa.
Sei que consigo...
Pensava silenciosamente Catarina enquanto derramava lágrimas de saudade com um rosto de tristeza, desespero e ao mesmo tempo alguma esperança.
Como nunca tinha passado por tal situação, o terror era eminente, mas ela não queria pensar nos momentos terríveis que passou. Então pra tentar dormir ela decidiu pensar nas memórias boas que teve com sua família.
Logo passado algum tempo pararam-se as gargalhadas, dando lugar ao barulho dos grilos e sons do mar e da noite. Parecia que todos haviam ido dormir, então Catarina já mais calma pensando na tarde feliz que teve com sua família, começou a adormecer, também de certa forma tranquilizada pelo balançar suave do barco e das ondas que calmamente batiam no casco do mesmo.
Somente aqueles sons da natureza se ouviam até que ela caiu no sono.
Como passara vários minutos pensando em sua família antes de dormir, naturalmente Catarina sonha com aqueles dias felizes...
_Catarina minha filha! Acorde meu amor, bom dia! Escove os dentes e tome um banho. Lembre-se de que vamos à praia hoje.
_Bom dia mamãe! É verdade! Então vamos mesmo à praia hoje?
_Sim minha filha. Por isso se apresse um pouco.
_Quero ver o quão bonito é o mar. Aposto que tem muitos peixes bonitos também!
_Sim Catarina, quando eu era criança eu me surpreendi quando o vi pela primeira vez. Era um verde esmeralda limpo e belo, tanto que dava pra ver alguns peixes nadando ao fundo. Agora eu vou acabar de preparar o café com seu pai enquanto você se arruma.
_Certo mamãe!
Com um sorriso alegre no rosto, Catarina logo começa a se preparar. Algum tempo depois ela vai até a cozinha onde seus pais estão sentados à mesa. Logo ela corre até seu pai para cumprimentá-lo e lhe dá um abraço.
_Papai! Bom dia!
_Bom dia minha filha, dormiu bem?
_Sim papai, eu sonhei com muitos peixes bonitos.
_Você logo vai ver quanta coisa bonita tem no mar. São águas verdes e cristalinas como de esmerlda. Existem milhares de animais misteriosos que vivem lá, alguns bem peciliares.
_Tem monstros lá papai?
_Não, apenas alguns animais grandes, mas eles não irão mexer com a gente, logo a água é clara e veremos muitos animais de longe.
_Estou super animada papai!
_Eu também.
Todos tomaram café e logo foram para a praia. Pagaram uma carroça que os levou até a beira da estrada onde iniciava-se uma trilha até a praia.
A areia era clara como as nuvens do céu. A água como dito era um verde cristalino como de esmeralda. Podia se ver alguns peixes nadando mais adentro.
Surpreendida com a beleza do local, Catarina logo abraça seus pais e agradece dizendo:
_Como é lindo... obrigado papai e mamãe! Nunca tinha visto um lugar tão bonito. Tenho certeza de que vamos nos divertir muito aqui.
Aquele dia estava sendo muito especial para todos. Catarina feliz como nunca se divertia na praia até que fez uma pergunta:
Mamãe, bem que podíamos viver assim. Na beira da praia, só pescando, comendo e nos divertindo...
_É, seria muito bom minha filha, mas e quanto à sua escola, remédio, roupa ou qualquer coisa que precisemos comprar? Precisamos de dinheiro pra comprar essas coisas, e os pescadores daqui não ganham tanto pra que possamos trabalhar com isso.
_É verdade mamãe...
_Mas não fique assim. Existe um trabalho onde você pode ficar num navio grande e bonito admirando o mar enquanto trabalha.
_É mesmo? Então vocês podiam trabalhar com isso...
_Bem que gostaríamos meu amor, mas já estamos velhos demais pra entrar pra marinha.
Disse seu pai calmamente.
_Então um dia eu vou trabalhar nessa tal marinha e ver o mar todos os dias! Vamos passear de barco sempre que quisermos e viajar por aí...
_Sonhe e estude, um dia você certamente conseguirá.
_Exatamente
Disseram os pais de Catarina enquanto sorriam.
Algum tempo pasou, se formara uma tempestade ao horizonte, Catarina olha para os lados e não vê sua mãe. Seu pai estava amarrado à uma palmeira enquanto apanhava daquele pirata maléfico com aquele artefato brutal e pesado que o feria nas costas ao ponto de correr sangue.
Ela tenta correr mas se vê presa por um homem misterioso. Estava presa e logo começa a gritar:
_Mamãe! Papai! Por favor! Parem com isso! Deixem nossa família em paz..
Logo sua boca é tapada e sente uma faca adentrar seu estômago enquanto agoniza num sentimento de terror profundo...
Ela acorda procurando pelo ferimento. Era tudo um pesadelo. Uma mistura de lembranças com um pesadelo com algumas coisas que nem aconteceram.
Ela olha para a porta e vê uma fresta de luz. Era Norman abrindo a porta. O dia já havia clareado, logo era hora de levantar.
_Vamos garota saia daí, vamos pra cozinha. É hora do trabalho.
_Tá bom...
Ela se levanta e acompanha o homem até a cozinha novamente. Era hora de preparar o café para todos.Continua no capítulo 6: "Vida estranha num local desconhecido".
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Prisioneira num Navio Pirata: Sonhos no Terror do Pesadelo
AdventureUma jovem garota que vivia numa província portuguesa foi levada de sua família durante uma pesca em família. Seus sequestradores eram nada mais nada menos que perversos piratas que buscavam por escravos para vender e manter limpo seu navio. Esta gar...