Capítulo 1 - parte 1

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 — Terminamos de esvaziar o carro. Lauren, acorde seu irmão. Seu pai está muito cansado da viagem para carregá-lo — pediu minha mãe, já se dirigindo à porta de casa, com bolsas e sacolas nas mãos.

— Sim, senhora! — respondi brincando, colocando a mão sobre a cabeça em um gesto de reverência.

Caminhei até o carro para acordar Max, que, como sempre, havia dormido durante a viagem de volta, encerrando o oitavo ano seguido dessas férias em família.

— Ei, pirralho, acorda. Chegamos em casa. Não me faça te carregar — murmurei, bocejando enquanto o cutucava.

— Ah, não... me carrega — murmurou Max, esfregando os olhos e virando o rosto.

Suspirei, resignada. Estava exausta demais para discutir, só queria deitar na minha cama. Após várias tentativas de fazê-lo sair do carro, desisti e o carreguei, apesar do peso que parecia dobrar a cada ano. Com treze anos, Max estava quase tão pesado quanto um adolescente de dezoito.

Quando foi que ele cresceu tanto? Não me lembrava de estar tão pesado no último verão!

Meus braços e pernas protestavam a cada passo, não só pelo peso, mas pelo meu corpo sedentário. Depois de muito esforço, finalmente o coloquei na cama, resistindo à vontade de jogá-lo ali.

Ao chegar à porta do meu quarto, me deparei com malas empilhadas, bloqueando minha entrada. Meu corpo se recusava a fazer qualquer esforço extra, então passei cuidadosamente por cima delas, sem querer que caíssem.

Finalmente, alcancei a cama e me joguei sobre ela, ignorando tudo ao redor. Fechei os olhos, esperando por um cochilo restaurador, mas percebi que minha mente estava longe de descansar. Não até que eu refletisse sobre a incrível viagem que acabara de fazer com minha família e os Dickinson.

Nos últimos oito anos, passamos as férias de verão com eles. Os Dickinson são velhos amigos dos meus pais, e essas viagens são uma das poucas vezes em que nossas famílias se divertem juntas. Isso começou quando nossas mães, Beth e Maggie, se reaproximaram depois de um período conturbado.

Elas e meu pai, Steven, se conheceram no ensino médio e foram inseparáveis... até que tiveram seus primeiros filhos. Com o tempo, os Dickinson se mudaram e acabaram se afastando. Beth sempre disse que cuidar de três crianças pequenas, com diferença de apenas um ano entre elas, não era fácil. Sem mencionar o marido, que parecia incapaz de se virar sem ela, forçando-a a deixar o trabalho para se dedicar à família.

Mas o afastamento não durou muito.

Oito anos depois, os Dickinson voltaram para Los Angeles, e começaram a frequentar a mesma igreja que nós aos sábados. Embora isso fosse um esforço para se reaproximar, a conexão ainda parecia um pouco enferrujada.

Segundo minha mãe, ela e Beth às vezes escapavam para o shopping, sem filhos ou maridos, só para conversar em paz. Em um desses passeios, tiveram a ideia de criar as férias de verão, uma forma de garantir que não se afastassem novamente. Desde então, têm feito de tudo para estarem juntas.

Como sempre, após a viagem, eu precisava me deitar e processar todas as emoções. Não que algo extraordinário tivesse acontecido, mas gosto lembrar de cada momento ao lado de Jacob e, claro, do resto da sua família. Talvez um pouco mais de atenção para Jacob...

Ele é o único dos Dickinson de quem fui me distanciando ao longo dos anos, não intencionalmente (jamais faria isso). Ele é simplesmente maravilhoso, com aqueles músculos que ele ganhou com o tempo e aquele abdômen definido...

Ah, aquele abdômen... — interrompi meus pensamentos, sentindo meu coração acelerar ao lembrar de cada detalhe.

Controle-se, Lauren!, advertiu meu subconsciente, enquanto eu respirava fundo.

A Escolha (Im)PerfeitaOnde histórias criam vida. Descubra agora