Capítulo 31 - parte 1

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Uma semana se passou e, finalmente, o dia do baile chegou. Tudo o que eu queria era que essa noite acabasse logo, para me esconder no meu quarto e evitar encarar todos, lidando com isso do meu jeito, sozinha.

Toc-toc.

Olhei para a porta, onde minha mãe estava encostada.

— Posso entrar? — Assenti, e Maggie se sentou ao meu lado.

— Seu pai e eu decidimos que você não está mais de castigo — disse com ternura. — Acho que você já entendeu o impacto das mentiras. Não precisamos mais te punir, sua consciência já está fazendo isso.

Brinquei com os dedos, soltando um sorriso fraco e sem vida.

— Você pode ir ao baile agora — ela acrescentou, animada.

— Eu não quero.

— Como assim? Você ensaiou para isso.

— Eu ensaiei com o Liam. Ele nem consegue me olhar nos olhos. Não faz sentido eu ir.

Senti o olhar compreensivo da minha mãe, mas não consegui encará-la para confirmar. Ela se levantou, passou a mão no meu ombro e disse:

— Se é isso que você quer, tudo bem.

Algumas horas depois, meus pais saíram às pressas após uma ligação. Não tive a chance de perguntar o que houve, só soube que Max foi com eles.

Provavelmente algum jogo esquecido. Não importa. Só quero deitar e ficar sozinha.

Logo, alguém bateu à porta.

— Nem aqui eu posso ficar sozinha? — murmurei.

Abri a porta e encontrei Beth. Sua expressão não parecia amigável.

Estou em apuros, pensei, lembrando como Beth podia ser imprevisível.

Desde a confusão com Liam e Jacob, evitei qualquer contato com os Dickinson, especialmente Beth.

— Oi — ela cumprimentou, franzindo o rosto num sorriso forçado.

— Meus pais não estão, tiveram um imprevisto.

— Não é com eles que quero falar, é com você — respondeu, passando a mão pelo meu braço enquanto entrava.

Suspirei. Você errou, agora precisa consertar isso.

Sentei-me ao lado dela. — Me conte tudo — disse, me encarando. — Quero ouvir sua versão, não só o que os outros dizem.

Respirei fundo e contei tudo a Beth.

Ela permaneceu neutra durante o relato. Antes que ela falasse, me adiantei.

— Eu sei que errei, e sinto muito. Não queria causar essa tensão entre nossas famílias, muito menos estragar sua amizade com minha mãe...

Beth me interrompeu, segurando meu punho.

— Não se preocupe. Isso nunca vai afetar minha amizade com Maggie. O que nossos filhos fazem não vai interferir no que nós temos.

Soltei um suspiro de alívio, como se um peso saísse dos meus ombros. Tive tanto medo de que elas brigassem por minha causa; não me perdoaria se isso acontecesse.

— Engraçado, há uns três anos — Beth deu de ombros — comentei com Maggie que achava que você gostava do Jacob, e senti que ele também gostava de você. Ela riu e disse que eu estava imaginando coisas, que você tinha só uma quedinha. Desde então, deixei pra lá. O Jacob é uma incógnita ambulante — rimos.

A Escolha (Im)PerfeitaOnde histórias criam vida. Descubra agora