A Escolha (Im)Perfeita

Capítulo 21

Na tarde de segunda-feira, depois de inventar mais uma desculpa do tipo "não posso, tenho que ajudar minha mãe" para evitar ensaiar com Liam, marquei de encontrar Jacob na praça perto de casa. Sabíamos dos riscos, mas precisávamos decidir o que fazer com essa situação. Eu não aguentava mais mentir para Liam, mal conseguia encará-lo nos olhos.

No começo, tentei manter distância até entender meus sentimentos. Jacob me ajudou a esclarecer isso. Eu estava confusa e não queria machucar Liam como eu havia sido machucado, mas agora, percebi que usei isso como desculpa. Depois de beijar Jacob, tudo ficou claro, tão claro que tive medo de perder. Sei que Liam não vai entender; ele acha que Jacob é uma influência ruim e que meu erro foi influenciado por ele. Mas isso foi minha escolha, e eu preciso arcar com as consequências.

Caminhei até a praça, a cabeça cheia de pensamentos. Estou pensando para todos, e isso está me destruindo aos poucos. Emma, ​​minha melhor amiga, mal recebe respostas minhas, e estou ocupada demais beijando seu irmão às escondidas. Parece pior quando paro para pensar. Preciso enfrentar isso de uma vez.

Jacob se aproximou, com a intenção de me beijar, mas levantei a mão, criando uma barreira. Ele franziu o cenho, surpreso, mas logo se sentou ao meu lado.

— Você queria conversar? — Disse ele, a expressão séria.

— Não podemos... não aqui, não em público — respondi, olhando ao redor. — Vai que alguém nos vê.

Jacob torceu a boca.

— Eu nem moro mais aqui — disse, apontando para sua antiga casa.

— Mas eu moro. E a fofoca se espalha rapidamente — respondi, ríspida.

Ele desviou o olhar, apoiando o cotovelo no joelho.

— Precisamos conversar — ​​falei, firme. Ele me olhou.

— Lauren... — começou, como se soubesse o que eu ia dizer.

— Não, nós não podemos continuar mentindo para todo o mundo sobre o nosso... — hesitei, corrigindo rapidamente. — Nosso lance.

Jacob apresentava uma sobrancelha, confusa.

— O que você sugere? — Disse, a voz distante.

Fiquei em silêncio, tentando formular uma resposta.

— Você quer... — ele começou, cauteloso, como se ponderasse suas palavras — que paremos, é isso? — Seus olhos me examinaram, procurando por alguma ocorrência.

— Sim — soltei sem pensar, vendo-o encarar o chão. — Não! — corrigindo, apertando os olhos e levando as mãos à cabeça.

Estou ficando louca.

Pará!?, zumbiu meu subconsciente.

— Podemos continuar... — hesitei, mas firmei a voz ao perceber o que queria de verdade. — Quero continuar, mas não desse jeito. Não quero mais esconder, fugir, mentir.

Jacob ergueu gentilmente o olhar, surpreso.

— Eu também quero isso.

Eu pisquei, confusa.

— Ei? — pigarrei, surpresa. Não esperava essa resposta. Será que ele entendeu o que eu quis dizer?

— Eu entendi — disse ele, com a voz suave. — Sei que três semanas é pouco tempo, mas... — sua voz foi sumindo, e ele desviou o olhar por um instante antes de me encarar de novo, sério.

Não contive o sorriso apaixonado.

— Você tem certeza? — ele assentiu, abrindo um pequeno sorriso.