Imagem escolhida por Mônica Bender
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Mônica encara sem desviar seu olhar intenso do casal na sua frente. Os dois senhores com suas roupas caras, a mulher toda pomposa, o homem com o paletó alinhado, o cabelo cheio de gel e grisalho, os dois encaravam a mulher de forma esperançosa, também depois do pedido inusitado que fizeram, com certeza ela estava surpresa.
— Deixe-me ver se entendi. _ Mônica apoia os cotovelos na mesa do seu escritório em sua casa, repousa o queixo nos dedos cruzados das duas mãos e joga o corpo para frente. — Vocês estão querendo que eu encontre a filha de vocês?
— Sim, isso. _ O homem responde, afobado.
— Vocês sabem que eu sou uma historiadora, não é? Sim, eu procuro, pesquiso, sou a melhor nisso, mas estamos falando de coisas, objetos raros, antigos, vocês estão querendo que eu encontre uma pessoa.
A garota no auge dos seus vinte e oito anos é a melhor pesquisadora, historiadora, aventureira dos EUA. Museus a idolatram, sem contar na fortuna que tem de família, herança da sua mãe. Porém aqueles dois estavam propondo que ela encontre uma garota de vinte e três anos que pode estar em qualquer lugar.
— Eu sei. _ A mulher loira diz e suspira. — Sei que é algo inusitado. Mas... Angélica sumiu sem dar satisfação. Em uma noite estava dormindo tranquilamente em nossa casa, na manhã seguinte desapareceu. Já fomos até a polícia, mas não existe registro de nada dela. Não pegou avião, pelo menos não com o seu nome, não usou cartão de crédito, nada.
— Olha, consigo perceber que vocês têm boa condição financeira, tem dinheiro, por que não contratam um detetive?
— Porque já fizemos isso. _ Nesse momento a morena franze o cenho.
— Quanto tempo a filha de vocês está desaparecida? _ Os dois se encaram e então o homem fala.
— Um mês.
— Puta que pariu! _ Mônica encosta-se à cadeira e respira fundo.
— Agora entende porque estamos desesperados. Sei que é uma pesquisadora, mas já tentamos de tudo. Ela simplesmente sumiu. _ Mônica continua encostada, encarando o homem. Aquilo com certeza era surpreendente. Agora ficou preocupada com a garota.
— Ela pode ter sido sequestrada?
— Pensamos nisso, mas se fosse assim, por que não pediram resgate? Como você mesma disse, temos dinheiro.
— Faz sentido.
A morena estava pensando se aceita ou não aquela loucura. Como poderia encontrar essa garota? Tem contatos, na verdade tem muitos deles. Já se enfiou em grandes buracos, literalmente, para conseguir o que queria, mas uma pessoa? Isso era loucura. Não poderia aceitar e o homem percebeu isso, não estava ali à toa, por esse motivo tira o celular do bolso do paletó e mostra uma foto para a mais nova.
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CONTEXTUALIZANDO
KurzgeschichtenEssa é uma coletânea em comemoração aos 2 anos do grupo "Contextualizando". Como uma forma de homenagear as meninas que estiveram comigo nesse tempo me dando força e apoio, me impus esse desafio. Onde elas escolhiam uma imagem, e a partir dela eu es...