11 - Carona perigosa

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Imagem escolhida por Salete Pacheco

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Imagem escolhida por Salete Pacheco

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A visão que Catrine tem ao seu redor é a mais linda, apesar da solidão da sua caminhada, do calor e da sensação de infinidade, além de todos esses empecilhos, ela sente que fez a escolha certa. Precisava sair daquela vida, impedir-se de estar naquele ambiente tão tóxico e perigoso.

A mochila nas costas, o boné protegendo o cabelo negro cortado um pouco acima do ombro, tão liso que balança quando o vento se torna um pouco mais forte. Estava suada, cansada e com fome, mas segundo o GPS do seu celular, há uma cidade a menos de três quilômetros, porém seu corpo já começa a dar indícios da exaustão, necessitando urgentemente de um descanso.

De repente a garota de dezoito anos escuta o barulho de um carro. Olha para trás e o vê diminuindo a velocidade, o nervosismo começa a se fazer presente, não tem para onde correr, não tem para quem pedir ajuda, é apenas ela e Deus, foi um risco que resolveu correr para se ver livre da antiga vida, só precisa chegar a um lugar seguro e tudo ficará bem.

O carro azul chega cada vez mais perto dela, parando, ficando ao seu lado. Há malas em cima do automóvel, indicando que também são viajantes, mas assim que ele fica do seu lado e o vidro abaixa, ela se surpreende.

— Oi, tudo bem? _ A mulher de pele clara, porte firme, cabelo loiro, porém curto, pergunta.

— Ah, sim.

— Tem certeza? Não que eu duvide, mas você está sozinha nessa estrada deserta, a próxima cidade é há quase três quilômetros, e sinceramente, você me parece muito cansada.

— Não se preocupe, estou bem. _ Catrine começa a andar, querendo se livrar logo daquela mulher e quem sabe de um possível perigo.

— Espera. _ A mulher sai do carro e vai para perto da morena, porém ela se afasta de costas, fazendo a desconhecida levantar os braços em pedido de paz. — Calma, desculpa, eu sou Salete, estou viajando há duas semanas, desculpa mesmo se pareci inconveniente, mas não seria eu se te deixasse aqui. _ A mulher então coloca a mão para trás do corpo, o que faz a menor tencionar. — Calma, estou apenas pegando minha carteira. _ Com cuidado a loira tira seu documento e entrega para Catrine, que o analisa com cautela. — Eu juro que sou do bem, só não quero mesmo te deixar aqui sozinha. Você está indo para a próxima cidade? Está escurecendo, me deixa te dar uma carona.

Apesar de querer dizer não pela desconfiança, nesse mesmo instante sente os pés doerem, com se eles entendessem o que aquela carona significava, alívio. Nesse momento ela suspira e devolve o documento para a mulher. Depois olha para seu carro, analisando. Poderia ser duas situações, um, aquela mulher falava a verdade, estava mesmo viajando e aquele era mesmo o seu carro, e dois, ela era uma mentirosa, mandada por seu pai e aquele carro de modelo antigo era apenas um grande disfarce para encobrir a verdade e sua real vida com carros caros e importados.

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