Imagem escolhida por Léia Rodrigues
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— Droga!
Léia xinga em português, pelo menos dessa forma ninguém vai entender. É a terceira vez na semana que se atrasa para o trabalho. Vai colocando a mochila nas costas e entra pela porta dos fundos, assim que o faz esbarra em alguém.
— Atrasada de novo, Léia.
A morena engole seco, aquilo tinha que parar ou vai perder seu emprego e ela precisa muito dele. A mulher de vinte e dois anos está na Grécia há dois. Veio com a esperança de uma vida melhor e conseguiu. O que ela recebe de camareira ali é muito mais do que poderia receber no Brasil em anos.
Foi parar na Ilha Santorini trabalhando no maior e melhor hotel do lugar, sem contar que tudo ali é maravilhoso. A praia, as pessoas, o clima, a arquitetura, tudo. Ela teve dificuldade para aprender o idioma, ainda não sabe tudo, é verdade, mas agora está começando a se adaptar, sem contar que todos os funcionários se comunicam muito bem pelo inglês, esse que ela domina fluentemente.
— Desculpa, desculpa. _ Ela diz assim que o homem a encara, mas logo ele sorri.
— Vai logo, sua doida, hoje teremos hóspedes especiais.
— Especiais?
— Sim, vai rápido.
Sereno é o gerente do local, tem um carinho especial pela brasileira, não apenas por seu jeito meigo e ao mesmo tempo determinado, mas por ela lutar tanto para ajudar sua família, nunca os desamparou. Desde que veio para o país só os visitou uma vez, isso faz seis meses, ficou por um período de dez dias. Acredita que nunca mais voltará para o país que nasceu em definitivo, construiu novas amizades ali e quem sabe possa encontrar um grande amor.
— Vou indo.
Ela então caminha pelo corredor, direto para o vestiário, porém antes de chegar ao local, mais uma vez esbarra em alguém, dessa vez uma mulher desconhecida.
— Caramba, hoje é o meu dia dos esbarrões, me desculpa... _ Porém, ela para de falar assim que olha para cima e observa a loira que a encara com os olhos azuis. Ela é linda, sem contar seu olhar perdido e inocente.
— Eu que peço desculpas, acho que me perdi aqui. _ A loira diz sem graça.
— Você é...? _ A menor a encara sem desviar, deixando ambas sem graça.
— Larissa.
— Prazer, Larissa, eu sou Léia, você é grega, não é? Seu inglês é diferente.
— Oh, sim. Είμαι ελληνικός. (Eu sou grega).
— Isso eu entendi. _ A morena diz ao sorrir. — Είμαι της Βραζιλίας. (Eu sou brasileira).
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CONTEXTUALIZANDO
Short StoryEssa é uma coletânea em comemoração aos 2 anos do grupo "Contextualizando". Como uma forma de homenagear as meninas que estiveram comigo nesse tempo me dando força e apoio, me impus esse desafio. Onde elas escolhiam uma imagem, e a partir dela eu es...