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Entro nos aposentos de Odin e vejo minha mãe segurando sua mão, me aproximo e encaro o rosto de meu pai.

— Eu nunca me acostumo a vê-lo desse jeito.– digo perto dela.

— Ele adiou por tanto tempo, que receio...– ela não consegue terminar de falar e vejo uma lágrima cair em seu rosto.

— Quanto tempo vai durar?– queria ter mais ou menos uma previsão, mas tomare que dure muito.

— Eu não sei, desta vez é diferente.– assinto e vejo seu rosto cansado, ela passou a noite com ele acordada.— Não estávamos preparados.

— Porque ele mentiu?– pergunto e ela alisa com a mão meus cabelos.

— Ele não queria contar a verdade pra que não se sentisse diferente, você é nossa filha Madelyn. E nós somos sua família, não podemos perder a esperança de que seu pai voltará para nós, e o seu irmão também.– Me desvencilho de seu toque e levanto com lágrimas nos olhos.

— Você sabia mãe, era a única que sabia, foi a única que sentiu e todo esse tempo me deixou pensar que eu era irmã dele.– Minha mãe foi criada por bruxas, ela sabia desde cedo que eu era apaixonada por Thor.

— Seu pai não me deixou contar, sempre há um plano pras decisões de Odin.– ela alisa a mão dele — Está no destino de vocês dois.

— Eu odeio essa palavra. O que o destino fez por mim?– limpo algumas lágrimas que ousavam a sair, minha mãe se levanta e vem até mim segurando meus ombros.

— Recomponha-se , você é uma rainha agora e tem que se manter digna.– respiro fundo e não digo mais nada, saio dos aposentos e ando até a sala do trono, e me sento no meu lugar.

Bato o cajado de Odin e consigo ver a silhueta de Thor, ele estava em Midgard com uma mortal metida a besta, ele estava tentando recuperar Mjonir. Vejo toda a luta dele pra no final martelo nem se mover do lugar, sorrio com isso, Thor não era mais digno de segura-lo. Agora eu tinha o poder do trono poderia ir onde quisesse, e a ideia de ir vê-lo não se aquietou da minha mente, minhas mãos formigaram até que bati o cajado e apareci em sua frente. Numa sala branca onde o prenderam, seu olhar era caído, mas ainda era meu Thor, assim que ele percebe minha presença eu faço de tudo pra manter minha atuação.

— Madelyn.– ele diz e abraça minha cintura ainda sentado na cadeira, parecia exausto, respiro fundo e passo a mão em seus cabelos.— O que está fazendo aqui?

— Eu precisava ver você.– me solto dos braços dele e ajoelho na sua frente, acaricio seu rosto coberto pela barba.

— O que aconteceu?– ele parecia assustado— Me diga, é Jotunheim? Deixe me voltar e explicar ao nosso pai...

— Nosso pai está morto.– digo e vejo seu semblante cair em tristeza.

— O que?– ele me pergunta com os olhos marejados.

— O seu banimento, a ameaça de uma nova guerra... Foi de mais para ele suportar.– digo mantendo a calma, ele segura meu rosto e começam a sair suas lágrimas. — Mas não deve se culpar, eu sei que você o amava. Eu tentei dizer a ele mas ele não quis escutar.– minto, queria brincar com os sentimentos dele, assim como Odin fez comigo.— Foi tão cruel colocar o martelo ao seu alcance sabendo que nunca mais conseguiria levanta-lo.– digo e analiso a dor em seus olhinhos azuis. — O peso do trono agora é meu.

— Posso voltar para casa?– ele pergunta esperançoso, nego com a cabeça.

— A trégua com Jotunheim depende do seu exílio.– eu estava com muita vontade de rir.

— Sim, mas podemos achar um jeito de...– ele tenta achar caminhos

— A nossa mãe proibiu o seu retorno.– digo baixo e ele me encara atônito, seguro seu rosto com minhas duas mãos e encosto minha testa na dele, aquilo tinha que ficar mais teatral — Isso é um adeus irmão, eu sinto muito.– sinto suas lágrimas molharem minhas mãos.

— Não, eu sinto muito...– ele diz sendo compreensível, ele afasta meu rosto dele e tenta sorrir — Obrigado por vir aqui.– ele sussurra perto de meu rosto, fiquei com muita vontade de atacar seus lábios e eu me controlei ao máximo pra conseguir me afastar.

— Adeus.– digo e me levanto, bato o cajado e volto a sala do trono, me sento com as minhas pernas bambas e fico encarando o nada, eu podia jurar que se não fosse pela verdade na cabeça de Thor de que somos irmãos ele teria me beijado naquele momento.

CROSSFIRE | THOROnde histórias criam vida. Descubra agora