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Eu cresci dizendo a mim mesma que eu era uma pessoa boa, mesmo quando eu exagerava nas pegadinhas quando era criança. "Coisa de criança" papai dizia e ria como todos os outros. Eu cresci sendo obediente, minha mãe sempre dizia que um dia eu herdaria o trono, mas eu não o queria, meu pai parecia cansado das guerras e de toda aquela coisa de ser rei, eu e Thor escutávamos inúmeras histórias sobre as guerras, as grandes eram as que mais me davam medo. Quando Lady Sif virou uma guerreira, eu vi a admiração de Thor nos olhos, ela lutou pra conquistar seu posto e eu quis isso também. Quis aqueles olhos azuis como o céu em mim, mostrando orgulho, ele achava engraçado... Em todas as missões que íamos eu pegava em sua mão com medo, ele apertava a mesma e não soltava, aquele aperto me garantia que voltaríamos pra casa em segurança. Ainda pequenos, nosso pai nos contava como foi as batalhas, mas eu não me esqueço do dia em que ele contou sobre como exilaram os gigantes de gelo. Eu sentia medo, mas ao mesmo tempo achava engraçado, imagine como seria ver a luta de Odin e algum gigante? Sorri com meus pensamentos, encarei Thor que tinha seus olhos brilhando a cada palavra que saia da boca de nosso pai. Thor era um guerreiro, melhor que eu até, mas muitas das vezes esse seu pensamento o fez fazer coisas involuntárias.

Me encaro no espelho rindo de todas essas memórias, hoje é o dia de Thor. Odin resolveu fazer uma cerimônia a ele, como sou conhecida por minhas travessuras acabei aprontando algo e com sorte ninguém descobrirá que fui eu. Com o tempo que crescemos, Thor e eu nos distanciamos, eu o distanciei. Não controlo meus sentimentos mas consigo os esmagar, fazendo mal ao Thor, assim ele se afasta e minha mente fica tranquila. Eu não aguentava ver que ele era o preferido, não aguentava ver seu sorriso perfeito brilhando após ganhar uma batalha, eu parei de ir nas missões por causa disso e passei mais tempo com a minha mãe aprendendo magia. Hoje em dia a domino com maestria.

Saio de meus aposentos e sigo até o salão principal, assumo meu lugar ao lado de minha mãe , todos estavam ali, todos vendo o futuro rei de Asgard levantar seu martelo, presente de nosso pai, sabe o que eu ganhei? Uma adaga. Encaro a felicidade no rosto dele, aquele sorriso tem prazo hoje, abaixo a cabeça quando ele caminha até o trono e se ajoelha, tira seu elmo e manda uma piscada a minha mae. Odin pede silêncio e começa o discurso.

— Thor filho de Odin, meu herdeiro.– abaixo a olhar ao escutar essa frase, sempre me causava mágoa saber que por ser mulher eu nunca sentaria naquele trono, eu não o queria.— Meu primogênito, a tanto tempo confiado com o poderoso martelo Mjonir forjado no coração de uma estrela, seu poder é incomparável como arma de destruição ou uma ferramenta para construir é um companheiro adequado para um rei. Eu defendi Asgard e a vida de inocentes nos nove reinos...– eles já estavam aqui, conseguia sentir sua presença enquanto Odin contava suas vitórias — Você jura proteger os nove reinos?

— Eu juro! – sua voz era até mais forte que seua trovões e foi ali que eu me arrependi de estragar o dia dele, queria não o olhar com admiração, queria não sentir tudo isso que eu sinto.

— Você jura preservar a paz?– Odin pergunta

— Eu juro!– ele diz sem nem pensar duas vezes, com a maior convicção

— Você jura deixar de lado qualquer ambição egoista e se comprometer apenas com o bem dos reinos?– sinto minha cabeça latejar, minha mãe toca meu ombro e eu a encaro com um olhar tranquilizante

— Eu juro!– ele grita e levanta seu martelo

— Então neste dia, eu Odin Pai de Todos, o proclamo...– ele trava, simplesmente e olha pra frente, eu sabia o que estava por vir. — Gigantes de Gelo.– ele avisa e todos o olham assustados, ele bate seu cajado no chão, droga os gigantes iriam morrer com o soldado de ferro. Odin praticamente corre até o cofre seguido por mim e Thor.

Entramos e seu soldado é colocado de volta na cela, olho em volta e vejo o gelo, alguns guardas frisados e os restos dos gigantes. Reprimi um sorriso, e vi Odin olhando a caixa de gelo.

— os Jotuns tem que pagar pelo que fizeram.– Thor diz determinado

— Eles já pagaram com a própria vida.– Odin diz calmo, prefiro ficar em silêncio e ver o desenrolar da conversa — O destruidor fez seu trabalho, a caixa está segura está tudo bem.

— Está tudo bem?– Thor pergunta indignado — Eles arrombaram a caixa forte das armas, se os gigantes tivessem roubado uma dessas reliquias...

— Mas não roubaram...– Odin interrompe ainda calmo

— Mas eu quero saber porque!– Thor rebate,isso estava ficando engraçado.

— Eu fiz uma trégua com o rei dos Jotuns.– Odin diz tentando manter a calma que ainda o restava

— Ele acaba de quebrar a trégua!– Thor estava bravo, isso o deixava bonitinho. — Ele sabe que o senhor está vuneravel. – Odin vira e o encara.

— Que ação você adotaria?– pergunta sabia, mas se tratando de Thor já sabíamos a resposta

— Baixaria sobre Jotunheim como você fez um dia, daria uma lição neles. Quebraria o espírito deles para que nunca mais ousasem ultrapassar nossas fronteiras.– sempre a mesma coisa , guerra.

— Está pensando apenas como um guerreiro.– Odin reclama

— Mas isso foi um ato de guerra.– Thor fala por cima.

— Isso foi um ato de um povo condenado a fracassar!– Odin estava doente e completamente sem paciência para seu filho mimado.

— Veja como eles chegaram longe!– Thor grita

— Encontraremos a brecha nas fronteiras e selaremos...

— Como rei de Asgard...

— MAS VOCÊ NÃO É REI!– Odin grita atrapalhando a incoerência de Thor — Ainda não.

Fico calada, com uma vontade imensa de rir mas não o faço, não gostava quando ele destratava Thor, mas isso foi engraçado. Vemos nosso pai sair do cofre, encaro meu irmão e ele caminha na minha frente com raiva e relutância.

CROSSFIRE | THOROnde histórias criam vida. Descubra agora