25. Restart

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Dei um último trago antes de apagar e jogar fora a bituca do cigarro, olhei para os dois lados da rua, mas não enxerguei ninguém. Toquei na tela de meu celular para checar o horário, tranquilizando minha ansiosa espera ao notar que ainda era 10:31.

Pensei em sentar-me uma das mesas que estavam aqui na porta do café, mas eu tinha que ser doido para querer ficar do lado de fora no frio que estava fazendo. Adentrei o local, reparando em toda a decoração retrô e como estava tudo tão lindo como da última vez; é, eu não voltei ali desde o ocorrido com Felix, e espero que possamos recomeçar no mesmo lugar em que terminamos. Passei os olhos pelo ambiente em busca de um assento vago, encontrando um próximo ao vidro, era fácil de enxergar, então não seria um problema me procurar. Antes de ir até lá, caminhei até a recepção e pedi um latte macchiato, não demorando a pagar e caminhar até a mesa que havia encontrado antes.

...
10:45 a.m, segurei meu copo térmico com as duas mãos, levando-o até os lábios e tomando um gole na expectativa de esquentar meu corpo, que mesmo com dois casacos e um cachecol, estava gelado por conta da temperatura. Encarei o suporte de copos da mesa com o escrito "Side B", antes de colocar o copo sobre ele, mantendo minhas mãos e meu olhar ali. O som do sino na entrada me chamou atenção, fazendo-me tirar o olhar da mesa e passá-lo para a porta.

Aquilo me desconcertou.

Era Felix, ali, ao vivo e em cores, atravessando a porta do estabelecimento.

Meu corpo começou a tremer, e não era por conta do clima. Analisei todos os passos do garoto até a recepção, engoli em seco e já comecei a planejar o que iria dizer, apesar de minha cabeça estar uma confusão. Quando finalizou seu pedido, virou-se e começou a me procurar com seus olhos, e estes pousaram sobre mim ao mesmo tempo que um frio surgiu em minha barriga. Ele caminhou até mim em passos lentos e claramente audíveis para mim, já que estavam compassados às batidas de meu coração.

— Me desculpe pelo atraso, eu perdi o horário. – pronunciou enquanto sentava-se  do outro lado da mesa em minha frente.

— Tudo bem... – disse baixinho, olhando-o nos olhos vez ou outra.

Após isso um silêncio pesado e desconfortável se instalou no ambiente, com apenas entreolhadas acontecendo vez ou outra. Pensei e repensei no que dizer, enquanto o outro tamborilava seus dedos sobre a mesa com uma expressão de tédio.

"Okay Changbin, só diga alguma coisa, deixe de ser um covarde!" Eu pensava comigo mesmo, suspirando profundamente e criando coragem; o ar entrava tão gélido em minhas narinas que queimava, saindo quente e exausto de meus pulmões.

— Então... – dei a primeira palavra, e isso fez com que o garoto atentasse-se à mim, passando a me observar com a face expressando curiosidade sobre o que diria em seguida — Como...

Felix! – a recepcionista chamou seu nome, me interrompendo para que ele buscasse seu pedido.

— Já volto. – levantou-se e foi até a recepção, rapidamente buscando seu pedido e voltando para a mesa — E então?

— Ah... – iniciei, ou ao menos tentei, tentando concentrar-me em minhas palavras, e não em minha mente confusa — C-como tem passado?

O garoto que antes tomava o primeiro gole de seu café, passou seu olhar para mim e começou a rir, me deixando desentendido e um pouco constrangido naquela situação.

— Você está mesmo me perguntando isso? Como acha que eu estou, Changbin? – ele tentava ser duro, mas eu sei que por dentro estava machucando, eu sentia isso apenas por olhar em suas íris.

— Certo, foi uma pergunta idiota... – e estava eu, novamente sem palavras.

Após muito refletir, soltei meu café, colocando minhas mãos em meu colo e ajeitando minha postura, passando a observar o garoto nos olhos. Ou eu falava tudo o que tenho que dizer, ou eu perderia Felix mais uma vez, e se eu tenho qualquer chance, eu quero tentar.

— Felix... – comecei novamente, respirando fundo na tentativa de organizar meus pensamentos — Eu não sei muito bem por onde começar, na realidade... errei tanto com você que não sei nem como me desculpar, mas eu preciso que escute o que eu tenho para te dizer, okay? – questionei, aguardando uma resposta do menor.

— Okay. – seco, como todas as palavras que haviam saído de sua boca nesta manhã.

— Desde que paramos de conversar eu não estou com a cabeça no lugar... eu me sinto triste e cansado o tempo todo, como um vazio dentro de mim, o lugar que você costumava ocupar... e eu não sei o que fazer com ele. A partir do dia em que te conheci, minha vida se tornou outra, eu fico tentando entender o que acontece dentro de mim. E depois de tudo o que ocorreu entre nós, principalmente depois do dia do estacionamento, eu passei a buscar uma resposta para o que eu tinha feito de errado, e a realidade é que eu não me lembrava do que fiz nem absolutamente nada do dia em que discuti com você, eu estava bêbado e fora de mim, e só descobri porque me contaram. Sei que isso não justifica toda a merda que eu te falei, mas espero que consiga entender... você causou uma confusão enorme em mim, e eu achava que isso era ruim, que isso estava me machucando, mas eu percebi que a confusão significa que tem algo aqui, um sentimento que desconheço. Ou melhor, desconhecia. – o garoto levantou sua cabeça, voltando a analisar meu olhar após a sentença, enquanto eu respirava fundo tentando recuperar o fôlego que usei nessa declaração.

— O que... o que você-

— Eu gosto de você Felix, é isso que eu não entendia, mas agora eu percebo o que sinto... e eu não estou pedindo pra você simplesmente me desculpar por tudo o que eu fiz porque eu sei que dizer "me desculpa" não é suficiente, mas peço que me dê mais uma chance. Eu faço o que quiser para que você possa me perdoar, mesmo que nada vá tirar essa culpa de mim.

O loiro soltou um riso nasal juntamente com uma curvatura de lábios em um pequeno sorriso, aparentemente pensando no que dizer.

— Sabe Changbin, no dia que você me xingou eu fiquei desolado. Eu não parava de pensar que você era uma pessoa totalmente diferente do que eu pensava e que era completamente egoísta... – aquelas palavras cortaram meu coração, eu não me perdoava por fazê-lo sofrer assim — e de fato você foi egoísta, mas agora eu entendo o porquê. E eu passei tanto tempo sem querer escutar o seu lado da história, mas Changbin, o peso de se descobrir é enorme... e eu só sinto muito que você tenha passado por essa dor sozinho. – seu olhar sobre mim demonstrava preocupação e tristeza.

— É, eu tinha meus amigos mas tinha medo de contar para eles, sabe como é? – questionei com um sorriso, eu estava realmente feliz por Lix me compreender.

— Eu sei bem, acredite. – concordou com a cabeça, e ambos soltamos risos de alegria.

— E então... – minha mão arrastou-se até a do mais novo, tocando-a levemente — O que me diz, você quer tentar de novo?

Em resposta, ele envolveu sua mão na minha, segurando-a.

Vamos recomeçar.

                                            
E aí gente, tudo bom?

Bemm, primeiramente queria dizer que:

É, eu fiz uma playlist pra esse capítulo akskskks

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É, eu fiz uma playlist pra esse capítulo akskskks

Bem, espero que tenham gostado! Eu amei muito escrever esse reencontro, e bemm, acho que semana que vem conto algumas coisinhas pra vcs rsrs

É isto! Bom fim de semana, comentem o que acharam do capítulo e beijos beijos, amo vcs 💖💖

Straight  ༄ changlixOnde histórias criam vida. Descubra agora