"Esqueça os piores momentos da sua vida e faça os melhores se tornarem inesquecíveis."
Depois de tomar água, ele me olhou por mais um longo tempo antes de conseguir falar alguma coisa.
- Como isso aconteceu? - ele perguntou, me olhando.
- Você sabe, da mesma forma que da primeira vez. - respondi.
- Sem brincadeiras agora Manoela. Esse bebê é meu? - ele pergunta novamente.
- E você tem alguma dúvida? Quando você foi embora, lembra que tinha me pedido pra fazer o exame e com tudo que aconteceu, acabamos esquecendo? Então, fui até o médico e recebi a grande notícia. - falei.
Ele me olhava abismado com tudo que havia falado para ele. Parecia não acreditar no que havia dito e desviava seu olhar. Não acreditava no fato de ele estar duvidando de mim. Eu jamais mentiria para ele. Ainda mais, porque já tinha tido minha primeira gravidez sozinha e não precisava dele.
- E por que você não me contou? - ele perguntou.
- Eu tentei, milhares de vezes. Mas na verdade toda às vezes que a gente te ligava, você falava pouco e dizia para deixar pro outro dia. - respondi.
- Eu realmente estive bastante ocupado. - ele falou.
- Mas você nos deixou novamente, e não vou te perdoar de novo. Eu fiquei sozinha de novo, você sabe o que é descobrir que está gravida? E não ter a pessoa que você gosta por perto? - perguntei e senti lágrimas rolando na minha face.
Ele sorrio com a última frase que eu disse. E sem querer eu soltei um pequeno sorriso também. Mas estava realmente chateada com ele. Com tudo que estava acontecendo. Não podia ter fortes emoções agora que estava grávida. Me sentia mal, enjoada, com vontade de pôr tudo para fora. Mas não adiantava. Ouvi minha menininha chorar lá no quarto. Olhei para Bruno e me levantei e fui em direção ao quarto.
Ela estava sentada no meio da cama e chorava muito. Meu Deus, que peninha que deu de ver ela daquele jeito. Naquele momento fui até ela e lhe peguei no colo. Comecei a balança-la para um lado e para o outro. Me esquecendo que Bruno estava na sala.
- O que foi princesa? - perguntei, beijando sua testa.
- Papai. Vi papai. - ela falava, enquanto chorava em meu ombro.
- Você está com saudade meu amor? - perguntei, me lembrando então que ele estava na sala e sentindo minha barriga e costas começarem a doer. Ela apenas moveu sua cabeça que sim.
Sabia que ela sentia tanta à falta dele, quanto eu. Não podia deixa-la longe por muito tempo, ela era tão pequena para entender as coisas. Fui andando em direção até a sala. Beatriz não parou de chorar por nenhum minuto e cada segundo que passava, me abraçava mais forte ainda. Minha blusa estava encharcada. Quando cheguei na sala, os olhos de Bruno começaram a brilhar e naquele momento ele deixou uma lágrima cair.
- Filha? - ele falou e ela se virou bruscamente para vê-lo.
- Papai. - ela falou, esticando seus braços para que ele pudesse pegá-la.
Ele começou a fazer carinho nela e ela logo se acalmou e dormiu em seu colo. Percebi seu sorriso de satisfação por ver que ela sentia sua falta. Mas a realidade é que não era só ela que estava com saudade. Porém, estava triste o suficiente para não dizer nada. Apenas me senti bem com o fato de a minha filha, enfim estar feliz com a presença de seu pai ali.
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Quando O Imprevisto Acontece
RomanceNão é nada fácil ser a irmã caçula, muito menos quando seus pais nunca estão em casa para te dar atenção. Você passa a fazer coisas das quais não é experiente e alguma dessas coisas acaba dando errado. Essa é a vida que Manoela leva, 17 anos, quase...