Capítulo 1 - A Notícia

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"Tudo tem um sentido especial ou dolorido, as coisas vão acontecendo como num filme em que nós somos protagonistas sem dublê de nossa própria história."

Você já parou para pensar que em cada vida se há um propósito, e que normalmente as consequências decorrentes as suas ações podem favorecer no futuro? Manoela, brasileira e especificamente carioca, pode se ver em uma enrascada, mas futuramente estará agradecendo por tudo que aconteceu em sua vida.

Era tarde de domingo, estava deitada ao lado do meu namorado, Bruno. Faziam apenas 11 meses que estávamos juntos. Tudo parecia fluir normalmente entre nós dois. Nos conhecemos faz alguns anos, desde então sempre estudamos juntos. Mas, foi no começo do ano que começamos a nos interessar um pelo outro. Ele sempre fora um menino incrível comigo, e constantemente que conversava, era como se já nos conhecêssemos há muito tempo. Era daquele forma de pessoa que você quer passar a maior parte do tempo, seu carisma me ganhou.

A minha vida não é tão simples assim. Na verdade chega a ser fácil demais. Meus pais, por exemplo, passam mais tempo viajando e trabalhando do que em casa. Ou seja, é como se não tivesse pais. Eles ligam às vezes para saber se está tudo certo, mas na verdade seu Sérgio e dona Luíza, não se interessam muito pelos filhos. Isso muitas vezes me deixava chateada, pelo simples fato de nunca estar com meus pais por perto. Eles só voltavam para casa quando acontecia alguma coisa, ou precisavam pegar outras roupas.

Moro com meu irmão mais velho, Caio. Além de irmão, é como um amigo e também como um pai. É do tipo super protetor e não me deixa ir para lugar nenhum, mas aos poucos, depois que começou a namorar, deu uma acalmada. Ele até gosta do Bruno, mas às vezes seu ciúme aumenta e ele não me deixa ir para casa dele, ou mesmo vai à porta da casa do Bruno para me buscar, é uma das coisas que ele faz questão.

Vamos embora Manoela, você tem aula amanhã! — Meu irmão já havia chegado à casa de Bruno.

Tudo bem. — Despedi-me do meu namorado e parti com ele para sua casa.

— Às vezes você é muito imaturo, deveria cuidar mais da sua vida, não estávamos fazendo nada demais. — Falei, enquanto abria a porta de casa.

— Você deveria me agradecer pelo que faço por você. — Falou, em um tom mais alto.

Depois que entramos em casa, ficamos calados. Mantivemo-nos afastados, cada um em seu quarto. Fiquei no computador, e permaneci conversando com meu namorado até tarde como sempre. Caio era durão, mas em parte estava certo, sempre agradecia por ter estado sempre por perto, sempre foi o único que ficou comigo por mais tempo, e por isso era grata a ele, porém, o mesmo exagerava.

Estava sentada, quando veio uma enorme vontade de vomitar. Corri para o banheiro em busca de tirar toda aquela minha ânsia para fora, fiquei ajoelhada em frente ao vaso sanitário enquanto vomitava. Depois de escovar os dentes, fui logo me deitar. Fazia muito tempo que não vomitava, na verdade nunca ficava doente, era uma dor de cabeça ou outra, mas nada assim. Sempre estranhava quando isso acontecia com alguma amiga minha, e não comigo. Detestava o fato de ser diferente, parecia ser algo de outro mundo.

A aula já havia começado, mas não conseguia prestar muita atenção, estava com algumas pontadas na barriga e muita vontade de vomitar. Consegui aguentar por muito tempo, e logo em seguida não aguentei, pedi para o professor para que pudesse me retirar da sua aula, e entrei correndo em um dos banheiros femininos, colocando tudo para fora.

Quando retornei para a sala, Bruno ficou me olhando com um olhar de interrogação, não falei nada, pois na verdade não era nada demais. Enquanto o professor estava em sala, preferi não incomodá-lo. Deixei que quando o professor saísse, assim poderia me sentar ao seu lado.

Quando O Imprevisto Acontece Onde histórias criam vida. Descubra agora