"O verdadeiro amor não é aquele que se alimenta de carinho e beijos, mas sim aquele que suporta a renúncia e consegue viver na saudade."
Me despedi dos amores da minha vida e fui trabalhar cedo. Meu expediente começava as 8:00, parava para almoçar e depois voltava para trabalhar até as 17:00. O movimento no shopping era pouco e então provavelmente a loja venderia poucas coisas. Me sentei atrás do balcão e comecei a conferir alguns preços novos.
Estava distraída e ouvi uma voz que me chamou muita atenção. Uma voz da qual eu sentia bastante saudade. Olhei para frente e lá estava Gustavo entrando na loja e conversando com uma menina morena, que era bem bonita. Não a conhecia, então pensei que deveria ser sua namorada nova, pois, ele estava sumido por um bom tempo. Não que eu estivesse incomodada com sua presença, porém ele não apareceu mais para nos visitar, muito menos deixou algum recado.
- Bom dia, posso ajudar vocês? - perguntei, como se fosse um cliente normal.
- Pode sim, eu queria conversar com você. - Gustavo falou me encarando.
- Agora estou em horário de trabalho e não posso sair daqui. Mas meio dia tenho horário do almoço, se quiser conversar. - falei.
- Tudo bem, depois passo aqui. - ele respondeu e se retirou da loja.
Fiquei imaginando o que ele teria para conversar comigo. Claro, deveria ser tantas coisas, havíamos nos afastados bastante. Durante esses 8 meses que haviam se passado, ele não foi nenhum dia nos visitar ou ao menos ver Beatriz (que segundo ele, a amava) e depois de um tempo comecei a duvidar do mesmo. Talvez ele tivesse feito um jogo de gostar dela, por minha causa. Querendo se aproximar de mim, de uma forma diferente, da qual sabia muito bem.
Quando deu meu horário de almoço, Gustavo apareceu na porta e fomos para uma mesa conversar. Ele me olhava nervoso e parecia bastante ansioso com o que tinha para me falar. Fiquei lhe encarando por um bom tempo, antes de ele começar a falar alguma coisa.
- Já passou tanto tempo. - ele falou. - Eu senti tanta a falta de vocês duas. - continuou.
- Não se esqueça que foi você quem resolveu ir embora. - falei calmamente.
- Não fala nada, só me escuta por favor. - ele prosseguiu. - Eu não consegui te ver com ele. Não era mais como antes. O Bruno chegou e você simplesmente me esqueceu. E nem quero tocar no assunto Beatriz né. Era como se ela fosse uma filha para mim, você sabe disso. E ele me tirou isso. E eu não pude aguentar. Mas eu nunca esqueci vocês, sempre pegava o telefone mas não tinha coragem de discar seu número. - ele falou, e baixou a cabeça.
- Você sabe que nunca impediria você de ver a Beatriz. - falei, erguendo seu queixo e nesse momento somos interrompidos, por ninguém menos que Bruno.
- Viemos almoçar com você, mas parece que está bem acompanhada né Manoela. - ele falou de uma forma grossa.
Ele ficou me encarando, e parecia que a qualquer momento ele iria explodir. Nossa filha estava em seu colo, os olhos de Gustavo brilhavam ao olhar para ela. Não conseguia dizer nada, muito menos fazer alguma coisa. Sabia que logo que chegasse em casa levaria um esporro muito grande. Bruno era ciumento em relação aos homens, principalmente se o "homem" se chamar Gustavo e for meu ex-melhor amigo.
- Ele me chamou para conversar. - falei baixo.
- Posso saber sobre o que? - Bruno perguntou.
- Não é da sua conta. - Gustavo respondeu, e vi fogo nos olhos de Bruno.
- Estou falando com a minha mulher, e não com você. - Bruno falou, e pareceu vitorioso de falar aquilo e esfregar na cara de Gustavo.
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Quando O Imprevisto Acontece
RomansaNão é nada fácil ser a irmã caçula, muito menos quando seus pais nunca estão em casa para te dar atenção. Você passa a fazer coisas das quais não é experiente e alguma dessas coisas acaba dando errado. Essa é a vida que Manoela leva, 17 anos, quase...