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- Marina! - me aproximei dela e entreguei o convite - esse é pra você e esse é pro seu pai - expliquei. Andei mais um pouco pelo colégio - Mariana e Gustavo - me aproximei do casal - pra vocês - entreguei os dois convites

Puxei Larissa pela mão e fomos distribuindo convites para quem eu conhecia no colégio. Chamei mais algumas meninas e meninos que eu tinha intimidade para serem meus casais

- Henrique! - o abracei - você vai dançar a valsa comigo - entreguei o convite para ele

- obviamente - sorriu

Acenei enquanto ele ia para sua sala. Me virei e acabei batendo em um menino que estava correndo

- olha por onde anda! - reclamei me apoiando no parapeito do colégio

- desculpa, não te vi - o encarei. Não me lembro dele

- você é novo aqui? - cruzei os braços

- sou, cheguei essa semana - contou - meu nome é Daniel, e o seu? - estendeu sua mão

- não sabe quem eu sou? - perguntei incrédula

- deveria? - franziu a testa

- Gabriella? - Larissa apareceu do outro lado do parapeito

- sim, deveria - respondi o menino antes de seguir em direção a Larissa

💫💫

- eu volto em uma semana, não se esqueça de seus compromissos - beijou minha testa e abraçou Isabella, indo embora da casa

- estamos livres? - Isabella olhou para mim

- sim - concordei - estamos livres - suspirei

É sempre assim, só posso ser quem eu sou quando a minha mãe viaja. "Imagem é a base de tudo" sempre diz a minha mãe. Temos que ser perfeitas o tempo todo, como um filme, mas eu não gosto de ser assim

Levei a mão ao cabelo e puxei o laço cor de rosa que prendia parte do cabelo. Isabella correu para o lado de fora e eu fui ao meu quarto, sentei na penteadeira e retirei a maquiagem. Quando notei eu já estava chorando. Eu não sou essa pessoa que aparece na TV fazendo modelagem, não sou a sobrinha perfeita do presidente do Brasil, eu não sou assim. Só queria poder usar a roupa que eu quisesse, o sapato que quisesse e ser eu mesma. Meu pai deixava eu ser eu mesma, mas depois que ele morreu, minha mãe passou a controlar a mim e minha irmã

Sequei as lágrimas e voltei a passar a maquiagem, colocando outra roupa. Tenho mais coisas para fazer essa tarde e não posso ficar trancada dentro do quarto, por mais que seja esse o meu desejo 

- oi, maninha - Henrique me recebeu na porta do salão

- oi - sorri. Segurei a sua mão enquanto ele me ajudava a descer do carro e entramos no salão

Logo encontrei Victor olhando o celular

- aí estão vocês - disse animado - levou um tempo mas eu terminei

Olhei e vi que os meninos e as meninas já tinham chegado para experimentar as roupas que fizeram. Só a Larissa viu todos os meus vestidos, e mesmo com a insistência das outras meninas eu não mostrei a elas. Então eles já decidiram os pares e estou cogitando a ideia de que Henrique vai ser meu príncipe

- o que foi? - Larissa me olhou. Continuei encarando meu reflexo no espelho

- essa não sou eu - neguei - essa é quem minha mãe quer que eu seja - olhei para ela

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- essa não sou eu - neguei - essa é quem minha mãe quer que eu seja - olhei para ela

- eu tive uma ideia - ela sorriu - mas você vai ter que aguentar até a metade da festa - avisou

- ok - concordei

- se você quiser se mostrar, mostrar ao mundo a mesma pessoa que você mostra pra mim, vai ter que esperar - segurou minha mão

- obrigada. Agora me ajuda a tirar isso - retirei o vestido

Olhei como ficou a roupa das meninas e dos meninos, tudo perfeito. Vamos todos para o spa no dia da festa e vamos pro salão de limusine

Agora vamos experimentar parte do buffet da festa. Isso demorou mais do que eu esperava, bem mais do que eu esperava

💫💫

Olhei para a chuva caindo e pensei em não descer do carro, pedir para o motorista dar meia volta e me levar para casa. Suspirei e abri a porta, descendo do carro. Fechei os olhos e caminhei rapidamente para a entrada da escola. A chuva parou de me atingir e abri os olhos, encarando o menino ao meu lado com o guarda-chuva sobre mim

- obrigada - caminhamos juntos até estarmos seguros da chuva

- tome - colocou seu casaco sobre mim - esqueceu o guarda-chuva? - sorriu

- minha mãe não estava em casa para me dizer pra pegar um casaco - brinquei enquanto colocava meu braço na manga de seu casaco

- melhor deixar um dentro do carro - sugeriu

- valeu pela dica - sorri

- você não cansa? - franzi a testa com sua pergunta - de fingir ser quem não é? - perguntou e não evitei o sorriso

- poucos percebem - caminhamos pelo corredor - como percebeu?

- gosto de prestar atenção. Quando você sabe que estão te olhando, não para de sorrir, mas quando acha que ninguém olha, você fica com o semblante cansado - explicou

- eu realmente estou cansada nesses últimos tempos. Tenho uma festa para organizar - revirei os olhos

- ah, sim. A festa mais falada - lembrou

- você quer ir? - convidei - acho que tenho um convite que não tenha molhado na mochila - peguei o convite e entreguei a ele

- eu adoraria, obrigado - guardou o convite

- se não se importar, eu vou ficar com seu casaco. Eu trago amanhã lavado, não se preocupe - avisei

- não tem problema - sorriu

- obrigada - apertei o casaco tentando amenizar o frio - você veio de onde?

- Rio Grande do Sul, nasci lá - explicou

- ouvi dizer que lá tem bastante tradições. Chimarrão, não é? - Daniel sorriu com minha pergunta

- isso - confirmou - se quiser eu posso fazer para você experimentar

- eu adoraria, me passa seu número - peguei meu celular e entreguei a ele, olhando Daniel anotar seu número

- que tal hoje as seis horas? - sugeriu

- marcado - guardei o celular

Me despedi de Daniel e segui pelos corredores até encontrar a Larissa junto das gêmeas

- que casaco é esse? - perguntou Lari assim que me viu

- de um menino chamado Daniel, eu peguei um pouco de chuva ao descer do carro e ele me emprestou seu casaco - olhei o casaco azul escuro que ficava enorme em mim

- um menino - Gustavo sorriu

- não começa! - o repreendi

...

Olhei a casa a minha frente. Toquei a campainha e logo Daniel abriu a porta

- oi - sorri

- oi - abriu espaço para que eu entrasse

Sua casa não era muito grande, mas era bem moderna e espaçosa. Daniel seguiu para a sala de estar onde as coisas do chimarrão já nos esperavam

- pensei que você teria mais o que fazer ao invés de tomar chimarrão - brincou

- as pessoas pensam muitas coisas de mim - comentei

- e porque uma menina como você não está com um anel no dedo? - me entregou o chimarrão

- porque o amor verdadeiro não existe, não pra uma menina como eu. Antes de algum menino tentar me conhecer ele olha antes meu sobrenome - suspirei - não existe uma pessoa pra mim que vá olhar verdadeiramente para mim. Mas também... ninguém me conhece de verdade - dei de ombros

- ou é você que não quer que ninguém te conheça?

MEUS 15 ANOSOnde histórias criam vida. Descubra agora