Capítulo 31

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Elena

Andava pelo meu apartamento de um lado para o outro completamente irritada. Não conseguia acreditar que mais uma vez Christian havia marcado algo comigo e depois não apareceu. Ele sequer me ligou para se justificar o que me deixou possessa de raiva.

Peguei na minha bolsa e sai de casa indo até um barzinho encontrar com Gia que nos últimos dias se havia tornado uma grande amiga. Ela escutou todas as minhas queixas e no final me olhava de um jeito estranho.

— Nunca imaginei que você fosse tão burra. – disse Gia e a olhei magoada

— O que você está querendo dizer com isso?

— Está mais que óbvio que o Christian mentiu para você. — disse ela — Acha mesmo que o Christian iria trocar uma noite regada a sexo com você para resolver problemas do irmão? – não disse nada – Às vezes você consegue ser bem ingénua. Para mim está muito claro o que foi que aconteceu.

— Será que dá para me esclarecer? Me sinto meio que boiando nesta história toda.

— Seu problema com Christian tem apenas um nome, Anastásia. — olhei para ela sem acreditar — Não posso afirmar que eles te traem, mas que existe uma tensão sexual entre os dois não dá para negar.

— Não. Isso é impossível. Até poucos dias atrás Anastásia estava noiva, ela ainda deve sentir algo por José.— minha amiga negou com a cabeça

— Pior cego é o que não quer ver. Se você não abrir esses olhos vai acabar perdendo o Christian em um piscar de olhos. Anastásia não é confiável e não me admirava em nada se neste momento o seu namorado estivesse com ela.

Fiquei pensativa por alguns instantes e então lembrei do jantar que havíamos tido uns dias atrás. Christian e Ana agiram durante todo o jantar de um jeito estranho, era como se escondessem ou compartilhassem algo, mas havia sido burra e não havia percebido antes. Agora estava mais claro do que nunca que Anastásia era uma pedra no meu caminho.

Christian

Leila e eu deixamos Ana a dormir no quarto e descemos as escadas para nos juntar aos outros. Ray estava mais irritado que antes, ele não entendia o porquê de Ana ter bebido tanto e ainda ter dito um monte de absurdos. Ele só sabia repetir que aquela não parecia ser a sua filhinha.

— Ela dormiu mal a coloquei na cama. — Anunciei e todos me olharam

— Pelo que percebi esta não é a primeira vez que Ana bebeu além da conta. — disse Ray — Porque não fui informado antes que a minha filha andava saindo bêbada por aí? – questionou ele a todos

— Talvez porque ela é maior e vacinada e sabe bem o que faz da vida. Mas é só um palpite. – debochou Leila

— Anastásia parecia outra pessoa, nunca a vi assim. – disse Carla com uma expressão surpresa

— Com certeza amanhã ela dará uma explicação a vocês sobre o que se passou. Não adianta nada ficarmos aqui a especular. — disse Luke

Cheguei em casa ainda preocupado com Anastásia. Ryan ao perceber o quão sério estava não perguntou nada, ele apenas sentou ao meu lado e esperou que eu falasse. Contei a ela tudo o que havia acontecido deixando-o também pensativo.

— Estou achando tudo muito estranho. — disse ele depois de um tempo

— Seja mais claro, Ryan. – pedi enquanto me servia de um pouco de Bourbon

— Tem algo de errado acontecendo com Anastásia. — disse ele — Primeiro tentam sequestrá-la e depois ela some por horas e quando volta está completamente embriagada.... A Ana que nós conhecemos jamais aparecia dessa forma na frente dos pais, não quando sabe que pode ser afastada das empresas.

— Você acha que aconteceu alguma coisa séria com ela e que ninguém está sabendo?— perguntei e meu irmão deu de ombros

Depois da minha conversa com Ryan foi deitar mas não consegui dormir direito naquela noite a minha cabeça estava em Ana. O que a levou a beber tanto ao ponto de se expor para os pais?

Anastásia

Acordei com uma enorme dor de cabeça e de imediato vários flashes do que havia acontecido no dia anterior me vieram a mente. A esta hora com certeza os meus pais deveriam estar umas feras e por incrível que pareça isso não me estava a preocupar tanto. Tomei um banho, me arrumei e logo depois desci encontrando toda a minha família na mesa do café da manhã.

— Finalmente acordou. — disse papai olhando para mim — Será que pode explicar o que aconteceu ontem?

— Acho que bebi demais. – sorri e sentei a mesa

— Jura? Nem deu para perceber pelo seu estado. – disse ele irônico – O que diabos está acontecendo com você que de uma hora para outra parece que decidiu se envolver com o que não deve?

— Cansei. – Leila e Guilherme me olhavam assustados e joguei o guardanapo em cima da mesa – Cansei de fingir ser a filhinha de papai perfeita que faz de tudo para se manter na empresa da família.

— Quem é você e o que fez com minha filha? – perguntou papai e gargalhei

— Bem se vê que o senhor nunca prestou atenção nos seus filhos. — ele me olhava completamente em choque — A Anastásia que está aqui na sua frente e que viu ontem a noite é a verdadeira. É aquela que não finge que concorda com tudo que o senhor e a mamãe dizem só para não ser colocada de lado como os irmãos. É a que sabe viver.

— Não seja injusta com a gente.— disse minha mãe e ri

— Injusta? Vocês nunca apoiaram o Guilherme no sonho de ser músico e apesar de fingirmos nada saber aqui todos estamos cientes que tentam sabotar todas as apresentações dele. Com a Leila então nem se fala, só porque ela é dona de uma boate vocês a acham uma vadia desmiolada. Não dizem que no meio é que se encontra a virtude? Pois bem, como filha do meio fingi por anos ser a boa moça que sempre fez o que vocês queriam, mas chega uma hora que cansa. — disse olhando para o meu pai — Essa hora chegou. Só de lembrar que tive que noivar com José para poder assumir um lugar na empresa que pertence a nossa família a gerações me dá uma ansia de vómito.

— Está dizendo que nos enganou durante muito tempo?— perguntou papai sem acreditar

— Só eu que acho que Anastásia ainda está sob efeito da bebida? – perguntou Guilherme em uma tentativa falha de me ajudar

— Concordo com você. – disse Leila e sorri

— Não precisam tentar me defender. Está mais que na hora dos nossos pais saberem quem realmente são os filhos deles.

— Você acaba de se tornar a minha maior deceção Anastásia. — disse meu pai com cara de desgosto — Sempre foi a minha princesinha, aquela que seguiu todas as minhas pisadas e que eu admirava, e agora me diz que tudo não passou de uma mentira. Onde foi que eu e sua mãe erramos?

— Acho que vocês faltaram na aula em que dizia que os pais deviam querer acima de tudo a felicidade dos filhos. Agora se me derem licença preciso ir trabalhar a não ser que vá me expulsar da empresa.

Meu pai não disse nada, com certeza ainda estava a assimilar tudo o que eu havia revelado. Enquanto que Guilherme e Leila me olhavam como se eu estivesse louca.

Sai de casa sem um peso em cima de mim e antes de ir trabalhar passei pela boate para conversar com Emmett e Rosalie sobre a festa de fantasia que eles estavam a organizar. O dia da festa foi marcado e fiquei de ajudar na organização. Ao sair da boate enviei uma mensagem a Kate avisando que o nosso plano seguia em frente.

Entrei na empresa e quando estava prestes a chegar a minha sala vi que Elliot me esperava na porta de braços cruzados. Meu amigo não disse nada, ele apenas segurou em um dos meus braços delicadamente e me arrastou para a nossa sala das conversas.

Autora

Christian e Taylor que acabavam de chegar na empresa viram Elliot puxar por Ana para uma sala que não era usada e ficaram a olhar os dois sem entender o que estava a acontecer. Hannah foi quem quebrou o silêncio.

— Ao que parece Anastásia se meteu em problemas com o tio Ray. – os dois a olharam sabendo que o assunto daquela vez era bem sério.

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