Capítulo 79

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Gia

Meus dias na prisão foram de mal a pior e hoje não era capaz de reconhecer a pessoa que um dia foi. Meus cabelos que antes eram lindos hoje estavam totalmente desgrenhados e sem brilho e as minhas mãos completamente estragadas devido aos trabalhos que as minhas colegas de cela me obrigavam a fazer. Se o inferno na terra existia eu estava nele sem sombra de dúvida.

Havia dias em que sonhava que Elliot me vinha tirar de todo este horror pelo qual estava a passar, mas então lembrava da sua última visita e todos os meus sonhos caiam por terra. Ele me desprezava e nunca viria para mim. Tudo o que fiz por ele havia sido em vão.

Estava sentada em um canto da cela quando escutei as presas baterem nas grades das celas e gritarem o que significa que mais uma desgraçada estava a chegar ao inferno. Levantei a minha cabeça e gargalhei ao reconhecer a minha mais nova companheira.

— Quem é vivo sempre aparece.— disse e Elena me olhou chocada

— Gia? — parece que ela teve um pouco de dificuldade em me reconhecer

— A própria.— me levantei do chão — A vida aqui não é fácil, Elena. Você poderia ter me ajudado, mas escolheu não o fazer e agora aqui está. — dei de ombros — Bem-vinda ao inferno.

— Não...— disse ela negando com a cabeça e se afastando de mim e das outras presas — Eu vou sair daqui.

— Eu pensava exatamente o mesmo e no entanto ainda aqui estou.

Christian

Estava com um pouco de dor no braço, mas não era nada que não fosse suportável. O que me doía mesmo era não ter conseguido proporcionar a Ana o casamento dos seus sonhos. Se nunca me tivesse envolvido com Elena nada disto nos teria acontecido, eu quem a havia trazido para as nossas vidas.

— No que tanto você pensa?— perguntou Ana ao sair do banheiro do quarto do hospital

Leila havia passado aqui mais cedo para saber como eu estava e havia trazido uma muda de roupa para a minha esposa que ainda usava o vestido de noiva manchado com o meu sangue.

— Em Elena. — Ela me olhou alarmada

— Você esta pedindo para morrer.— disse brava e sorri

— Só estava a pensar que se nunca me tivesse envolvido com ela nada disto teria acontecido. Queria dar a você o casamento dos seus sonhos e não o fiz. — Ana se aproximou de mim

— O nosso casamento foi perfeito porque você estava lá. — ela me beijou — O resto é o resto. O que importa é que você está bem e que te amo.

— E esse médico que não vem me dar alta?— Ana riu — Quero muito ir para a nossa lua-de-mel aproveitar a minha Sra. Grey.

— Você não pode extrapolar baby.

A porta do meu quarto abriu e por ela entrou Elliot carregando um pequeno embrulho azul que pressupôs ser Naz. Troquei um olhar com Ana que sorriu encantada.

— Vim conhecer os dindos.— disse Elliot com uma voz infantil

— Dindos?— perguntei surpreso

— Anastásia aceitou ser a madrinha de Ignazio desde que soubemos que Kate estava grávida. Minha esposa e eu queríamos saber se você aceita ser o padrinho, Christian? — senti uma emoção forte tomar conta de mim

— Aceito. — respondi com um sorriso e então olhei para o pequeno — Ele é lindo.

— Sai ao pai.— respondeu e Elliot e rimos

— Não se iluda, ele é a cara da mãe.— disse Ana e ele fez cara de chocado

— Nós só viemos dar um oi e dizer adeus. Naz e Kate acabaram de ter alta.

— Todo mundo tem alta menos eu.— disse emburrado e Ana e Elliot riram

Alguns dias depois tive alta do hospital e foi para a minha lua-de-mel com Ana rumo ao Havai. Já estava com o braço quase recuperado e pretendia muito aproveitar cada momento com a minha linda esposa.

Ao chegarmos ao nosso hotel no Havai fomos rececionados com colares de flores como símbolo de boas-vindas.

— Aloha. — disse o rececionista

— Aloha. — respondemos Ana e eu em uníssono

A nossa suíte era encantadora e estava preparada para receber um casal em lua-de-mel conforme eu havia especificado. Ana e eu trocamos de roupa e fomos caminhar pela praia admirando ao pôr do sol.

Aproveitamos a nossa viagem para conhecer um pouco mais da cultura havaiana e para namorar bastante.

Leila

Finalmente tudo estava bem.

Nunca imaginei que um dia poderia dizer que teria um relacionamento bom com os meus pais, mas felizmente esse dia chegou. Hoje nós conseguíamos conversar e tomar decisões juntos.

Gui continuava em turnê e estava a fazer um enorme sucesso com a sua banda. Meu irmãozinho sempre teve jeito com a música, mas a cada dia se superava mais e não me surpreenderia que qualquer dia o disco dele fosse disco de ouro.

Minha relação com Luke? Não tenho palavras para a classificar. Nós éramos simplesmente perfeitos juntos e já não conseguia mais ver a minha vida sem ele. Um dia amei Jack é verdade, mas em nada se compara ao amor que sinto por Luke. É um amor completamente diferente, maior e o melhor de tudo é que não é corrosivo, não me faz mal. Luke foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida. Ele entrou por ela a dentro e trouxe luz e amor. Estamos praticamente a viver juntos já que ele passa mais tempo no meu apartamento do que na casa dele, mas continuamos a ser só namorados.

Cheguei em casa cansada e estranhei o apartamento estar todo as escuras. A esta hora já era para Luke estar aqui e digamos que ele adorava ter tudo muito bem iluminado. Acendi a luz, tirei os meus sapatos pois o salto estava a me matar e caminhei em direção a sala e tomei um susto ao ver pétalas de rosa espalhadas pelo chão indo na direção do quarto. Olhei ao redor tentado encontrar Luke, mas não o vi.

Give Me Love começou a tocar vindo do nosso quarto e segui o som. A porta do quarto estava encostada e quando finalmente a abri levei a mão a boca ao ver Luke ajoelhado em frente a nossa cama no meio de um coração desenhado com mais pétalas de rosa. Ele segurava uma pequena caixa.

— Leila, você entrou no meu coração e se apoderou dele de forma plena. Uma vida sem você não tem mais qualquer sentido, por isso pergunto, aceita ser minha esposa? Quer casar comigo?— perguntou enquanto abria a caixinha que continha um lindo anel

— Sim. Aceito.

Luke sorriu e veio até mim me beijando apaixonadamente e depois colocou o anel no meu dedo. Sorrimos um para o outro e ele pegou em mim e me rodou nos fazendo cair na cama. Rimos e mais uma vez nos beijamos.

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