Capítulo 68

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Ana

Segui em direção ao salão de chá com passos confiantes e firmes apesar de por dentro estar a tremer com o nervosismo. Abri a porta e percori o lugar com os olhos e depressa encontrei José em uma mesa ao fundo. Ele estava distraído olhando o celular e não notou a minha aproximação o que foi bom.

Dei um último suspiro e então puxei uma das cadeiras da mesa chamando a sua atenção e sentei. José me deu um olhar de choque mostrando claramente que não esperava pela minha presença ali e sorri para ele.

— Esperando outra pessoa, José?— perguntei enquanto me sentava

— O que faz aqui, Anastásia?— perguntou ele e depois deu uma olhada para a porta do salão visivelmente nervoso

— Ela não vem. — Ele me olhou sem entender

— Como?

— Andrea. — ao escutar o nome dela seus olhos se arregalaram e sorri ainda mais — Ela não vem.

Um dos empregados se aproximou da nossa mesa e pedi um chá de camomila sobre o olhar atento de José.

— Como você sabe sobre ela?— Perguntou ele com os dentes a ranger

— Não é óbvio? Nós meio que viramos amigas e trocamos confidencias.

— Nunca. — disse ele

— Tenho de admitir que assim como eu enganei você, você também me enganou direitinho José. Nunca que eu ia desconfiar que você além de me trair também tinha sido o mandante do meu sequestro.

— Não sei do que você fala. — disse ele bebendo o seu chá

— Andrea me contou tudo. — ele me olhou com raiva — Você achou que colocaria as mãos no dinheiro da minha família através do casamento e como eu te chutei teve de recorrer a outros métodos. Sequestro achei um pouco demais para você no entanto. Sempre te vi como um fracote e não pensei que teria a coragem de recorrer a criminosos para conseguir o que queria.

— Ai se nota que não me conhecia.

— Então você admite.

— Para quê negar? Andrea mesma admitiu não é? Sim foi eu quem contratou Liam e Sean para sequestrar você e colocar as mãos em algum dinheiro da sua família, mas se quer saber ainda não foi o suficiente. Por sua causa perdi muito mais, perdi Andrea. Como foi que vocês viraram amigas? — dei de ombros — Aposto que ela se solidarializou com você. Tudo culpa do maldito Liam.

— Você não vale o pão que come. — cuspi e ele riu. — Não contente com o meu sequestro ainda foi se juntar a Elena e Gia para me fazer mais mal.

— Fazer o quê se elas assim como eu te odeiam? Você tem criado muitas inimizades, querida. E se Suzanna soubesse ficar quieta a esta hora seus amiguinhos estariam em conflito, mas tenho para mim que ela já aprendeu a lição.

O maldito começou a contar para mim todas as maldades que havia feito sem nem imaginar que eu estava a gravar toda a nossa conversa. Minha raiva por ele crescia, mas me controlei pois sabia que o que era dele estava guardado.

Estava prestes a dar o nosso encontro por encerrado quando o empregado veio trazer a nossa conta. Ele se atrapalhou e sem querer derrubou um dos bules de chã que carregava na bandeja em cima da minha blusa. Pulei da cadeira e ao limpar a blusa José percebeu a escuta.

— Maldita. — disse ele segurando o meu pulso — O que você fez?

— Exatamente isso que você esta a pensar. — respondi

— Nada do que eu te contei aqui será admitido em tribunal.— disse ele apertando meu pulso com mais força

— Você acha que eu viria até aqui com uma escuta ilegal?— os olhos dele flamejavam raiva

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