Capítulo 05

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Ariel e Leon, após todo o transtorno no velho navio, saíram o quanto antes daquele lugar e nadaram rápido até algumas rochas que ficavam na superfície. A essa altura, já haviam esquecido do porque deveriam voltar apressadamente para o reino. Os jovens tritões não iriam nas rochas para admirar o pôr-do-sol, mas sim para encontrar um conhecido.

E lá estavam os dois amigos sentados na rochas, com os objetos do lado, esperando pelo tal conhecido que vivia no mundo fora do oceano. Os tritões então viram a criatura pousar nas rochas.

Era a gaivota tagarela que atendia pelo nome de Sabidão, apesar de que na maioria das vezes a tal sabedoria faltava-lhe.

Os jovens conheceram ele em uma tarde quando estavam sentados nas rochas analisando os objetos que haviam encontrado naquele dia. A gaivota os avistou, e vendo as expressões confusas dos tritões olhando para os objetos, resolveu ajudá-los, pois já havia visto humanos com objetos iguais. Desde então, os tritões e a gaivota são amigos.

ㅡ Ora ora, olhe o que a maré trouxe, os jovens amigos curiosos. Então, como posso ajudá-los? ㅡ perguntou a Gaivota.

ㅡ Acabamos de encontrar esses objetos. ㅡ disse o príncipe colocando os objetos, incluindo o quadro em cima das rochas. ㅡ queremos que nos diga como eles são usados no mundo dos humanos.

ㅡ Oh! Esse aqui eu conheço muito bem. ㅡ disse a gaivota olhando bem o pequeno objeto que parecia o tridente de Triton. ㅡ Serve para pentear o cabelo. ㅡ completou. Os amigos se olharam encantados com a descoberta.

A gaivota então olhou para o quadro que ali estava. Olhou bem para o garoto ali desenhado.

ㅡ Eu já o vi antes! ㅡ exclamou Sabidão. Ariel então olhou para o quadro e se voltou para a ave.

ㅡ Você o conhece? Como ele se chama? ㅡ Ariel perguntava muito interessado.

ㅡ Ele é o..ㅡ antes que completasse, a gaivota foi interrompida por Leon.

ㅡ Ariel! Como pudemos nos esquecer! Temos que ir, rápido! O evento do rei já deve ter começado! ㅡ dizia Leon apressado. Ariel então descobriu a razão daquela sua sensação de ter esquecido de algo importante.

O príncipe então apressou-se, sabia como era os sermões de seu pai e seus castigos severos.

ㅡ Uh! Hoje terá um maremoto daqueles ㅡ disse Sabidão já imaginando a irritação do rei dos mares com o filho levado. ㅡ Boa sorte garoto ㅡ desejou ao príncipe, e ele iria precisar.

Os tritões se despediram da gaivota tagarela e logo depois, seguiram seu caminho até o esconderijo, onde guardavam os objetos humanos.

ㅎ-ㅎ-ㅎ-ㅎ-ㅎ-ㅎ-ㅎ-ㅎ-흐-ㅎ-ㅎ-ㅎ-ㅎ-ㅎ-ㅎ-ㅎ-ㅎ

O salão estava vazio.

Ainda era possível notar que havia acontecido uma festa ali, por conta dos enfeites. Depois de guardarem o objetos, os jovens seguiram seu caminho até o reino, nadando o mais rapido que podiam porém, não o suficiente, pois Ariel e Leon haviam chegado tarde demais, e o evento havia acabado.

ㅡ Eu avisei.ㅡ disse Leon para Ariel, que o olhou irritado mas sabia que seu amigo estava certo.

ㅡ Então é aqui que nos despedimos, não quero que presencie os sermões que papai irá me dar. ㅡ disse Ariel já se preparando para o longo discurso que seu pai irá falar.

ㅡ Boa sorte meu amigo, irá precisar ㅡ disse abraçando Ariel e logo depois indo embora.

Ariel então começou seu trajeto até o salão do trono, onde provavelmente iria encontrar seu pai e junto dele, Sebastian.
Sabia que Sebastian iria aproveitar o momento para manifestar sua indignação. Era de conhecimento de todos que Sebastian odiava quando nada ocorria como planejava e Ariel, havia arruinado a apresentação com o seu atraso, pelo menos era isso o que o príncipe pensava.

Chegou na entrada do salão, avistou seu pai sentado no alto trono com o seu inseparável tridente, e como havia imaginado, acompanhado de Sebastian.

Bom Ariel, ele te viu. Agora não há mais como voltar atrás, enfrente a fúria do seu pai.

Pensou o jovem príncipe.

ㅡ Olá papai ㅡ disse Ariel recebendo um olhar severo de seu pai ㅡ creio que cheguei um pouco atrasado para apresentação. ㅡ continuou.

ㅡ Onde estava Ariel? ㅡ perguntou o rei para o jovem príncipe. ㅡ espero que tenha um motivo para o seu atraso, e quero ouvir agora mesmo.

ㅡ Hã... Eu estava com Leon... por aí ㅡ respondeu o tritão.

ㅡ Isso é previsível, sempre está na companhia de Leon. ㅡ disse o rei nem um pouco satisfeito com a resposta do filho. ㅡ Mas creio que lhe perguntei onde estava e não com quem estava.

ㅡ Hã... ㅡ Ariel estava nervoso, era nitido que seu pai estava desconfiado de que ele havia ido até a superfície.

ㅡ Ariel, diga-me a verdade. ㅡ disse olhando para o filho com um olhar que deixava claro que não estava com paciência para as artimanhas que ele normalmente usava para fugir dos assuntos.

ㅡ Leon e eu fomos encontrar um amigo... disse Ariel. O pai o olhou esperando o filho terminar a frase ㅡ ... Sabidão.

Sabidão?... ㅡ O rei tentava lembrar-se de onde conhecia aquele nome. Até que lembrou-se de que uma vez colocou um guarda à procura do príncipe e o guarda lhe informou que Ariel e Leon estavam na superfície conversando com uma certa gaivota tagarela, à quem chamavam de "Sabidão". Lembrou-se que por conta deste episódio, Ariel ficou um bom tempo no castigo. ㅡ VOCÊ FOI À SUPERFÍCIE OUTRA VEZ!?

ㅡ Er... sim, mas asseguro que Leon e eu tomamos bastante cuidado ㅡ Ariel apressou-se para explicar ao pai.

ㅡ E SE ALGUÉM TE AVISTASSE? SE VOCÊ FOSSE PARAR NAS GARRAS DE UM DAQUELES BÁRBAROS? ㅡ O rei estava tomado pela preocupação e pela fúria por conta da imprudência do filho. ㅡ Eles não teriam piedade de você, Ariel, nem um pouco que seja. Eles são cruéis.

ㅡ Papai, eles não são cruéis! Eles sa...

ㅡ SÃO PERIGOSOS! Não quero ver um dos meus filhos sendo levado por um daqueles seres! sendo atraído para morte! ㅡ O rei tentava a todo o custo fazer o filho compreender os perigos que trazia se aproximar de um humano.

ㅡ EU NÃO SOU MAIS UMA CRIANÇA, PAI! JÁ TENHO 19 ANOS! ㅡ Ariel já estava farto da superproteção de seu pai. Sabia que ele só estava exercendo seu papel de pai, que o estava protegendo do que, na sua visão, era perigoso. Mas com isso, estava tirando-lhe seu direito de descobrir as coisas sozinho, ter suas próprias experiências.

ㅡ NÃO USE ESSE TOM DE VOZ COMIGO! ENQUANTO VIVER NESSES MARES, OBEDECERÁ MINHAS ORDENS!

ㅡ Papai! Me escute! ㅡ tentou Ariel.

ㅡ CHEGA! NUNCA MAIS QUERO SABER QUE VOCÊ FOI ATÉ A SUPERFÍCIE! ㅡ Disse o rei pondo um fim naquela discussão.

O jovem príncipe saiu o mais rápido do salão, deixando seu pai e Sebastian, que se manteve calado até então, para trás. Triste, Ariel seguiu para o único lugar onde poderia estar nesse momento, chorando e deixando suas lágrimas se misturarem com as águas do oceano.

O rei se sentia horrível, se odiava só de lembrar do olhar triste que o filho o direcionou.

ㅡ Acha que fui muito severo com ele? ㅡ perguntou o rei para Sebastian.

ㅡ Não majestade, fez o que todo pai faria. Se Ariel fosse meu filho, eu teria tido a mesma atitude que o senhor. Ele precisa de limites, precisa de alguém que fique de olhos atentos nele. ㅡ Disse Sebastian.

ㅡ Isso, preciso de alguém que fique atento em Ariel, que o oriente, o aconselhe... ㅡ o rei estava pensando nas palavras de Sebastian. O rei então virou-se para o conselheiro. ㅡ VOCÊ! Você se encarregará disso.

Sebastian arregalou os olhos, não era bem aquilo que queria. Deveria estar compondo canções, e não ficar de babá de um jovem de 19 anos.
Quanta dor de cabeça esse príncipe lhe daria.

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Oie, feliz Natal hihihi

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