Nada une mais as pessoas que um funeral...
Comentem muito e boa leitura!
[...]
Harry a cada dez segundos encarava a mesa onde Draco estava. Sua avó puxava assunto e Ronald ficava o tocando toda hora, Evans-Potter já estava com dores de cabeça.
- Com licença, vou ao toalete. - levantou, meio zonzo e passou ao lado de Draco no caminho, batendo propositalmente na cadeira dele, desculpando-se baixo em seguida.
Bellatrix falava sobre a gravidez com Remus e os dois grávidos partilhavam de suas refentes experiências. Por mais que não tivessem nada além disso incomum, Lupin e Black partilhavam da mesma dor de um antigo aborto e dificuldade em engravidar novamente.
Cygnus, Lucius e Tom falavam sobre um negócio que estavam fazendo em conjunto e que iria trazer muito dinheiro aos três.
Draco cronometrava dois minutos, quando esse tempo passasse, iria atrás de Harry.
Foi quando Walburga começou a hiperventilar, assustando a todos na mesa.
Sirius correu ao lado da mãe, levando os dedos ao pescoço dela, tentando contar quantos batimentos por segundo a mesma estava tendo.
- Acelerado? - Draco ajoelhou no chão, trazendo a tia-avó para o seu colo.
- Muito, acho que ela está tendo um infarto. - Sirius tremia. Perdeu seu pai há seis meses e agora temia perder sua mãe, mesmo que sua relação não fosse das melhores, ainda era sua mãe.
Regulus ligava para o hospital, pedindo uma ambulância. Haviam tantos médicos ali, mas sem os aparelhos corretos eles não poderiam fazer nada além de esperar e tentar mantê-la estabilizada manualmente.
Harry ouviu a movimentação fora do banheiro e saiu para ver o que acontecia. Apavorando-se quando viu Draco, Sirius, Regulus e seu pai ao redor de Walburga Black e um círculo gigante ao redor dos cinco.
Sirius começou a chorar, antes de iniciar uma massagem cardíaca na mulher, Draco o afastou e o substituiu, sabendo que o primo não estava em condições de fazer aquilo.
- Cadê essa porra de ambulância? - Regulus exclamou, apertando o celular entre os dedos.
Os lábios de Draco começaram a tremer, sua massagem não estava fazendo efeito. Ele soluçou, jogando seu corpo para trás e sentando. Regulus se desesperou, jogando o celular no chão e encostando o rosto sobre o peito da mãe, tentando ouvir o coração dela.
James checou os sinais da mulher, olhou seu relógio e decretou. - Hora do óbito 22:37.
[...]
Harry queria se aproximar de Draco e o abraçar, dizer que tudo ficaria bem, mas não ficaria.
Ronald havia ido embora, mas Harry já havia entendido que não deveria usar ninguém como tapa buraco, ficou dois dias pensando sobre isso e agora tomaria uma atitude.
Deixou Weasley avisado que conversariam na tarde seguinte e acompanhou seu pai ao velório de Walburga. Passariam a madrugada ali auxiliando no que conseguissem, Remus estava tratando do seguro da mulher, que cobririam caixão e velório. Sirius e Regulus estavam desolados, o mais velho estava em uma bolha de arrependimento por não ter aproveitado a mãe o máximo que podia e ter brigado tanto com ela, Bellatrix, por um milagre, estava consolando o primo, dizendo a ele que Walburga era uma mulher difícil e que não podemos nos arrepender da vida, pois ela é do jeito que é, pessoas brigam, amam, odeiam e no final morrem.
Draco abraçava Narcissa, que era muita apegada à tia. Cygnus encarava uma parede, sem dizer nada.
Tinha noventa anos e sua irmã oitenta e quatro*, conviveu com ela tempo demais, foi sua parceira nas brincadeiras da infância e pré adolescência, assistiu ela se apaixonar, casar e construir uma linda família. Sofria tanto ao assisti-la deitada ali, pálida e com algodões nas narinas.
- Prometo a você que viverei para ver seu neto e quando eu chegar ao paraíso em que você está farei questão de descrevê-lo à você. - prometeu, puxando a mão dela e selando um beijo na pele velha.
Harry, que assistia tudo de cantinho, deixou que uma lágrima escapasse.
O tempo era curto demais, Walburga mesmo com seus oitenta e quatro não viveu uma das melhores experiências que poderia ter: ser avó. Olhou para o loiro que acolhia a mãe carinhosamente.
Não deveria perder mais tempo. Tudo era precioso demais. E o que era medo? Viveria assim? Com medo de ouvir certas palavras negativas? Viveria na covardia? Palavras não o matariam, mas se negar a ouvir elas e viver na sombra do arrependimento sim.
Determinado, atravessou o salão e sentou na poltrona que estava ao lado do sofá que Narcissa e Draco estavam. Iria respeitar aquele momento, mas assim que o loiro tivesse livre, o arrastaria para uma conversa.
Lucius apareceu junto de Tom segurando sacolas de super mercado.
- Compramos alguns lanches para a madrugada. - Riddle disse, largando sacolas sobre uma mesinha de canto.
- Comprou os biscoitos que eu pedi? - Bella se aproximou. Tom assentiu, tirando o pacote da sacola e entregando à esposa. Bella sentou na poltrona ao lado de Harry e atacou as bolachinhas.
- Ah, esse é meu primeiro desejo, me sinto tão grávida. - sorriu, Tom sorriu de volta, removendo um cacho do rosto dela para beijá-la sobre a bochecha, mas Black se afastou. Riddle só era um marido descente com ela enquanto ela o tratava mal. Masoquista de merda. A sorte dele é que Bellatrix amava humilhar e tratar mal homens, ela gostava de vê-lo sofrendo, e se ele também gostava assim, principalmente enquanto recebia chicotadas e tinha suas bolas pressionadas pelo pé dela, não reclamaria. Era algo deles.
Narcissa soltou o filho e se dirigiu ao banheiro. Draco respirou fundo.
- Vou fumar um cigarro. - avisou. Harry se preparou para ir atrás dele assim que o mesmo saísse.
- Pansy, Blaise e Theodore não virão? - Lucius questionou.
- Pansy e Blás estão de plantão e Theo virá ao amanhecer.
- Certo. - serviu uma caneca de café e sentou junto de Riddle no sofá recém desocupado.
Draco saiu e Harry o seguiu.
- Draco, não diga nada, apenas me escute. - Potter pediu, descendo as escadas da entrada atrás do maior, estavam sozinhos ali. Eram 2:00 e estava terrivelmente frio.
Draco soprou a fumaça para fora dos pulmões, terminando de descer a escada e virando-se para o menino.
O cabelo do mesmo estava desarrumado, as roupas sociais amassadas, seu nariz e bochecha vermelhos de frio. Ficou com pena, mas não conseguia ter forças para proteger Harry, estava quebrado. Doeu vê-lo com Ronald e doía demais a morte de Walburga, não tanto por sí, mas por sua mãe, Sirius, seu avô, Regulus...
- Harry, acho que podemos ter essa conversa outro dia, eu-
Foi interrompido pelo menino que se jogou em seu peito, abraçando sua cintura.
- Você não precisa fingir ser forte o tempo inteiro, Draco, você pode se abrir para mim. - acariciou os cabelos loiros, Malfoy deitou o rosto no ombro do menino, deixando suas lágrimas escaparem. - O tempo é curto demais e eu não quero perder mais nenhum segundo. - se afastou suavemente. - Eu quero estar com você e me permitir isso, você também quer?
- Eu quero tudo o que você puder me dar. - beijou o mais baixo calmamente. - E-Eu...
- Eu sei. E eu também.
[...]
*: Idades alteradas, até porque o Cygnus é 15 anos mais novo que a Walburga.
Drarry soft porque nem tudo é putaria e Harry pode ser sim o porto seguro do Draco e vice-versa.
Walburga veia chata não vai fazer falta.
E para o próximo capítulo vamos de...(dicas) - e eu to precisando mesmo porque to meio travada nessa fanfic. Vai ocorrer um smut em um dos próximos dois capitulos mas depois dele tenho ideia pra nada. Pensei em Astoria, Lily descobrindo, mas nada me parece muito interessante...
E o que vocês gostariam para o futuro de drarry? Ou que ocorresse na relação deles?
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30x18
FanfictionDraco tem 30 anos e é médico, mas sua vida bem estruturada parece prestes a ruir quando se encontra loucamente apaixonado por Harry, o filho de sua empregada, e um garoto de somente dezoito anos.