Vigésimo Terceiro

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Três meses depois:

Astoria desapareceu, causando certa desconfiança em Draco. A mulher costumava o perturbar ao menos uma vez por mês quando solteiro e agora que estava junto de Harry a tendência era permanecer na volta o perturbando. Sim, faria sentido pensar que Greengrass respeitava sua relação e não o importunaria sabendo que ele possuía um cônjuge, mas não era assim que as coisas funcionavam com ela.

Harry subestimava a loucura da mesma, achando exagerada as palavras de Malfoy.

- Bom dia, babe. - Draco desejou, beijando a barriguinha exposta do moreno, que usava um cropped soltinho, picando morangos contra a bancada da cozinha.

Severus e sua agenda acompanhavam o menor, a governanta se demitiu no dia anterior, alegando que sua mãe estava doente e precisava ir embora de Londres e voltar para Durham, uma pequena cidade localizada no Nordeste da Inglaterra.

- Bom dia, Dray. - sorriu, permitindo que o namorado beijasse sua barriga.

- Severus, bom dia para você também. - Draco desejou, recebendo um "bom dia" mal humorado como resposta. - Hagrid está? Preciso que ele leve Harry para a Universidade, meu pai me convocou na empresa.

- Hagrid está lavando o carro. - tampou a caneta, deslizando a agenda pela mesa em direção ao chefe. - Recebi algumas ligações e estás são as melhores que encontrei.

- Por que você não recontrata minha mãe? - Harry questionou.

Draco e Severus encararam-se com os lábios torcidos.

- Okay, já entendi. - Potter assentiu. - De qualquer maneira ela está se sustentando com suas economias e ajuda de James.

- James? - Malfoy ergueu a sobrancelha, interessado.

- Pois é, também acho estranho. - deu de ombros, terminando de cortar as frutas.

- Eu não, acho que ambos se merecem. - Snape resmungou. - E sobre a governanta? - bateu o indicador longo sob os papéis.

- Você escolhe, apenas uma de confiança que não nos saqueie como a que veio antes de Lílian.

- Vou escolher uma bem malvada. - sorriu, encarando Harry de canto, deixando o casal sozinho em seguida.

- Ele me assusta as vezes. - Potter sussurrou.

- Ele faz para provocar, Severus é indefeso, mesmo que intimidador.

- Não acredito que ele e Neville estão juntos, é o verdadeiro yin e yang, opostos que se completam.

- Nenhum casal é cem porcento parecido, olhe Sirius e Remus, eu e você... Mesmo tendo o apreço pela literatura, nossas coincidências terminam aí.

- Isso é porque você foi um playboy estilo american pie antes de me conhecer e eu um menino do campo.

- American pie? -  gargalhou. - Meninos do campo são virginais e inocentes, você apenas apresenta essa aparência, mas não é assim.

- Me deixe fantasiar em paz.

- Claro, menino do clássico da literatura juvenil "O médico e o filho da empregada".

Harry bateu com o pano de prato em Draco, escondendo o rosto corado entre as mãos.

- Que vergonha de ser eu. - grunhiu.

O loiro gargalhava, contendo a risada, respondeu: - Não se envergonhe, meu pêssego.

- Você vai dormir no sofá, Malfoy. - molhou o rosto corado na pia, Draco enrolou os braços em sua cintura, guiando o menor em direção a sala. Harry esticou o braço quando passaram abraçados pela bancada, levando sua tijela de frutas.

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